Manifestação pede justiça em acidente que matou pai e filho na Avenida JK
Em pedido de justiça, respeito e prudência no trânsito, familiares e amigos de Gilberto de Almeida, de 60 anos, e Alexander Leal de Almeida, de 29 anos, se reunirão nesta sexta-feira (4), na Praça da Paz, na área central de Foz do Iguaçu.
Pai e filho morreram em um grave acidente, na manhã do dia 17 de março, na Avenida Juscelino Kubistchek. As vítimas trafegavam em uma motocicleta, a caminho do trabalho, quando foram atingidas violentamente por um automóvel Chevrolet Cobalt.
O carro bateu contra a traseira da moto, fazendo com que o piloto e o passageiro fossem arremessados. Ambos morreram no local. O motorista do veículo envolvido deixou a área após alguns minutos do acidente.
Uma equipe da Guarda Municipal atendeu a ocorrência e chegou a conversar com o condutor do Cobalt, mas não realizou o teste do etilômetro e também não encaminhou o suspeito à Central de Flagrantes, que seria o procedimento padrão.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SMSP) se manifestou sobre o caso e informou que a conduta dos GMs está sendo apurada pela Corregedoria da unidade.
A Polícia Civil se encarregou das investigações sobre o acidente. O motorista do veículo que causou o sinistro se apresentou na delegacia no dia 20 de março. Ele prestou depoimento e foi liberado na sequência.
Também por meio de nota, a polícia informou que as informações prestadas pelo condutor estão sob sigilo e que as investigações estão em andamento, visando esclarecer todas as circunstâncias do acidente.
Os familiares de Gilberto e Alexandre cobram agilidade no processo e pedem que o motorista envolvido na morte de pai e filho seja responsabilizado. “A gente quer que não seja esquecido o que aconteceu ali, porque não foi acidente, ali foi um crime e não queremos que as pessoas se esqueçam” disse a namorada de Alexandre, Karoline Rodrigues Schoingele.
Estatísticas
Gilberto e Alexandre infelizmente integram uma triste estatística em Foz do Iguaçu. Somente no primeiro trimestre deste ano, 16 pessoas perderam a vida no trânsito iguaçuense e quase 80 sofreram ferimentos graves.
No geral, o Corpo de Bombeiros atendeu a mais de 600 ocorrências, sendo a maioria colisões entre veículos. Nesta categoria foram contabilizadas 366 situações. Chama atenção também o alto número de quedas de veículos, com 156 casos e os atropelamentos, com 46 atendimentos.
No comparativo com o mesmo período do ano passado, foram contabilizados quase 200 acidentes a mais. O excesso de velocidade, a falta de atenção, avanço de preferencial e sinal vermelho e direção sob o uso de álcool ou entorpecentes continuam no topo da lista entre as principais causas de fatalidades.
O levantamento dos Bombeiros aponta que a maioria das vítimas de acidentes em Foz continua sendo os homens, com idades entre 20 e 29 anos.
Vias perigosas
Com cerca de oito quilômetros de extensão, a Avenida Paraná em Foz do Iguaçu é a 5ª via do Estado com o maior número de acidentes de trânsito. Dados divulgados pelo Departamento de Trânsito (Detran) mostram que o trajeto registrou 334 ocorrências no ano passado.
No ranking a via fica atrás apenas da Avenida Comendador Franco, em Curitiba, que registrou 699 sinistros; Avenida Brasil, em Cascavel, com 424 sinistros; Avenida Dez de Dezembro, em Londrina, com 393 casos; e Avenida Colombo, em Maringá, com 346 atendimentos.
Na lista local da fronteira, a Avenida Paraná também se sobressai entre os percursos mais perigosos, juntamente com as Avenidas Juscelino Kubistchek, Costa e Silva, República Argentina e Bartolomeu de Gusmão.
- Da redação
- Fotos: divulgação