Suspenso novamente o julgamento de ex-agente penal réu pela morte de guarda municipal de Foz

O juiz substituto Sergio Luiz Patitucci acatou o pedido da defesa e suspendeu pela terceira, ainda sem nova data definida, o júri popular do ex-agente penal federal Jorge Guaranho, réu pela morte do guarda municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, no local onde o mesmo comemorava os 50 anos de idade. O julgamento, adiado pela primeira vez em dezembro de 2023 e pela segunda vez em 04 de abril deste ano, estava programado para quinta-feira (02 de maio) no Fórum de Justiça do município. O advogado Daniel Godoy Junior disse que a acusação espera a “condenação do réu”, independente de onde for o júri.

Sergio Patitucci aceitou o argumento do advogado Samir Mattar Assad, que representa o acusado, de que o julgamento deveria ser transferido da comarca pela repercussão do caso em Foz do Iguaçu e pelo cargo que a vítima, Marcelo Arruda, ocupava na gestão municipal. O juiz entendeu que poderia haver “influência na decisão dos jurados” e cita ainda o fato da companheira do guarda municipal, Pamela Suellen Silva, ter cargo em Itaipu Binacional e o corpo de jurados ser composto por 7 funcionários da usina e 21 funcionários municipais.

Ainda não há data para o próximo júri, que chegou a ser formado em 04 de abril, mais foi suspenso após toda a equipe de advogados de defesa abandonar a sala. A decisão do juiz, no entanto, não bate martelo sobre a transferência de comarca. Patitucci afirma que a suspensão ocorre para que seja “possível o aprofundamento dos argumentos trazidos pelo autor” para assim decidir sobre a transferência do julgamento. A decisão foi publicada na sexta-feira (26).

Acusação afirma que independentemente do local, há fatores que indicam a “possibilidade de um juízo condenatório do réu”. O advogado Daniel Godoy, da assistência de acusação, informou ao GDia que estuda com a família as próximas ações. “A repercussão do crime e seu alto grau de reprovação social, com manifestação de setores da sociedade dos mais variados espectros políticos contra a intolerância política, indicam – independentemente do local onde se realize o julgamento, havendo farto conjunto probatório – a razoável possibilidade de condenação do réu”.

 

Contexto

O crime praticado por Jorge Guaranho ocorreu na noite do dia 9 de julho de 2022. Imagens mostram o ex-agente penal matando a tiros o ex-tesoureiro do PT, por não aceitar o tema da festa e a preferência política da vítima – na época ele era simpatizante do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o Ministério Público (MPPR), que investigou e apresentou a denúncia, houve intolerância político-partidária no caso.

  • Da Redação

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