No Bico do Corvo

O mundo emocionante da política

A cidade vai se formando em blocos partidários, mas como diz a música, tudo ainda parece estar junto e separado. É como revoada de andorinha em tarde de veraneio, se avolumam, formam desenhos enigmáticos no céu e depois migram. Mas essas aglomerações são extremamente saudáveis no processo democrático, até que não ocorra uma traição, coisa se sempre causa barulho. O interessante nessa nova soma de partidos é que as costuras parecem bem mais alinhavadas. Há algo diferente acontecendo se compararmos com o passado.

 

Goura e o centro-esquerda

Como este colunista anunciou, o deputado Jorge Gomes de Oliveira Brand, presidente do PDT no Paraná, vulgo “Goura” esteve em Foz do Iguaçu e fez o chão tremer. O que era para ser apenas um “bloco partidário” virou “blocão” literal, até agora a maior frentona da centro-esquerda, reunindo gente do MDB, PV, PSol e quem diria até do PT, como André Alliana e Maristela Viana. Disseram que o Vitorassi estava comendo as carninhas dos dedos de vontade de ir até o local do encontro. Segundo consta, outros quatro partidos bateram o cartão. E tiraram foto, gravaram vídeo, balançaram o coreto. Ao que parece, as águas começaram a se dividir para valer.

 

Vulgo?

Esses dias alguém reclamou da expressão “vulgo”, empregada no discernimento do nome de um fulano de tal. Se ele fosse elite, nariz empinado, “estrela” ou celebridade pode ser, não pegaria bem, porque no Brasil entendem o “vulgo” como um substantivo pejorativo policialesco. É um pensamento equivocado. Na língua culta emprega-se o termo à indivíduos que representam o povo, as classes menos favorecidas; gente popular e que por isso às vezes é tratada com desdém. Para os inteligentes e humildes, ser um “vulgo” é uma honraria.

 

Goura aglutinador

Aí alguém disse: “poxa, é preciso vir uma cara lá de Curitiba para juntar o pessoal na cidade?”. Para começo de conversa não é “um cara” qualquer, é o presidente estadual de uma legenda que fez história, envergada por esfinges como Leonel Brizola e Jaime Lerner; o deputado é uma figura muito querida pela cordialidade e diplomacia e afinal de contas, qual outro partido se dispôs a isso, em olhar de perto a situação na cidade e conversar com outras agremiações? Ultimamente a turma chega e já dá no pé. O povo que organiza o tal “blocão” não está para brincadeira. Quem quiser participar terá que conversar bastante e convencer.

 

Direita preocupada

No início deste ano diziam que os partidos de direita fariam barba, cabelo e bigode. Se fortaleciam muito no cenário, ainda mais quando surgiu o General Silva e Luna, com uma proposta de gestão empresarial na política. Isso parece que acordou a esquerda e os partidos de centro. Uma pessoa disse: “enquanto da direita se organiza a esquerda briga”. É verdade, porém o diferencial das encrencas pode resultar em união.

 

Deslocamento

E quem disse que a direita está fechada, unida? Há dissonâncias e em várias correntes. O PL, de Jair Bolsonaro caminha em paralelo no processo, além do mais, há focos de rebelião em outros partidos. Um exemplo é o ressurgimento de Sidnei Prestes, se lançando pré-candidato a prefeito pelo Republicanos, partido hoje presidido na cidade pelo General Silva e Luna. Acontece que o General chegou-chegando e o Sidnei levou o clássico “chega-pra-lá”, sumiu uns tempos do palco e dizem que andou conversando com uma porção de partidos. O porque ele não ingressou em outra sigla, isso ainda não deu para saber.

 

Prestes a encrencar

Em vídeo nas redes sociais, Sidnei Prestes faz um discurso: primeiro detona o governo Chico, diz que o prefeito “sumiu”; pintou um quadro de desgraça total, pior até que nos tempos de Reni Pereira, de quem foi discípulo, diga-se. Sem querer defender, Chico Brasileiro nunca apareceu tanto nos meios de comunicação como nos últimos dias e por motivos diversos, ou para anunciar demandas, abrir o bico na política ou para explicar a viagem à China. Anda mais na vitrine do que sapato de madame.

 

Sidnei de novo…

Em seu vídeo, Prestes argumenta que é preciso insistir em candidaturas mesmo perdendo seguidamente. Isso deu certo com muita gente, mas com perfis um pouco mais avantajados, como é o caso de Winston Churchill, que nos ensinou que o segredo do “sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”. Sidnei Prestes também não perde o entusiasmo, mas está difícil para ele, como também não é fácil para o China da Motinha.

 

E porque será?

É preciso entender um pouco a trajetória do político e isso não é ofensa, mas sim história. Não vamos aqui mencionar a família por respeito, “tutto buona gente”; mas, relembrando, no primeiro governo de Paulo Mac, o Sidnei Prestes estava à frente de uma OSCIP, conhecida como Aliança Jovem, cuja missão era agregar mão de obra iniciante, coisa que gerou certa polêmica e uns probleminhas, tanto que o órgão deixou de existir. Mas nosso intrépido personagem se tornou ainda “diretor de Convênios” e Secretário da Juventude, Jovem Juvenil! Não, o nome correto da pasta era Secretaria Municipal da Juventude, Cidadania e Antidrogas. Há também algumas passagens com o caso “Plena Paz”, uma ação de sua pasta e que chamou bastante a atenção em determinada época. Fez sucesso! Se foi bom, aí são outros quinhentos.

 

Com o Reni

Saiu o Paulo Mac e entrou o Reni Pereira. Para variar o Sidnei Prestes  teria arranjado um cargo no Centro de Convenções. Pelo menos é o que aparece em documento assinado pelo Djalma Pastorello em 2016.

 

Com o Chico

Saiu o Reni Pereira e entrou o Chico Brasileiro e lá foi o Sidnei Prestes assumir a Secretaria Municipal do Trabalho, o que demonstra a sua versatilidade e, bom entendimento com todas as alas políticas, independentemente suas ideologias e posições históricas. Logo, é de estranhar ele julgar e condenar a administração do amigo com notas tão baixas.

 

Nova empreitada

Na sua caminhada, Sidnei terá que disputar o bastão com o General Silva e Luna, sob trilhos igual locomotiva, cheio de incentivo popular e até mesmo empresarial. Há uma ala forte na cidade que acredita piamente em administração severa, como fosse um CEO de empresa. Prestes terá que vencer a parada no partido. Segundo ele, a candidatura é uma “orientação estadual”. Bom, como nas famílias, isso acontece em todos os partidos. Vamos ver no que vai dar. Segundo dizem, Prestes é bem sintonizado com o deputado federal Giacobo.

 

Sâmis

O ex-prefeito e remanescente da família Silva no setor da política, foi aos microfones da Rádio Cultura e explicou o ambiente ao qual pretende atuar, caso consiga se livrar da improbidade              que ainda o mantém suspenso das possibilidades eleitorais. Obviamente foi na jugular de Paulo Mac Donald o seu mais antigo rival, relatando o prejuízo de Foz do Iguaçu com sua cassação, e, o fato da cidade ser governada por uma prefeita interina por quase sete meses. Isso teria “desconcertado a vida do prefeito que veio em seguida, comprometendo a metade de seu mandato”. Inês Weizemann não deve ter gostado dessa manchinha em sua biografia.

 

Paulo insistente

“É uma loucura de querer ser prefeito. Se for analisar, o Paulo, nas últimas cinco eleições disputou quatro; então é uma sanha de ser prefeito, de querer voltar a qualquer custo; está contratando bancas caríssimas de advogados em Curitiba para voltar para a prefeitura? Então precisa ser analisado tudo isso”. Bom, somando as participações da família Silva no processo, ganham dobrado do Paulo e, no caso, Sâmis perdeu para ele duas eleições, em 2004 e 2008, e disputou também em 2000 quando venceu. Contagem de candidatura não refresca memória. Sâmis, no entanto se diz motivado e à espera de uma boa notícia. Tudo nos leva a crer que terá a chance de uma revanche.

 

E qual o problema?

Paulo gosta da política e seu sonho é ser prefeito, e se der, rei e imperador de Foz do Iguaçu. Nunca foi chegado em ser deputado, tanto que não tocou as experiências legislativas com força, praticamente empurrado pelo partido. Ele gosta mesmo é de trabalhar a cidade, onde é um forte empresário na área da construção civil. Enquanto viver será candidato e o eleitorado adora isso, fato comprovado nas pesquisas. Os adversários que se incomodem, pois, o Mac Lanche Feliz não liga nem um pouco para o desconforto deles.

 

Falar em Paulo…

A metáfora do babuíno, utilizada pelo Paulo Mac em entrevista anda dando o que falar. “Nossa, olhei na internet e esse macaco babuíno é tinhoso, uma fera medonha, no entanto é louco de bonito, todo colorido, mas com a bunda de fora”. Achei que fosse exagero, mas quando esse bicho ataca em grupo enfrenta até leão, uma loucura”, escreveu a leitora Nádia P. S. França. Mas o caso parece ser outro, Paulo mencionou o comportamento do grupo de babuínos ao enfrentarem um tigre. Eles escolhem um membro do grupo e coitado do escolhido, pois em geral acaba virando petisco.

 

Quem quer ser o babuíno?

Taí uma boa pergunta. A selva iguaçuense não é para bicho amador. É provável que alguns partidos lancem candidatos com a intenção de dividir votos e com isso, causar o segundo turno. Em teoria é algo bom, porque a cidade terá um prefeito eleito com mais de 50% dos votos. Por outro lado é um risco os candidatos com qualidade ficarem de fora e elegerem alguém chegado em dar marcha ré no processo, como já aconteceu. É bonito o discurso do “novo”, mas isso causa um “medão” em muitos eleitores, considerando o desempenho dos que eram considerados assim e desempenham muito mal seus mandatos.

 

Caimi

Sérgio Caimi foi ungido pré-candidato com o apoio do PMN e também do PMB, e ainda com o apoio do Tércio Albuquerque, que optou em tratar da saúde, mas como sabemos, isso vai ser difícil e a dona Rosana terá a missão de amarrar ele em casa. Em reunião com o grupo, Caimi conta com aval da executiva estadual do PMN – Partido da Mobilização Nacional, onde deverá se filiar na semana que vem

 

Felipe Gonzales

Saindo um pouco da política, é preciso registrar o sucesso que foi a participação do presidente do Visit Iguassu, Felipe Gonzales, no super evento realizado em Rio Quente e Caldas Novas, no Estado de Goiás. Ele fez valer por meio de uma bela apresentação ressaltando a organização institucional e a busca pela sustentabilidade, uma estratégia que projeta Foz do Iguaçu o Destino do mundo, iniciada em 2007 e 2012, com a gestão integrada do turismo, unindo a prefeitura, empresas e empresários, por meio do Visit Iguassu/Comtur e Itaipu Binacional. (Corvo3)

 

Chegamos ao sábado!

Ufa e que calor hein, no clima, na política, em quase tudo. Mas é bem melhor uma vida “acalorada”, cheia de emoção do que o marasmo, a tristeza e a solidão. Bola pra frente! Um emocionante e acalorado fim de semana a todos, inté terça-feira!

 

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