“Aliança tem que ser com o povo de Foz”, diz Sâmis da Silva

O ex-prefeito Sâmis da Silva continuou no PSDB e participa desde o final do ano passado de reuniões, encontros e conversas, principalmente nos bairros de Foz do Iguaçu. “Paguei uma conta que não era minha”, diz sobre ação que poderia impedi-lo de disputar a prefeitura em outubro. “Com a tutela antecipada do TJ, estou livre”, aponta ao destacar os quatro primeiros partidos fechados com a sua pré-candidatura: PSDB, Cidadania, MDB e Solidariedade. “Eu tenho boas conversas com o Podemos, PSB, PDT e o União Brasil”, adianta que sem qualquer decisão “de cima” (direções estaduais e nacionais) terá um bom campo de aliança; “Nada de frentona e sim partidos identificados com um governo popular que fizemos em Foz”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

 

Quais os partidos que já fazem parte da aliança?

Eu sou pré-candidato pelo PSDB e Cidadania, que formam uma federação, e conto com o apoio do MDB e do Solidariedade. É muito cedo para definir as alianças. Isso vai se formalizar próximo as convenções que começam em junho e deve se estender por julho. Eu tenho boas conversas com o Podemos, PSB, PDT e o União Brasil. Se não tiver qualquer tipo de interferência ou decisão das direções estaduais e até nacionais dos partidos, acredito que podemos formar uma boa aliança para disputar a prefeitura, mas a principal tem que ser com o povo e eu tenho conversado, e muito, com os moradores e lideranças dos bairros, professores, empresários, estudantes.

 

Posso dizer que é uma aliança de centro, sem pender para esquerda ou direita?

Eu e o meu pai (Dobrandino da Silva) sempre fizemos política de centro, no campo popular. Nem estendendo para extrema direita e nem pra extrema esquerda. Somos pelo diálogo aberto, respeitoso e construtivo com todos os campos políticos. É bom o eleitor olhar bem e evitar o radicalismo dos extremos porque, por exemplo, não podemos fechar a torneira da Itaipu, que faz parte do governo federal, e apoia muito a prefeitura de Foz do Iguaçu. Sem apoio da Itaipu, trava a prefeitura e a cidade e é bom o eleitor ficar bem atento nessa questão.

 

Judicialmente, como está sua condição para disputar a eleição?

Estou com meus direitos políticos restabelecidos, para votar e ser votado, com uma tutela antecipada, não é liminar, do desembargador Ramon de Medeiros Nogueira do Tribunal de Justiça do Paraná. Na sua decisão, o desembargador apontou que não houve qualquer dolo para configurar o ato de improbidade administrativa nessa ação que, na verdade, foi contra o ex-prefeito Harry Daijó e que me arrastou uma interpretação que considero equivocada na primeira instância;

 

Como está a formação das chapas de vereadores?

O PSDB e Cidadania terão uma chapa completa de 16 candidatos, dez homens e seis mulheres. O mesmo acontece com o MDB e o Solidariedade. As chapas, nos três partidos, foram organizadas pelos presidentes Valmir Gritten (PSDB), Joel de Lima (Cidadania), Angelo Calgaro (MDB) e Marcelo Yarid (SD). As duas chapas têm potencial eleitoral para eleger bancadas de quatro a seis vereadores. Nesta janela partidária, o PSDB passou a ter três vereadores (Jairo Cardoso, Dr. Freitas e Edivaldo Alcântara) e o MDB perdeu a vereadora Yasmin Hachem, grande liderança jovem, mas a sua chapa tem expressão e vai surpreender quando os votos forem apurados.

 

Seu pai, o Dobrandino, será um grande cabo eleitoral na sua campanha?

Faço política com meu pai desde criança e me filiei ainda jovem na Juventude do PMDB. Dobrandino disputou sete eleições – para vereador, prefeito e deputado estadual – e venceu todas. É a minha principal referência política e de um governante que abriu as portas da prefeitura para conversar com o povo. Ainda hoje, em muitos lugares que eu vou, as pessoas ainda me chamam filho do Dobrandino e destacam as duas vezes que ele foi prefeito em Foz. Dobrandino, por exemplo, fez as grandes avenidas de Foz, como a Costa e Silva, República Argentina, General Meira, Ayrton Senna e outras tantas. Ele regularizou o primeiro assentamento urbano de Foz, a Vila Paraguaia. Dotou a maioria dos bairros de toda a infraestrutura que eram precárias, faltava desde a pavimentação, as redes de água e luz. Dobrandino esteve à frente dessas ações e vale lembrar que foi o primeiro prefeito eleito após uma série de interventores nomeados pelo regime militar.

 

Como está a construção do plano de governo?

Todas as semanas, eu tenho reunião com Valmir Gritten, Joel de Lima, Angelo Calgaro e Marcelo Yarid que estão elaborando o plano de governo, e faço questão de dizer que não vai ter projetos mirabolantes ou propostas sem cabimento, vai ser um plano de governo sem varinha mágica. Foz avançou em alguns setores, mas precisa de um novo plano de mobilidade, uma atenção mais do que considerável com a saúde, enfrentar essa grande demanda de exames, consultas especializadas e cirurgias – isso precisa ser zerado. Precisamos melhorar a segurança pública e a zeladoria urbana, avançar na educação integral e resolver essa questão do transporte coletivo, para um serviço que atenda com qualidade, conforto, presteza e segurança os moradores de Foz. Precisamos cuidar do meio ambiente, aumentar a quantidade parques e áreas de lazer, revitalizar os rios.

 

Você é a favor da federalização do Hospital Municipal Padre Germano Lauck?

É um processo que está avançado, a proposta já foi aprovada pela Câmara de Vereadores. Eu sou a favor, o ideal seria que o Município gerenciasse o hospital, mas a proposta que se avançou é da criação de uma autarquia com a participação da Unila e do governo federal. O que não pode é o Município arcar com R$ 12 milhões, R$ 13 milhões, R$ 15 milhões por mês e ter um hospital que atende toda a região mais os brasileiros, paraguaios e argentinos que moram do outro lado da fronteira.

 

O que pode ser feito com esses recursos que hoje custeiam o hospital?

Eu vou investir na saúde, só que na ponta, melhorando os serviços prestados pelas unidades básicas de saúde, na Upas, na atenção primária. Por exemplo, é preciso fazer um mutirão para os exames, consultas especializadas e cirurgias eletivas. Essa demanda é grande, mais de 14 mil pessoas na fila.

 

Quanto à economia local, o que pode ser feito?

Eu não sou daqueles que dizem que a cidade está em retração econômica. A cidade é pujante, tem o turismo, o setor de logística, o setor de serviços e novas áreas se consolidando, como a de educação e da saúde. O que precisamos é qualificar os trabalhadores com cursos, entre outras ações. A qualificação vai aumentar a renda e com isso, aumenta o consumo e o ciclo virtuoso da economia. É preciso garantir todas as condições ao pequeno empreendedor, às médias e grandes empresas de um ambiente muito positivo para os negócios e contrapartida, como já disse, melhorar a renda dos trabalhadores.

 

Como está a pré-campanha

Está muito bem. Eu vou em todos os encontros, aniversários, reuniões, principalmente, nos bairros. E todos têm me acolhido com muito entusiasmo. Eu tiro fotos, faço vídeos e, com apoio do meu filho e da minha mulher, faço postagens nas redes sociais. Tem isso um ritmo muito frenético que começa cedo e se estende até à noite.

Da redação com assessoria

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