Coluna do Corvo

A política em Foz

Ainda é cedo, mas há quem não despregue os olhos de 2026, ano eleitoral. O processo avança com a acomodação partidária, como descreve uma nota adiante. Mas em Foz, o que se vê é uma demarcação de terreno. Os deputados Vermelho e Matheus deram uma boa demonstração de força nos últimos dias; reuniram apoiadores e simpatizantes, conversaram com setores produtivos e também coma a ala política. Mostraram que estão com os palanques bem fincados.

 

Desenho

Por enquanto todas as atenções continuam no governo e, como está se preparando ao que virá. O prefeito General Silva e Luna ainda testa o potencial da máquina e já sentiu que Foz não é Ferrari com motor de Opala. Se agarrou de vez no governador e espera dele todas as promessas em tempos de campanha. Isso aumentou bastante a presença de representantes do Ratinho em Foz, e, naturalmente a demanda ofusca até mesmo os candidatos locais, ligados à prefeitura. Há quem não goste das porteiras abertas assim. Silva e Luna já se deu conta.

 

E como será?

Agarrado em Ratinho, a tendência é acompanha-lo na empreitada eleitoral do ano que vem. Apesar de subir no palanque pela anistia, não se sabe se Ratinho Júnior apoiaria Jair Bolsonaro em eleição; está mais para ver o que acontece e obviamente não irá encarar disputa caso nela estejam o Lula e o Tarcísio. Aí a parada será dura. No atual ritmo, Foz vai no balaio e o governador deve embarcar para o Senado e eleger o sucessor no Paraná. Quem será? Creiam, o nome de Silva e Luna apareceu em uma conversa. Não perguntem onde, mas como na trova, “em bruxas não acredito pero que las hay, las hay”.

 

Elege sim

Uma pesquisa secreta revelaria que Ratinho elege qualquer aliado que faz parte do cenário. Elegeria com mais facilidade um nome novo, em acordo com o bolsão eleitoral, que ainda mantém força na direita. Certamente Silva e Luna avaliaria muito com uma maquinação assim, e, não sairia de Foz depois de tanto queimar o fosfato para vencer a eleição; mas vai lá saber o ponto de insistência de alguém como Ratinho, que só vai dormir depois de ler todos os levantamentos diários, em colchão virado em pesquisas. Vai ver é por isso o Ricardinho anda tão em evidência.

 

08/01

Uma pesquisa Datafolha está causando desconforto entre os bolsonaristas mais fervorosos. A maioria dos brasileiros, 56%, não quer anistia para os vândalos e pessoas que direta e indiretamente organizaram os protestos contra os Poderes, em Brasília. Pelo contrário, esperam pela punição. Há, no entanto, divisão de pensamento quando o tema são as penas, com 36% a favor da redução. O que muda a cabeça da população é o temor de um levante. Bolsonaro, por sua vez, não facilita e talvez seja por isso esteja perdendo apoio popular. De onde ele tirou, por exemplo, apoiar o Silas Malafaia ao chamar os militares de frouxos? Bom, o pastor entende mesmo é de vender spray da marca “arreda capeta”. O senador Mourão disse que ele é um “falastrão” e claro, defendeu a tropa.

 

Turba incontrolada

O ex-presidente Bolsonaro não tolera quando dizem que “os atos foram golpistas”. Podem até não terem sido, a Justiça é que vai decidir, mas o que é pior? Um golpe declarado, ou uma turba de vândalos, depredadores, inconsequentes, em sintonia, avacalhando a Democracia? Ou foi uma coisa, ou a outra. Não há escapatória. Que pais é esse?

 

E se fosse ao contrário?

O “se”, por natureza, é difícil contextualizar, mas vamos imaginar “se” Bolsonaro reeleito, os inconformados fizessem a mesma coisa? Iriam deixar barato? Dificilmente. Sendo assim, a análise precisa se desprover da paixão política; deve ser técnica e constitucional.

 

Ordem e desordem

É simples, ou há ordem, respeito, compreensão dos direitos e deveres, ressaltando os valores e bens coletivos, se sabendo nas linhas da Lei, ou não haverá nada. A mesma libertinagem disfarçada de revolta no 08/11, é a que um dia invadiu e desrespeitou as propriedades nas revoluções russa e chinesa; o modo que os nazistas empregaram na Noite dos Cristais, e na perseguição contra os judeus; não é menos diferente da ignorância que apavorou e até hoje apavora o mundo, quando a irracionalidade se torna bestial. A sociedade não pode se comportar como um exército de imbecis e por isso, espera a resposta da Justiça.

 

Prisão?

O Datafolha mostra que a maioria dos Brasileiros quer ver Bolsonaro julgado e, se for condenado, deve cumprir pena. Será prisão política? A opinião se divide, mas se tentou aplicar golpe, em teoria será. Quem conhece o tema nas profundezas diz que Bolsonaro agiu fora das quatro “linhas do gramado”, como ele mesmo sempre disse. Desrespeitou a Constituição e isso configura crime. Deve pagar pelo que cometeu, se condenado for. É réu.

 

Panorama eleitoral

O Datafolha, bem como outros institutos estão mergulhando fundo no processo eleitoral. O presidente Lula, mesmo com os índices de aprovação/reprovação de governo ainda se sai bem em todos os panoramas: Lula x Bolsonaro: 49% x 40%; Lula x Tarcísio de Freitas: 48% x 39%; Lula x Michelle Bolsonaro: 50% x 38%; Lula x Eduardo Bolsonaro: 51% x 34%. O Datafolha ouviu 3.054 pessoas, com 16 anos ou mais. A pesquisa foi feita em 172 municípios, de 1º a 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

Tarcísio muito forte

Em outros cenários, o principal oponente do atual presidente é o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele não esboça conservadorismo de direita e por isso, conversa com todas as frentes. Em campanha não impactará tanto a polarização, como fez Bolsonaro. Tarcísio é moderado e diante disso, pode quebrar com mais facilidade a resistência ao seu nome e propósitos políticos. Perante a discussão sobre a anistia, se posiciona com a promessa de ações juntamente com deputados no campo parlamentar, obedecendo aos ritos e constituição. Bom, dentre umas e outras, o Tarcísio está se mostrando em exímio equilibrista, em cima do muro.

 

Horizonte incerto

A situação política anda tão nebulosa, que não será de se admirar caso alguém apareça com projeto de coalisão nacional. É o que se ouviu falar lá no cantinho de um bastidor, em Brasília. Segundo consta, a janela eleitoral oportunizará muitas surpresas, como um provável realinhamento no Congresso Nacional. Partidos que hoje são fortes perderão hegemonia e há a possibilidade de esfacelamento dos extremos. O Brasil caminha para um discurso de centro, o que aliviará a cabeça de muita gente. Pelo menos é o que esperam os políticos de bom senso.

 

Lá fora

Os leitores pedem e este colunista atende: o mundo segue na explosiva onda tarifária norte americana. Menos mal, a guerra é apenas comercial e põe os líderes de frente para uma difícil partida de xadrez. Quem não souber jogar poderá se complicar. Trump sabe que deu início a uma nova ordem econômica, e que ela pode complicar o seu país. Isso parece sem volta; o mundo será realinhado e há quem garanta que em razão disso, até os conflitos diminuam.

 

Em Israel

O comércio baixou as portas em várias cidades israelenses. Foi um protesto contra a sequência de bombardeios em Gaza, interrompendo um acordo de cessar fogo. Para a maioria das pessoas consultadas por organismos internacionais, o país não cumpriu com a palavra. Se há algo que ainda vale no Oriente Médio, mais do que um contrato, ou algo colocado no papel, é o fio do bigode. É assim no comércio e por isso o setor resolveu protestar.

 

Sem luz

Foi cair um chuvisco, como na manhã desta terça-feira, o suficiente para a rede elétrica da Copel deixar de funcionar. Não houve ventania, nem temporal, mas a energia acabou. Eventos assim causam enormes dores de cabeça aos moradores, comércio, construção civil e até para os serviços públicos. A Copel precisa rever a transmissão e dar jeito na situação. O desligamento ocorre a todo o momento. Até parece que desconhecem que após a pandemia, um número muito grande de trabalhadores passaram a operar home office.

 

Sem satisfação

Nem os vendavais são imprevistos, e, a manutenção de rede deve ser informada com antecedência. O consumidor não pode ser tratado dessa maneira, ainda pelo altíssimo valor na conta de luz.

 

Hemonúcleo de Foz

O órgão é prestativo e organizado. Para quem não conhece, o Hemonúcleo é uma unidade pública, que realiza doações de sangue. Explicando: pessoas que serão submetidas a cirurgias de complexidade são orientadas em procurar o Hemonúcleo e fazer uma reserva em caso da necessidade. Graças à perícia dos médicos isso pouco acontece, mas há casos em que se precisa contar com o plantão da entidade. Pessoas que ligaram recentemente para o Hemonúcleo fizeram questão de registrar que em poucos minutos foram bem atendidas, com uma atenção humana e de excelência. Mas é importante agendar horário para o atendimento. O número é (45) 99146 9059 ou site www.itamed.com.br/hemonucleo.

 

  • Por Rogério Bonato

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