Organização internacional fraudava sites para roubar dinheiro de contas bancárias

Equipes do Ministério Público do Paraguai e Polícia Nacional realizaram uma grande operação na terça-feira (16) com o objetivo de acabar com um grupo que atuava no ramo de fraudes cibernéticas em nível internacional. Ordens de prisão e de busca e apreensão foram cumpridas em Ciudad del Este e Hernandárias.

Quatro criminosos foram presos na operação, batizada como Bloco Internacional. Eles são suspeitos de integrar uma organização, com sede na Argentina, que operava na falsificação e invasão de sites para acessar dados restritos e roubar dinheiro de contas bancárias.

Depois de invadir as contas das vítimas, altos valores eram transferidos para contas bancárias fraudulentas no Paraguai. O dinheiro era convertido em criptomoedas e sacado por meio de carteiras virtuais, na tentativa de evitar o rastreio.

Para aplicar os golpes, os criminosos usavam de diversas artimanhas. Uma delas consistia no enviou de e-mails, onde os investigados se passavam por agentes e “alertavam” os proprietários de contas bancárias, em várias regiões da Tríplice Fronteira, sobre a necessidade da atualização da dados cadastrais.

Ao clicar nos links enviados, as vítimas eram direcionadas para páginas onde tinham números de cartões de crédito e débito roubados junto com senhas e outros dados pessoais, que posteriormente eram usados para invadir as contas bancárias.

“Eles [criminosos] normalmente enviam um aviso de que precisam atualizar rapidamente seus dados ou sua conta será bloqueada. Muitas vezes, em desespero, acessamos aqueles links onde nos pedem novamente nosso nome de usuário e senha e esses dados são redirecionados para um banco de dados criado por cibercriminosos. O modus operandi é conhecido, mas muitas pessoas ainda caem neste golpe”, destacou o chefe do Departamento de Crimes Cibernéticos da Polícia Nacional, Ramón Aquino.

 

Movimentos Milionários

Um dos presos na operação foi identificado como Rodrigo Días Acosta, de 35 anos. Ele é apontado como um dos principais beneficiários dos golpes. Conforme apurado pelo Ministério Público do Paraguai, em apenas 15 dias o investigado teria recebido 99 depósitos em contas pessoais, totalizando US$ 260 mil, o equivalente a pouco mais de R$ 1,2 milhão na cotação atual.

O valor teria sido redistribuído para outros três integrantes da organização, que auxiliavam nos golpes em massa. Na operação dessa terça-feira, foram apreendidos documentos, armas de fogo, celulares e grande quantidade de dinheiro. Os materiais foram recolhidos nas casas dos investigados no Paraguai e passarão por análise para identificar outros envolvidos no esquema.

O trabalho contou com o apoio da Gendarmeria Argentina, que também cumpriu ações no país onde o golpe teve início. Duas pessoas foram presas e 17 aparelhos celulares foram apreendidos no outro lado da fronteira.

 

 Alerta

Os cibercrimes tem se tornado cada vez mais comuns na era atual. A mesma tecnologia que facilita a vida dos cidadãos em geral, também serve como vertente para diversos golpes, especialmente os que envolvem o roubo de dados. Casos como o que desencadeou a Operação Bloco servem de alerta, pois os criminosos faziam vítimas em nível internacional.

É preciso estar atento para não cair em esquemas fraudulentos. Dentre as ações eficazes, é importante fazer sempre o uso de senhas fortes nas contas digitais, com letras, números e caracteres especiais; manter os softwares atualizados, manter um bom antivírus, jamais clicar em links suspeitos ou abrir arquivos anexos em e-mails desconhecidos, não fornecer dados pessoais para qualquer site, e ficar de olho nos extratos bancários.

Também é fundamental não deixar crianças sozinhas na internet e orientar os idosos, que são algumas das principais vítimas, sobre os golpes mais comuns. Para ressaltar, bancos reais não enviam e-mails ou mensagens solicitando dados pessoais dos clientes.

  • Da redação / Foto: ABC Color

 

 

 

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