Coluna do Corvo
A queimada continua!
Não é fogo no mato e sim aquele jogo de criança, onde um tenta acertar o outro com uma bola. O que acontece é que algumas pessoas simplesmente “se lançam” na intenção de ocuparem as vagas que surgem na esfera pública, acreditando que esse tipo de procedimento é eficiente. Induzem inclusive jornalistas ao erro. Bobo quem acredita. E isso também é uma maleficência das mais robustas, quando alguém vaza um nome à revelia, sabendo que acabará malhado como um Judas em Sábado de Aleluia. Esperar aparecer em colunas de opinião, ou sociais, na ilusão de ser chamado para ocupar a “teta” pública é um baita tiro no pé.
No Meio Ambiente
Com a desastrosa saída de Sérgio Caimi da Secretaria de Meio Ambiente, surgiu foi uma penca de substitutos. A maioria praticou o esporte do auto lançamento, pedindo a ajuda de blogueiros, colunistas e amigos ligados ao governo. Só não sabiam e nem desconfiavam, que o General Silva e Luna já tinha o nome guardado no bolsinho do colete. Vamos aqui entregar o que muita gente não imaginava: lá na formação do governo, muitas correntes movediças sugeriram a indicação de ex-candidatos, a exemplo do Caimi, o que ajudaria bastante na construção da imagem conciliadora. Obvio que o novo prefeito não indicaria um Paulo Mac, o Aírton e muito menos o Zé Elias, Sâmis e o Latinha. Dizem que houve uma queda de braço e o preterido do prefeito acabou no banco de reserva.
General é assim:
Uma fonte palaciana assegura: “o prefeito não impõe. Ele escuta e entende o governo como um coletivo de gente trabalhando pela cidade. Naturalmente abre espaço para opiniões e aceita a vontade da maioria. Faz cara feia em algumas situações e, foi assim que o Sérgio Caimi acabou assumindo o Meio Ambiente”. “O governo terá quatro anos e você fique tranquilo, porque no curso, vou reformar o que for necessário”, disse para aquietar a alma da pessoa que esperava ter na pasta. Só não esperava que fosse tão ligeiro.
Mais de dez
Este colunista contou nos dedos, mais de dez indicações oriundas dos mais distintos setores, na ânsia pela vaga de secretário de Meio Ambiente de Foz. Os mais ventilados foram Kalito Stoeckel e o Rafael Dias, do IAT – Institutos Águas e Terras do Paraná. No caso de Rafael chegaram a fazer quase uma mobilização, uma romaria, o que teria feito o prefeito morder o beiço, de raiva. Ele inclusive seria ligado ao PL, partido do prefeito. Bom, sondando o ambiente, o recomendável seria o Rafa recolher o burro, porque as previsões prometem chuvas.
E a secretaria da Mulher?
As indicações seguem o mesmo curso e, há dois nomes fortes. O de uma advogada e uma artista plástica, escritora, sensível à causa, mas sem experiência administrativa no setor público, o que complica um pouco. “A pasta da Mulher requer muito conhecimento social, da cidade e também de estratégias para reverter a falta de atenção durante décadas”, revelou um integrante do governo.
Cultura no foco
É sempre uma enorme satisfação saber que há vereadores preocupados com o setor cultural e boas sacadas em favor da cidade. Nesta legislatura há vários parlamentares atentos e trabalhando, das raízes aos eventos. O Adriano Rorato, por exemplo, vira e mexe os bairros, fazendo um levantamento das atividades culturais, desenvolvimentistas, e, também, na atenção à produção local, porque o que não faltam são pessoas trabalhando produtos de muita qualidade e que necessitam espaço de comercialização. Ele e o assessor Alexandre Freire desenvolvem um projeto ambicioso e necessário e que pode dar muito certo em Foz, o “mercado das pulgas”.
O que é isso?
Quem não conhece pode torcer o nariz, mas é o nome que se dá a quem comercializa mobiliário antigo, eletrodomésticos, instrumentos musicais e afins. O “Mercado das Pulgas de Curitiba”, por exemplo, tornou-se atrativo turístico, de tão bem frequentado. É o tipo de comércio que faz falta e as várias tentativas deram em nada por uma simples razão: é necessário um espaço físico fixo, porque dá um trabalhão danado deslocar objetos, sobretudo se são antigos, ou foram restaurados.
E como seria?
Lá pelo início da Feirinha da J.K, cujo nome original é Feira Antiquarium, justamente porque havia a intenção de abraçar o segmento de usados e antigos, houve a tentativa de levar antiguidades, mas não deu certo, pelas razões já descrita aqui. No desenvolvimento da ideia, Adriano e Alexandre passaram a estudar o tema com profundidade: “seria bacana um espaço assim na feirinha, mas descobrimos que é necessário muito empenho para carregar e levar as peças, então acreditamos que seria bacana se houvesse um local, por exemplo, no Mercado Público Barrageiro, que fosse aberto aos sábados e domingos pela manhã”, disse.
Ideia evoluindo…
…e é pensando que as coisas começam a se moldar. Hoje a Feirinha da J.K é apenas um dos componentes do chamado Eixo Cultural, que inicia no edifício da Fundação, o antigo Fórum da cidade. O espaço compreende as estações culturais, a sede da Prefeitura, e, segue adiante, nas cercanias da Câmara Municipal. No meio desse belo espaço está a Rua Rio Branco, praticamente vazia, com muitas portas fechadas. E quem diria, a travessa já foi o “point” da cidade, durante décadas. Certamente poderia abrigar o Mercado das Pulgas, o artesanato, a arte, e muito mais, dando vida ao centro.
Rua Rio Branco
Coincidência ou não, a Fundação Cultural começou a desenvolver um estudo para a revitalização da travessa, um pouco depois da reforma ou demolição do antigo Hotel Salvatti. A ideia é fazer uma espécie de “domo” e abrigar eventos como a Feira do Livro, dentre outros. Uma coisa é certa: trabalhando tudo acontece. Dalmont Benites fez uma agenda de anteprojetos, segundo se sabe, tenta encontrar ocupação para a enorme loja no Edifício Banestado; quer fazer uma arena próxima ao Rio Monjolo, ampliando a área da feira de domingo. Para isso basta derrubar um muro. Aqui entre nós, que venham as soluções. Até o antigo edifício da Polícia Federal entrou na mira, para ser convertido em teatro. Creiam, é bem fácil fazer isso acontecer. Basta jeitinho e vontade política.
Ainda o Coppola
Acreditem, o diretor de cinema soube do rebuliço no final de semana e se divertiu. Este colunista é bem antenado. O caso é que o autor da célebre foto, em 2009, ainda não apareceu. Os fotógrafos Caio Coronel e Alexandre Marchetti disseram que o registro não foi feito por eles. Só falta saber se foi Nilton Rolin. Mas a foto não é recente e menos do último final de semana. Apenas para ilustrar, o Francis Ford Coppola em pessoa, autorizou, por intermédio do sócio e amigo Alceu Vezozzo Filho, a utilização de um dos registros para ajudar na divulgação da cidade, como exibido nesta coluna .
…e em 2009…
O Coppola aceitou o convite do Hotel Bourbon e resolveu passar uns dias em Foz do Iguaçu. Foi recebido pelo Alceu Vezozzo, que por sua vez, contou com a ajuda de Gilmar Piolla para levá-lo aos atrativos. Foram dias de passeios, incluindo tour pelo Lago de Itaipu, na embarcação Cattamaran; não faltaram conversas sobre os bons vinhos, os pratos e claro, aulas inesquecíveis de audiovisuais para o deleite dos profissionais da Comunicação Social de Itaipu, segundo relatou o Piolla.
Esperança
O cineasta Francis Ford Coppola deve sim retornar a Foz do Iguaçu. Todos os anos ela passa uma temporada em Buenos Aires, no seu belo Jardim Escondido, hoje sob os cuidados da Rede Bourbon. É numa dessas que ele dá uma escapada para repor a energia das Cataratas do Iguaçu.
- Por Rogério Bonato