Foz do Iguaçu registrou 60 homicídios e dois feminicídios no ano passado; 70% dos casos foram solucionados
Foz do Iguaçu registrou um total de 60 homicídios dolosos e dois feminicídios em 2024. O levantamento, divulgado na manhã de terça-feira (28) pela Polícia Civil, destacou uma importante redução no número de ocorrências, com variações, nos últimos cinco anos.
Em 2019, por exemplo, foram contabilizados 70 casos. Em 2020 o número subiu para 76. Em 2021, foram 63 assassinatos, já em 2022 a fronteira registrou 78 crimes. No comparativo com 2023, a queda é bem mais expressiva, visto que neste ano em questão ocorreram 82 homicídios. No paralelo com o ano passado, a queda foi de quase 30%.
Os meses mais violentos em 2024 foram janeiro, fevereiro e outubro. Dentre as regiões com o maior número de ocorrências destacam-se o Morumbi, Três Lagoas e Porto Meira.
As vítimas mais frequentes continuam sendo do sexo masculino, com idades variando entre 18 e 39 anos. Muitas situações são motivadas por acerto de contas envolvendo outros crimes, como o tráfico de drogas. O uso de armas de fogo lidera o número de ocorrências.
Crimes brutais
Dentre os casos de maior repercussão no ano passado está um assassinato brutal registrado nas dependências de um clube náutico. O crime mobilizou as forças de segurança locais, que trabalharam em uma complexa investigação para elucidar os fatos.
O crime, que teve como vítima Cleiton Eugênio da Silva, de 33 anos, se transformou em um quebra-cabeça depois que o corpo dele foi localizado mutilado. As investigações sobre o caso tiveram início no dia 10 de outubro, quando a família de Cleiton procurou a 6ª Subdivisão Policial para registrar o desaparecimento dele.
Após cinco dias de buscas, em 14 de outubro, o corpo do rapaz foi localizado pela Marinha Paraguaia, na região de Hernandárias. Silva foi esquartejado e teve os restos mortais acondicionados em um saco plástico, que foi descartado em uma área do Lago de Itaipu em Foz, de onde seguiu boiando até o país vizinho.
Depois de um intenso trabalho, as equipes chegaram até o cenário do crime: um box instalado dentro de um condomínio residencial, que também funciona como um popular clube náutico na fronteira.
O suspeito do homicídio foi identificado como sendo o proprietário do espaço, de 40 anos. O crime teria sido motivado por uma suposta traição, envolvendo a ex-mulher do investigado e a vítima do crime.
Elucidação
De acordo com a Delegacia de Homicídios, 36 dos crimes registrados no último ano já foram esclarecidos pela especializada. Além disso, outros sete casos de anos anteriores, que até então estavam sem autoria, foram elucidados em 2024. Com isso, a unidade contabilizou uma taxa de 70% de homicídios solucionados na fronteira.
“Ressaltamos que os casos ocorridos nos meses de novembro e dezembro geralmente são esclarecidos nos primeiros meses do ano seguinte, razão pela qual o índice de 70% é positivo, mas não é absoluto”, explicou o delegado da especializada, Marcelo Pereira Dias.
O resultado é fruto de um intenso trabalho realizado pelas equipes de investigação em parceria com as demais forças de segurança de Foz, além da troca de informações com equipes de outras cidades e estados, que possibilitaram a localização de foragidos, por exemplo.
“O índice de elucidação alcançado pela Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu está entre os mais elevados do estado, representando o resultado de uma colaboração efetiva entre as forças de segurança pública, juntamente com investigações ágeis e eficientes da Polícia Civil do Paraná”, destacou Dias.
- Da redação / Foto: divulgação