No Bico do Corvo

O mundo municipal político carece de mais apoiadores, ou expressões declarando que apoiam uns e outros. Mas parece haver um problema nisso: algumas figuras são tão inseguras, que depois de declararem apoio ficam dias pensando se isso vai ajudar ou prejudicar o candidato. Ó vida cruel!

O centroavante

Paulo Mac Donald inovou no palavreado, disse que a cidade precisa de um “centroavante” para marcar os gols em Brasília. Bom, na comparativa entre jogadores de futebol, seria complicado encontrar outra posição para o deputado Vermelho. Ele não aceitaria, por exemplo, a ponta-esquerda, e até mesmo a meia-esquerda, que são posições de ataque. Pode ser, não ficaria chateado com a ponta-direita, porque é para esses lados do campo que joga o presidente Bolsonaro, de quem Vermelho se declara devoto. Se perguntarem para o Corvo qual seria posição do Paulo, o passarinho ficaria um pouco em dúvidas. Atualmente está mais para zagueiro, lateral-direita, e, no máximo meio-campo.

Intenção

Paulo como sabemos, não é bobo em nada. Sua declaração de apoio, em verdade um endosso, também serve para atualizar como anda a sua popularidade, com o foco nas eleições municipais. Essa briga já começou. Ele encontrou um jeito de aparecer no borbulho, sem precisar disputar. Claro, trabalha a importância do voto útil, porque do jeito que a coisa anda, haverá muitos votos inúteis, ou desperdiçados nesse mar de candidaturas. O eleitor que atender o pedido do ex-prefeito e votar consciente, tem o dever de marcar quem entrou no jogo para esculhambar. Uma coisa é ser democrático, outra é fazer bagunça com o nome da cidade. Pelo menos alguém apareceu trabalhando isso.  

E para presidente?

Paulo Mac, no fundo, bem lá nas profundezas de seu oceano de sapiência, deve viver um certo dilema ao escolher quem vai votar para presidente. Isso dificilmente saberemos, do contrário ele teria declarado o voto. Como político, sabe que Jair Bolsonaro fará cabelo, barba e bigode em Foz do Iguaçu, reduto expressivamente bolsonarista; viu a atenção ímpar do governo federal nos últimos quatro anos; pela quantidade de obras, e, que a cidade precisa manter esse ritmo. A administração Bolsonaro sofreu com a pandemia, mas Brasília não deixou de olhar para Foz. A população reconhece. Foi uma das cidades mais prestigiadas. Agora, se olhar para o passado, o ex-prefeito lembrará que teve muito apoio de vários ministérios enquanto esteve no governo, sobretudo nos setores de Saúde e Educação. Bom, ainda há tempo para ele aparecer de novo e pedir voto para presidente. 

O perfil

Vamos combinar, Paulo é assim um pouco parecido com o presidente Bolsonaro. Além de ser bocudo é chegado numa polêmica, sempre defendeu os seus e o tempo todo peitou o Legislativo, também inconformado com algumas decisões do Judiciário. Há aí similaridade se é para comparar.

Cálculos

Os matemáticos contratados pelos comitês de campanha estão fritando neurônios no cálculo de quantos deputados cada partido conseguirá fazer. Apesar da provável enxurrada de votos pró governo, há preocupação com o número de eleitos. Olhando a lista de candidatos e a importância de cada um em suas regiões, teremos uma briga de facão no escuro. O jogo será bruto na escolha de secretários e ministros, de maneiras que isso ajude suplentes. Vem rodízio pela frente!

Exemplo

A última eleição já foi mais ou menos assim, evidente o esforço do governador Ratinho Jr. para contemplar tantos apoiadores, que foram parar no governo para livrar cadeira na Assembleia Legislativa e Câmara Federal.

Explicações

Os eleitores já devem ter notado os cuidados da Justiça Eleitoral em explicar as urnas eletrônicas e como é possível conferir as súmulas de votação, que estarão afixadas fisicamente e também disponíveis na internet. Isso, por si, é uma pá de cal no questionamento de quem ainda prefere voto de papel, apurado por mesas cheias de gente, cada uma com a sua convicção, afinal de contas, o povo que trabalhava nas apurações também votava.

Primeiro ou segundo turno?

Puxa vida, parem de perguntar isso ao Corvo. Se esse colunista tivesse uma bola de cristal já teria acertado os números da loteria e estaria vivendo na Riviera. Talvez nem tanto, ainda mais com essas ameaças nucleares. Um amigo do corvo que mora em terras europeias se disse muito preocupado com os russos, doidinhos para apertar o botão de disparar foguetes.

E como seria?

Uma guerra atômica a esta altura, esculhambaria todo o planeta e não é difícil de imaginar o tamanho do estrago. Se alguém pensa que só pelo fato de viver Brasil escaparia, se engana. As nuvens radioativas se deslocariam por milhares de quilômetros, espalhando contaminação em tudo, nas lavouras, bichos, água e nas pessoas. Se a Amazônia, quando pega fogo, envia fumaça até a Patagônia, imagina resíduo nuclear na atmosfera? Teríamos uma situação igual a pandemia multiplicada por 10 mil vezes. Tudo iria para o ralo, a assistência, a economia e quase todas as fontes produtivas. Não haveria alimentos e viveríamos como nos piores filmes apocalípticos se é que o cinema conseguiu desenhar isso com eficiência.

Precisam acabar com isso

Essas pessoinhas travestidas de líderes mundiais precisam mudar o tom do discurso, porque o mundo não anda direito quando entra no módulo do pavor. A reação é medonha, causando desemprego e expectativas brutais, quando precisamos um pouco de paz para pensar em salvar o planeta. Olha o tanto que já causamos apenas usando automóveis, poluindo o ar, queimando florestas, erradicando a água; exterminando os bichos. Meu Deus! Que barbaridade!

Há quem acredite…

O mundo ainda é muito pequeno na cabeça de muita gente. Podemos concluir essa dimensão pela quantidade de seitas e credos. Existem pessoas que até gostariam que acontecesse a hecatombe nuclear, porque seria uma maneira do homem voltar para as cavernas e começar tudo de novo, quem sabe do jeito certo. O problema é saber com que recursos contar depois de uma desgraça desse tamanho. Dependendo das ameaças, não haverá nem capim para alimentar os que sobreviverem.    

Política de novo…

Há quem não saiba o que é pior: uma guerra atômica ou perder eleição. Contaram para o Corvo que o ambiente é bem diversificado. Há candidato organizando até festa para a noite do dia 02 de outubro, reservando o chope e a carne para o churrasco. Isso está acontecendo com alguns novatos, que acreditam que farão votos suficientes para a eleição. No lugar de gastar com festa, deveriam reforçar as trancas da casa, portas e janelas, por onde entrarão os cobradores, querendo receber os gastos de campanha.

Trackings

O Corvo deu uma olhada nessas apurações realizadas por meio de telefonemas. Não dá para botar muita fé nos números. Na comparação, entre os prestadores desse tipo de serviço em uma mesma cidade, o qualitativo é absurdamente diferente. Em uma apuração, certos candidatos aparecem na frente; em outra, estão no fim da fila. Dá para entender? É muito chute para pouca bola. E olha está correndo uma boa grana nisso.

Roeção de unhas

O que causa muita ansiedade nos eleitores e meio acaba com a vida de alguns candidatos são as pesquisas. Dizem que hoje sai outro Datafolha e na segunda-feira mais um IPEC. Assim será, com pelo menos uma apuração a cada três dias, até o fim do prazo legal. De uns dias para cá, apareceram muitos institutos com nota “D” exercitando o ambiente, a pedido de gente suspeita, ligada a um ou outro candidato. Todos sabemos que dados irreais não vão a lugar algum, pelo contrário, apenas iludem e atrapalham quem possui chances.

Ambiente acirrado

As várias pesquisas recentes mostram um páreo apertado pela única vaga ao Senado da República no Paraná. Álvaro Dias é seguido por Sérgio Moro, com a diferença de uma cabeça e Paulo Martins correndo por fora, sobretudo depois da dura que o Bolsonaro deve ter dado no governador Ratinho Jr.

E se der o Moro?

O vencedor da eleição presidencial precisará dormir com esse pesadelo. Se der Bolsonaro, terá pela frente um desafeto cheio de “reiva”, se for o Lula, será difícil lidar com um inimigo declarado. Se correr o bicho pega, se ficar…

E o Martins?

Pois é, a insistência de Bolsonaro no apoio ao Paulo Martins pode lhe causar um tiro no pé, porque há a impressão que vem daí o crescimento de Sérgio Moro. Isso é um fenômeno, porque se o Paraná é tão Bolsonarista como se imagina, jamais elegeriam o ex-juiz. A essa altura, entendendo que Martins pode não ultrapassar a dianteira, o presidente pode estar arrependido de não ter deixado o Álvaro quieto no seu canto. 

Agressividade

As campanhas mostram uma certa ferocidade contra Álvaro Dias, que até uns dias atrás nadava de braçada. O nível baixou consideravelmente, com as baterias acertando o senador, em busca da permanência em Brasília. Que dificuldade hein? Muitos cientistas políticos estão se dedicando a este estudo, de entender como Moro conseguiu segurar a onda de campanha e crescer. Bom, ainda falta tempo. Para uns é pouco, para outros, nem tanto.

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