Moradores pedem solução para isolamento de bairros às margens da Perimetral Leste

A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu discutiu em audiência pública, o acesso e impactos aos bairros na Perimetral Leste. Dentre os principais pontos abordados está o isolamento dos bairros como Mata Verde e Floratta, dificultando acesso dos moradores a serviços de saúde, escola e mercado. Outras comunidades como do Jardim Cataratas, Buenos Aires e Carimã também reclamam do isolamento e dificuldades no acesso a serviços básicos, como unidade de saúde. A iniciativa da discussão atendeu ao requerimento nº 124/2023, proposto pelo vereador Dr. Freitas (PSDB). O debate foi aberto pelo 1° vice-presidente da Casa, vereador Rogério Quadros (PSD) e conduzido posteriormente pelo proponente.

O evento contou com a presença de: Andrey Bachixta, secretário de planejamento de Foz; Luiz Lock, inapetor-chefe da Polícia Rodoviária Federal; Rafael Antonio dos Santos Correia, Gerente da Divisão de infraestrutura e manutenção da Itaipu Binacional; Fernando Sivelli, chefe substituto do Parque Nacional; Marcus Arantes, engenheiro representante do Departamento de Estradas e Rodagem (DER); Whelinton Meni, engenheiro representante do consórcio JL/ Planaterra/Iguatemi; Ana Paula Lisboa, advogada e secretária geral da OAB; Alessandro Ferreira de Souza, diretor de trânsito do Foztrans; e Julio Cesar Oliveira, Superintendente do Sindhotéis. Também marcaram presença os vereadores Ney Patrício (Podemos), Anice Gazzaoui (PP), Cabo Cassol (PL), Kalito Stoeckl (PDT) e Marcio Rosa (PL).

O morador do bairro Mata Verde Diego Garcia, falou como expositor no debate, Ele é líder das comunidades atingidas. “Tinha que arrumar uma solução para o tráfego da Avenida Paraná, sim. Que fique claro: Não somos contra a obra, mas o bairro Mata Verde está muito afetado, não poderiam ter apenas transferido o problema da Avenida Paraná para o bairro Mata Verde. Não temos acesso ao mercado, posto de saúde, escola e posto de combustível. A gente quer uma resposta. O transporte escolar não vai mais, se pedir Uber não vai”, reclamou.

O proponente da discussão, Dr. Freitas (PSDB), questionou ausência do DNIT e de deputados que pudessem fazer a interlocução pela cidade. Além disso, ele destacou: “Eu moro em Foz há 39 anos e a rodovia 277 separou a cidade. Não queremos que isso aconteça agora com a perimetral. Depois que construiu é muito difícil ajustar”. Um dos encaminhamentos é o envio de todas as demandas aos órgãos responsáveis pelo projeto e agenda de reuniões para impedir que comunidades inteiras sejam isoladas.

 

Entraves pós-licitação

O Engenheiro representante do consórcio JL/Planaterra/Iguatemi Whelinton Meni pontuou: “A gente do consórcio tem projeto que foi aprovado e tentamos minimizar. Sobre as passagens, nós não temos autonomia, a gente só executa”. Marcus Arantes, Engenheiro representante do Departamento de Estradas e Rodagem (DER); Representante do DER falou sobre acessos e transtornos. “Temos um limite de execução de obra no que foi pactuado. Não temos autonomia para alterar o projeto definido pelo DNIT.

O vereador Ney Patrício (Podemos) enfatizou: “Creio que essa perimetral já está errada, daqui 30 ou 40 anos vamos reivindicar outra perimetral”. A vereadora Anice Gazzaoui (PP) sugeriu: “Temos de buscar o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Proponho que seja feita uma comissão, que faça um relatório”. O Vereador Cabo Cassol (PL) questionou: “onde estava o prefeito na época do projeto? A obra já está em andamento e não tem mais o que fazer, é preciso buscar uma solução. Não aprendemos com o trevo da 277”.

O vereador Rogério Quadros (PSD) lembrou: “Todos os que usam a unidade de saúde do São Roque estão sendo impactados. Temos o caso aqui na cidade do bairro Jupira, que com a questão da 277 ficou isolado”. Kalito Stoeckl (PDT) enfatizou: “A Itaipu, o DER precisam chamar os responsáveis. Já fiz requerimento ao Ibama, ao IAT e pedi estudo de impacto de vizinhança e ninguém me respondeu. Precisamos sair daqui com encaminhamento, que é um compromisso formal dos representantes que vamos sentar com DNIT e fazer aditivo no contrato, algumas coisas temos de fazer”.

 

Secretaria de Planejamento de Foz informa que vai licitar projetos que contemplem solução

O secretário de planejamento do município Andrey Bachixta, confirmou que “o projeto é de autoria do Governo Federal, do DNIT na época. Era para ser uma perimetral e agora é uma transversal porque o traçado foi alterado. Foram feitas várias viagens a Brasília para tentar minimizar os impactos e alterar o projeto e tivemos duas vitórias (obras de transposição) que foi a República Argentina e Felipe Wandscheer. Mas os outros locais da cidade não foram alterados”.

Segundo informou o secretário, a prefeitura elaborou estudos e nos próximos meses obras complementares serão licitadas. “São projetos que contemplam solução viária para a perimetral como as marginais e os acessos. Estamos elaborando termo de referência. O trecho 1 é das penitenciárias. O trecho 2 é região da Mata Verde, que está bem problemática. A outra região que vamos fazer intervenções é a do Porto Meira. Estamos contratando projeto para resolver marginais e que englobam 4 pontos. Um dos próximos projetos a vir para a Câmara é adequação do sistema viário”, relatou.

 

Questões ambientais

O Chefe substituto do Parque Nacional do Iguaçu Fernando Siveli afirmou: “Sou morador do Floratta e o bairro foi cortado ao meio. Temos observados inundações, as vias que estão sendo usadas não estão aguentando. No meu ponto de vista está faltando o IBAMA aqui, porque o órgão que fiscaliza é o licenciador”. Ele também abordou os impactos da obra, a importância da preservação da biodiversidade, da recuperação dos hectares atingidos, preservação das margens do Rio Tamanduá que são de extrema relevância para fauna e flora do Parque.

  • DC CMFI / Foto: Christian Rizzi – Câmara de Foz

 

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