Mais de 6,4 mil casos de violência contra a mulher foram registrados em Foz em 2022

Os casos que mais chamam a atenção são as situações de ameaça, injúria e lesão corporal; medidas protetivas ultrapassam 1,3 mil pedidos

 

Celebrado nessa quarta-feira (8), o Dia Internacional das Mulheres foi marcado por homenagens e também manifestações pela igualdade de direitos e, principalmente, pelo fim da violência contra o sexo feminino. Esta luta é diária e extremamente necessária, já que os casos de agressões, tortura psicológica e feminicídios crescem de forma exponencial.

Para se ter uma ideia da gravidade, no ano passado foram registrados mais de 6,4 mil boletins de ocorrência por violência contra a mulher em Foz do Iguaçu. Destes casos, mais de 2 mil ocorreram dentro de ambientes familiares (violência doméstica). Os casos que mais chamam a atenção são as situações de ameaça, com 1.707 ocorrências; injúria, com 965 casos; e lesão corporal, com 639 registros. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública, divulgados pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape).

As diversas campanhas realizadas pelo Executivo Municipal e outras instituições independentes buscam incentivar as mulheres a denunciar crimes e buscar por apoio. Quem procura por ajuda pode contar, por exemplo, com o auxílio da Patrulha Maria da Penha, que acompanha as mulheres vítimas de violência em Foz.

De acordo com a coordenadora da Patrulha, Iraci Pereira, os trabalhos têm surtido efeitos positivos, mas ainda há um longo caminho para frear a violência. Os boletins por ameaça, violência psicológica e perseguição aumentaram em torno de 145%. Isso reflete as campanhas de violência contra a mulher, onde sempre é pontuado que sejam denunciadas as primeiras formas de violência.  Vemos que as mulheres estão tendo essa consciência, de que não é só a violência física que precisa ser denunciada”, destacou.

Caso se sinta insegura em denunciar por medo da resposta do agressor, a vítima pode solicitar uma medida protetiva, na qual a Justiça pode determinar que o suspeito mantenha distância da vítima. Caso descumpra a ordem, o agressor é preso.

No ano passado 1.331 mulheres pediram medidas protetivas em Foz e estão sendo acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha, que realizou 10.766 visitas às vítimas com o objetivo de verificar a segurança das mesmas. Somente neste ano já foram registrados mais de 139 pedidos.

“O foco da fiscalização tem por objetivo proporcionar maior segurança às vítimas de violência doméstica e alertar o agressor de que o não cumprimento das normas estabelecidas nos autos por parte dele pode acarretar em outras sanções judiciais”, ressaltou Iraci.

Caso ainda sinta receio, mesmo com a medida protetiva, a mulher pode solicitar também o encaminhamento para um abrigo. Neste caso, a patrulha acompanha à vítima até a residência dela para a retirada de pertences, garantindo que não haja riscos.

O mais importe é buscar por ajuda antes que o pior ocorra. No ano passado infelizmente três mulheres foram vítimas de feminicídio. Esse tipo de crime pode ser evitado com a união da sociedade e a conscientização das vítimas para que não fiquem caladas frente a uma violência, seja ela verbal, psicológica e, principalmente, física.

“O que nós podemos enquanto sociedade é nos unirmos e incentivarmos as mulheres a fazerem a denúncia e darmos para elas o suporte necessário para que elas cheguem até o local, que vai ser o local de atendimento. Isso encoraja as mulheres a solicitarem a medida protetiva. Para quebrar o ciclo de violência é necessária à denúncia”, alertou a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Iraci Pereira.

Denúncias

Para realizar uma denúncia de violência contra a mulher, seja ela doméstica ou não, basta entrar em contato pelo número 153 da Patrulha Maria da Penha e solicitar ajuda. Também é possível entrar em contato com a Delegacia da Mulher pelo telefone (45) 3521-2150, ou ir pessoalmente à unidade, que fica na Anhembi, 223, na Vila A.

 

  • Da redação / Foto: divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *