Deportações em massa podem gerar déficit de mão de obra nos EUA

As deportações em massa de imigrantes nos Estados Unidos podem gerar um grave déficit de mão de obra, afetando setores essenciais da economia. Atualmente, cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais vivem no país, fornecendo 8,3 milhões de trabalhadores, especialmente para a indústria alimentícia e de serviços.

O presidente Donald Trump prometeu realizar a maior operação de deportação da história americana, o que já começou a ocorrer após sua posse. Caso a promessa se concretize, setores como agricultura, laticínios e serviços sofrerão com a escassez de trabalhadores. Pequenas empresas também serão afetadas, uma vez que muitas dependem de imigrantes para funções essenciais.

Pesquisadores apontam que a retirada desses trabalhadores elevará os custos da mão de obra, impactando a inflação e possivelmente forçando o Federal Reserve a aumentar os juros. Isso reduziria a competitividade das empresas americanas, especialmente nos setores que mais dependem de trabalhadores imigrantes.

A política de deportação também pode aumentar a exploração de trabalhadores, pois aqueles que permanecerem no país sem documentação podem aceitar condições ainda piores por medo de serem denunciados.

Além dos impactos econômicos, as deportações causam efeitos sociais profundos. Milhões de crianças e adolescentes podem ser separados de seus pais, afetando diretamente 4,4 milhões de famílias. A medida também pode provocar um clima de medo e desconfiança, incentivando a população a denunciar imigrantes, prejudicando o tecido social americano.

Pesquisadores ressaltam a contradição de um país formado por imigrantes adotar políticas tão restritivas. Atualmente, 48 milhões de estrangeiros vivem nos EUA, sendo que 77% deles estão legalizados. Apenas 1,3% da população pertence a povos nativos, o que evidencia que o país é constituído majoritariamente por imigrantes ou seus descendentes. A política imigratória pode, portanto, afetar a identidade nacional e a imagem dos EUA perante o mundo.

  • Da redação com Agência Brasil / Foto: divulgação EUA

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