Foz do Iguaçu registrou 82 assassinatos em 2023; sete dos casos são feminicídios

Foz do Iguaçu registrou um total de 82 assassinatos em 2023, quatro a mais que em 2022, quando foram contabilizados 78 crimes dolosos no município. O levantamento, divulgado na manhã de sexta-feira (12) pela Polícia Civil, mostra ainda que do total de ocorrências no ano passado, sete foram caracterizadas como feminicídio (morte de mulheres).

Os meses mais violentos foram janeiro e abril. Dentre as regiões com o maior número de ocorrências destacam-se o Morumbi e Três Lagoas, com mais de dez casos cada; seguidos pelo Panorama, Porto Meira e Campos do Iguaçu.

De acordo com a Delegacia de Homicídios, 57 dos crimes registrados no último ano já foram esclarecidos pela especializada. Além disso, outros dois casos de anos anteriores, que até então estavam sem autoria, foram elucidados em 2023. Com isso, a unidade contabilizou uma taxa de 72% de homicídios solucionados na fronteira.

“Ressaltamos que os casos ocorridos nos meses de novembro e dezembro geralmente são esclarecidos nos primeiros meses do ano seguinte, razão pela qual o índice de 72% é positivo, mas não é absoluto”, explicou a delegada da especializada, Iane Cardoso.

O resultado é fruto de um intenso trabalho realizado pelas equipes de investigação em parceria com as demais forças de segurança de Foz, além da troca de informações com equipes de outras cidades e estados, que possibilitaram a localização de foragidos, por exemplo.

“O índice de elucidação atingido pela Delegacia de Homicídios de Foz está entre os maiores do estado, representando o resultado de um trabalho integrado entre as forças de segurança pública, aliado à rápida e eficiente investigação dos crimes pela PCPR”, destacou a delegada.

Ainda conforme o levantamento, a maioria das vítimas de homicídios dolosos em Foz são homens na faixa etária entre os 18 e os 39 anos.  Muitas situações são motivadas por acerto de contas envolvendo outros crimes, como o tráfico de drogas. O uso de armas de fogo lidera o número de ocorrências.

A DH ressalta que, apesar de alto, o número de crimes ocorridos no ano passado não é o maior dos últimos cinco anos. O ano de 2018 lidera o ranking até o presente, somando 88 assassinatos. Em 2019 foram contabilizados 70 crimes e, em 2020, 76 (sendo dois feminicídios). Em 2021 as ocorrências caíram para 65, com dois feminicídios, voltando a subir em 2022 e 2023.

À título de conhecimento, a separação entre homicídios dolosos e feminicídios somente começou a ocorrer em 2020, por parte da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp). Enquadram-se nessa categoria crimes motivados por questões de gênero.

 

Caso de maior repercussão

Dentre os crimes com grande repercussão em 2023, destaca-se um registrado em maio, no qual três jovens, sendo dois homens e uma mulher, foram executados a tiros e tiveram os corpos esquartejados. Os restos mortais foram enterrados em diferentes locais dentro de uma mata, na região do bairro Cidade Nova.

A mulher, de acordo com a polícia, seria ex-companheira do suspeito do crime. Durante uma briga ele teria atirado contra ela. Os dois homens tentaram defender a jovem e também acabaram alvejados.

Uma quarta vítima, que conseguiu escapar do assassino, contou detalhes do crime à polícia. Testemunhas foram ouvidas e partes dos corpos foram recuperadas após dias de busca com o auxílio de cães farejadores. O suspeito morreu em junho, em Santa Catarina, durante um confronto com a polícia.

No que diz respeito aos casos de feminicídio, destaca-se um registrado em abril, no bairro Vila Yolanda. Na ocasião, uma mulher, de 44 anos, foi morta a tiros pelo então companheiro, de 49 anos.

Depois de disparar contra a vítima o suspeito atirou contra a própria cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. O crime teria ocorrido durante uma discussão.

  • Da redação / Foto: Tribuna Foz

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