Novo porto seco de Foz do Iguaçu poderá abrigar aduanas da Argentina e Paraguai

O novo porto seco, que será construído em uma área de 550 mil metros quadrados às margens da BR-277 na saída de Foz do Iguaçu, poderá abrigar as aduanas para o desembaraço de cargas da Argentina e do Paraguai. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (02), durante a apresentação do projeto coordenada por Djalma Vilela, presidente da Multilog, empresa vencedora da licitação de operação da estrutura. O ato contou com participação do governador Carlos Massa Ratinho Junior e prefeito Chico Brasileiro, ambos do PSD.

“Trabalhamos no cenário de uma aduana integrada. Hoje sabemos que são aduanas de tríplice fronteira, mas não há a integração. A Receita Federal, os demais órgãos anuentes tem trabalhado justamente no cenário de levar a Argentina e o Paraguai para lá”,  confirmou Vilela. Que ressaltou: “Com tudo isso, não temos dúvidas que o tempo de permanência (dos veículos com cargas dentro do porto seco) vai ser reduzido substancialmente”.

O porto seco de Foz do Iguaçu é o maior da América Latina em movimentação de cargas está instalado atualmente em uma área da União, dentro da área urbana e tem capacidade de despachar até 1.000 cargas diárias ao mercado internacional. A nova estrutura será instalada em uma área de 550 mil metros quadrados adquiridas pela empresa, próximo ao limite do município com Santa Terezinha de Itaipu e terá condições de receber 2.000 mil veículos com cargas diariamente.

Segundo o presidente da Multilog, entre as novidades da nova estrutura, além da localização, a área do novo porto seco é 3 vezes maior da atual e vai ter diversos equipamentos de segurança física e aduaneira, com mais de 500 câmeras de monitoramento e scanners. “Vamos privilegiar o atendimento ao motorista e todas pessoas envolvidas no processo de comércio exterior”, frisou. A obra, que terá investimento de R$ 500 milhões, deverá estar concluída até o final de 2025.

“Devemos iniciar agora, no final do primeiro semestre, as obras que devem demorar 18 meses. A conclusão será sincronizada inclusive com a Perimetral Leste”, frisou. O presidente da empresa disse que esteve recentemente com o secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Rangel, que confirmou que a nova via que vai ligar a aduana da Ponte da Integração Brasil-Paraguai e a da Argentina ao porto seco, deve ser concluída em julho de 2025. “Estamos trabalhando com esse cenário”, disse.

 

Envolvimento

O governador Ratinho Junior também confirmou que o cronograma da Perimetral Leste prevê a conclusão das obras simultaneamente ao novo porto seco. “Teve um período que ela (perimetral) ficou paralisada porque tem uma discussão jurídica, um pedido de ajuste da Receita Federal, da Polícia Rodoviária Federal e isso teve que ser mudado. Então teve paralisação, a Justiça Federal acabou nos ajudando na articulação para que essa obra fosse retomada e adequasse os projetos”.

“Agora e a obra já foi retomada. Ela é importante e sonhada por Foz do Iguaçu já há muitas décadas. Vai tirar um “problemaço” logístico de caminhões do centro da cidade e facilitar a integração das alfândegas. Esse projeto da Multilog será um novo centro logístico”. O governador ressaltou que as estruturas vão trazer um desenvolvimento econômico muito forte na cidade.

“(O novo porto seco) vai consolidar Foz do Iguaçu cada vez mais com esse centro logístico da América do Sul. Hoje a cidade, além do seu potencial turístico que é sua grande vocação, passa com investimento de meio bilhão de reais, com uma nova logística, uma nova infraestrutura, sem dúvida alguma vai consolidar Foz do Iguaçu como essa central logística da América Sul, que é o projeto que estamos fazendo no Paraná como um todo”.

 

Transformação

O prefeito Chico Brasileiro disse que o novo porto seco é muito importante, especialmente porque vai liberar uma área muito rica e estratégica de Foz do Iguaçu. “Com isso, o município vai atuar para transformar aquela região onde é hoje o porto seco, numa região de desenvolvimento. A prefeitura nova será construída ali, a Justiça Federal está construindo o seu prédio ali. A tendência é que aquele espaço seja de órgãos públicos e também de investimentos privados”, afirmou.

Os técnicos do município, segundo Chico Brasileiro, já está estudando como será esse desenvolvimento, que hoje é “travado” devido ao fluxo de caminhões no local. “A medida que se organiza a saída do Porto Seco, a Prefeitura já está planejando a abertura das avenidas Pedro Basso a Portugal (até a BR-277), a abertura também da (avenida) Carlos Gomes para que tenhamos realmente um novo corredor viário naquela região, já pensando nessa saída do porto seco”.

Chico Brasileiro concluiu destacando que o novo porto seco tem um significado não só de desenvolvimento econômico, mas de mobilidade urbana. “Hoje sofremos muito porque o corredor dos caminhões é o corredor da Avenida Paraná que é uma avenida central de Foz do Iguaçu. A prefeitura gasta atualmente em torno de R$ 1 milhão só em manutenção desta via por ano. E sem fazer uma estrutura adequada. À medida que o porto seco sai e vai para a BR-277, vamos deixar planejado o investimento para que seja um corredor turístico e não de caminhões”.

 

Gargalo logístico

O despachante aduaneiro Mário de Camargo participou da apresentação e disse que o porto seco, sem dúvida nenhuma, vai fazer a diferença, trazer mais conforto e agilidade nos processos. “Tenho certeza que será um projeto viável, porque hoje temos no porto seco um problema de logística dentro do próprio porto seco”. Segundo ele, a vinda das aduanas da Argentina e do Paraguai, como previsto, “vai facilitar bastante as operações”, concluiu.

“Sem dúvida nenhuma, essa obra vem atender uma demanda de muitos anos, tanto da logística como do comércio internacional em si. Nosso Porto Seco ele foi projetado na década de 1980 e já não atende mais a demanda. Tivemos um recorde 220 mil caminhões no ano. Agora teremos um porto seco planejado e projetado para essa demanda”, completou. Participaram ainda da solenidade secretários estaduais, representantes da RF, PRF e outros órgãos de segurança, do Governo Federal, vereadores e lideranças políticas e sociais.

 

  • Da Redação

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