Forças de segurança se unem para acabar com a venda clandestina de cigarros eletrônicos em Foz

O comércio clandestino de cigarros eletrônicos voltou à mira das forças de segurança em Foz do Iguaçu. Na tarde da quinta-feira (14), equipes do Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Polícia Militar, Secretaria da Fazenda e Receita Estadual se uniram em uma nova edição da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) para identificar pontos de venda do produto.

As fiscalizações se concentraram nas regiões do Jardim Petrópolis e Vila A. Diversos estabelecimentos que vendem tabaco e similares foram vistoriais, em especial aqueles que ficam próximos a colégios e escolas.

O trabalho resultou na apreensão de 280 cigarros eletrônicos de diversos tipos, dentre eles os conhecidos como e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn (tabaco aquecido), dentre outros. A maioria destes produtos é constituída por um equipamento com bateria recarregável e refis para utilização.

Uma empresa que estava em desacordo com as exigências do Código de Segurança do Corpo de Bombeiros foi autuada. Nos próximos dias outras operações devem ocorrer em pontos distintos da cidade também com o objetivo de acabar com a venda destes materiais.

Os cigarros eletrônicos são produtos que tem a importação proibida no Brasil, assim como sua comercialização ou divulgação por meio de propagandas. A determinação tem como base a resolução n° 46, de 28 de agosto de 2009, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O valor de cada produto no mercado ilegal gira entre R$ 60 e R$ 620, podendo ter tamanhos variados. Alguns cigarros eletrônicos têm aspecto parecido com pen drives, o que facilita sua ocultação entre outras mercadorias e sua importação clandestina. “A venda destes produtos gera prejuízos em diversas formas, além de trazer inúmeros problemas à saúde”, alertam as forças de segurança.

 

Comércio clandestino

Mesmo com a importação proibida, o contrabando e a venda desse produto ocorrem de forma geral por todo o Brasil. Muitas ações para frear o crime em estabelecimentos físicos, como a AIFU, vêm sendo realizadas. Entretanto, a parte mais difícil é acabar com a venda virtual.

De acordo com o mais recente balanço da Receita Federal, considerando os anos de 2020 e 2021, houve um crescimento de 600% nas apreensões de cigarros eletrônicos contrabandeados.

Inicialmente, a ideia dos cigarros eletrônicos era reduzir o consumo do cigarro convencional, mas aos poucos o “acessório” caiu no gosto dos jovens, que fazem o uso indiscriminado dos aparelhos.

 

Riscos à saúde

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo mostra que usuários de cigarro eletrônico têm 42% de chance a mais de terem um infarto do que aqueles que não fazem uso do produto.

Conforme o levantamento, os cigarros eletrônicos possuem o que é denominado de supernicotina, que é o sal de nicotina, muito mais potente que a substância presente nos cigarros tradicionais. O grande diferencial do eletrônico para o tradicional é que no primeiro, no lugar do tabaco macerado, é aquecida a nicotina líquida.

O cigarro tradicional no Brasil tem um limite de 1 mg de nicotina por cada cigarro, enquanto os eletrônicos, que são pequenos e se assemelham a um pen drive, chegam a até 57 mg da substância por ml do líquido.

Além de aumentar as chances de infarto, o consumo da substância obstrui as vias aéreas e os aditivos presentes lesionam o coração, levando à obstrução, também, da parede das artérias que conduzem o sangue e, assim, é facilitada a formação de trombos.

  • Da redação / Foto: Oops Notícias

 

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