Mais de 100 mil iguaçuenses estão com o “nome sujo” por dívidas em atraso
Manter as contas em dia e ter uma qualidade mínima de vida é uma luta constante para boa parte da população brasileira. Em Foz do Iguaçu, dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que a realidade acompanha o cenário nacional. De acordo com os números de dezembro de 2024, mais de 100 mil iguaçuenses estão com o “nome sujo” por dívidas em atraso.
A inadimplência atinge atualmente cerca de 30% da população na fronteira. Ainda conforme o levantamento do SPC, cada negativado deve em média R$ 4,4 mil. A maioria das contas pendentes envolve transações com cartões de crédito, empréstimos e prestação de serviços, como água, luz e gás.
No Paraná, o número de devedores chega a quase 4 milhões. Entre as faixas etárias, os maiores inadimplentes têm entre 25 e 40 anos. Há um “equilíbrio” entre homens e mulheres.
Em nível nacional, a inadimplência atinge no momento 68,49 milhões de pessoas. Com o nome incluído em um cadastro de proteção ao crédito, o consumidor passa a sofrer uma série de restrições. Portanto, uma vez negativado, é preciso regularizar a situação.
A primeira coisa a fazer é checar se a dívida é legítima. Quando a pessoa reconhece os valores registrados, a opção mais viável é negociar. Em caso de parcelamento da dívida, a retirada do CPF do cadastro deve ser feita logo após o pagamento da primeira parcela.
Outro caminho é utilizar os chamados feirões de renegociação. Uma terceira hipótese para a exclusão do nome do cadastro de restrição ao crédito é aguardar o término do prazo para prescrição da dívida, a partir do qual ela não poderá mais ser cobrada. Este prazo varia de acordo com o tipo de dívida.
Consulta ao CPF
O processo até chegar à inadimplência envolve quatro etapas. Primeiramente, o atraso de contas; depois, a cobrança do débito pelo credor. Na sequência, o prazo e o informe da negativação; e, enfim, o nome negativado.
Na prática, antes de ter o CPF restringido, geralmente o consumidor recebe um comunicado da loja ou banco. A empresa também manda aviso de dívida para as entidades de proteção ao crédito, que enviam uma correspondência ao consumidor, alertando que seu nome será incluído no cadastro de inadimplentes, caso não quite o débito.
De acordo com a Lei do Consumidor, o prazo máximo para cobrança de dívida na Justiça com inclusão do nome do devedor nas empresas de proteção de crédito é de até cinco anos a contar da data do primeiro pagamento vencido.
Caso tenha dúvida sobre a inclusão do nome no cadastro de inadimplentes, o consumidor pode realizar consultas específicas. O Serasa, Boa Vista SCPC e SPC Brasil são três dos principais órgãos de proteção ao crédito no país. Cada um deles possui informações sobre determinadas empresas, com disponibilidade de verificação do CPF virtualmente.
Fenômeno das bets
O fenômeno crescente das bets e apostas esportivas motivou a Serasa a avaliar um eventual impacto dos jogos entre os inadimplentes. Os resultados revelaram que 44% dos endividados realizaram apostam com a expectativa de conseguir dinheiro para quitar as dívidas.
Diante desta ação, há um alerta à população. O vício nas bets pode acabar gerando ainda mais dívidas, fazendo com que a pessoa se envolva em uma grande bola de neve.
“Na tentativa desorganizada de pagar as dívidas, os brasileiros podem estar aumentando os seus débitos. Apostador prudente é o que consegue definir limites, evitando que o entretenimento comprometa o orçamento e a saúde familiar”, alertou Patricia Camillo, gerente executiva da Serasa.
- Da redação / Foto: divulgação