No Bico do Corvo
Impasse
A Câmara fez um contraponto inteligente perante a opinião pública: partiu para um projeto que propõe redução do salário dos assessores isso economizaria cerca de R$ 5,2 milhões por ano no orçamento do Legislativo.
Seo João
Os microfones da Rádio Cultura vibraram com o anúncio; os assessores nem tanto. Claro, o próprio presidente João Morales ponderou na entrevista que a proposta será analisada em conjunto com todos os vereadores. Portanto, isso ainda vai render uma baita discussão com os demais colegas, até porque uns são muito enrabichados com os colaboradores. A discussão surgiu como uma contraproposta, em verdade a uma “carta compromisso” que foi assinada por oito vereadores na intenção de reduzir o orçamento em R$ 7 milhões. Uma pegada dessas, assim, de cara, no torque bruto, inviabilizaria o plano de investimentos da Câmara que foi elaborado por uma competente equipe técnica do Legislativo.
Uma coisa e outra
Então, para manter o plano em pé, o João Morales partiu para o ajuste do quadro de assessores em três categorias. 2024 começa mais magrinho no bolso do povo que labuta nos gabinetes. Mas eles não ganham pouco, o “assessor I” receberá um valor que orbita R$ 8 mil líquido; um “assessor II” passará a ganhar R$ 6 mil; e o nível III o salário é R$ 3,5 mil líquido”, explicou o João. Com uma medida dessas, é possível projetar uma economia de R$ 5.278.883,09 no próximo ano.
Os investimentos
O Corvo escutou atentamente a gravação da entrevista e Morales, bem como dos assistentes Fabiano Borgheti (técnico da diretoria geral), e o servidor de carreira e assistente técnico da Diretoria de Segurança Física e Digital (TI), Waldson de Almeida Dias; eles fizeram um detalhamento do plano de investimentos e isso contempla vários setores. Faz bastante tempo algumas áreas não recebem melhorias e isso foi formando uma bola de neve. A Legislatura quer sanar as anomalias que foram se criando ao longo do tempo.
O Orçamento de 2024
Morales falou sobre o orçamento do município e o que foi requerido pela Câmara Municipal para o ano de 2024. A Constituição diz que o teto orçamentário é de até R$ 51 milhões, mas restou aprovada por todos a proposta de R$ 47 milhões. E agora, desse valor, oito vereadores resolveram assinar uma proposta de redução, sem, ao menos, conversar com a Presidência. E como se vê, a Câmara nem está utilizando o teto e sempre acaba devolvendo algum ao final dos exercícios.
Melhorias e economia
A grana na Câmara tem um destino certo. Tirando os valores do plano de investimentos, quase 95% do orçamento é para a folha de pagamento e manutenção. Os técnicos que acompanharam o presidente na entrevista garantem que é “a primeira vez que há investimento nos servidores com melhorias estruturais e isso vai resultar em economia lá na frente”. As soluções tecnológicas que serão implantadas, por exemplo, como diminuição no uso de papel e modernização digital, podem gerar economia, melhorar as condições dos servidores e até dos vereadores. E a reforma e ampliação no prédio vai acabar com os gastos de aluguel.
Sem papel…
A Câmara implanta o projeto “Papel Zero”, com tudo realizado via digital. Arrisca não usarem mais até papel higiênico, porque disseram ao Corvo que o João Morales pediu para orçarem chuveirinhos, ou duchas higiênicas nos banheiros. A lavação é muito mais eficiente, o problema é o povo se adaptar e levar toalhinha de casa. Aqui entre nós, isso não é em nada complicado. O único papel aceitável nos anais legislativos é o GDia, quando dá de cutucar os vereadores.
Tudo eletrônico
O Corvo é um ser das letras e artes, logo, sempre utilizou papel para suas atividades criativas. Acontece que de uns tempos para cá, nem resmas do tipo A4 entram em casa. Dizem que as companhias prestadoras de serviços estão implantando programas sério de redução de impressos e não demora o povo não receberá mais o talão de água, luz e até mesmo outras cobranças. O avanço é realmente impressionante e plenamente sustentável. O mundo “sem papel” é uma realidade, o que falta agora é eliminar o plástico, isopor e outros itens muito utilizados no comércio. O dono de um mercadinho disse que aumentou bastante a procura por sacolas de fazer compras, como as de antigamente, que ficavam penduradas atrás da porta da cozinha ou despensa.
Disputa acirrada
Embora a queda de braço orçamentária, com prefeitura se defendendo das agulhadas da Câmara (vice e versa), boa parte dos vereadores enfrentam o dilema da reeleição. Sim, fizeram uma apuração e descobriram que precisarão malhar atleticamente para permanecer ocupando os gabinetes. A concorrência é gritante.
Aumento?
Há quem ensaie lançar uma proposta de aumentar o número de vereadores e parece, a ideia é bem aceita em todo o bloco político, até mesmo pelos mais radicais. Várias cidades estão partindo para essa solução, de acomodar mais representantes legislativos. Quem conhece do assunto diz que Foz está defasada.
Como é isso
O Corvo pesquisou e confirmou que em Municípios com população entre 120 e 160 mil habitantes podem manter até 19 vereadores. Quando a faixa populacional é de 160 até 300 mil habitantes, cidades assim poderão contemplar até 21 vereadores. População entre 300 e 450 mil habitantes as Câmaras encaixam até 23 vereadores. Foz possui, segundo o último levantamento, possui mais de 285 mil habitantes, logo, poderá manter 21 vereadores, seis a mais que o plantel atual. Na teoria e na matemática, ficaria mais fácil alguém se eleger.
O problema é outro
O caso é “vender” essa ideia à população, que odeia discutir essas coisas. Dizem que elevada a polarização também nos municípios, o momento é mais que oportuno. Muitas cidades do mesmo porte possuem mais vereadores em exercício. Dizem que em Foz, a maneira de equilibrar o assunto é começar diminuindo os assessores e mexendo no salário deles. O equilíbrio das contas é um forte argumento de convencimento. Vai ver, é isso que o João Morales articula. Se conseguir entrará para a história. Disseram ao Corvo que ele é contra, mas não colocará obstáculos. Há vereadores trabalhando isso com força.
Os partidos
Aumentar o número de vereadores mexe também com a eleição para prefeito, porque amplia as bancadas, aumenta a quantidade de gente puxando votos. Bom, de qualquer maneira parece haver uma contradição, pois boa parte das cidades onde realizam o segundo turno possuem um número maior que 15 vereadores. Por onde começar uma discussão assim é que parece ser um problema.
Fiscalização nas aduanas
Se a “duralex” ou seja, as novas normativas da PF estão mexendo com o movimento na aduana com a Argentina, pensa a dor de cabeça, quando implantarem para valer a atividade na Ponte da Amizade? Aí sim o bicho vai pegar para valer. Disseram ao Corvo que todos os postos aduaneiros obedecerão a regra, incluindo portos e aeroportos.
Flexibilização
O deputado Vermelho trabalha a cabeça das autoridades em Brasília e ele fala com todo mundo. Embora próximo de Bolsonaro e pertencente ao PL, o deputado transita muito bem no governo e está em condições de pleitear uma flexibilização nas regras. Perlo menos haverá mais gente trabalhando, o que ajudará bastante em fazer a fila andar.
Incógnita
…o futuro é mesmo uma incógnita. Em certos aspectos, num passado até recente, imaginávamos que a esta altura, 2023, nem haveria mais controle em aduanas, e eles seriam deslocadas para as entradas das cidades. Isso não saiu do sonho e, ainda por cima, acontece ao contrário.
Trânsito
Corvo, olha só, trabalho no aeroporto e sei o movimento que há na Avenida das Cataratas e BR 469. É perfeitamente possível trafegar com segurança. O que acontece, é que em condições assim, com obras e tudo o mais, uma viatura da PRF ajudaria bastante a inibir os apressadinhos. A gente só vê a Polícia Rodoviária por lá, quando é para fazer escolta ou de autoridades ou de presos.
Jucimara R. L. leal
O Corvo responde: prezada, a PRF fica em geral, na aduana com a Argentina. Sim, uma viatura faria a diferença. Segundo consta, taxis e veículos que trabalham os horários de pico e na chegada dos voos é que andam bem rápido. A duplicação ajudará nessa tarefa.
Lá vem feriadão
Dia de finados (02/11) cai em quinta-feira e Proclamação da República (15/11) na quarta-feira. É quando o povo se descola dos grandes centros para fazer compras de Natal na fronteira. As lojas estão se preparando e prometem apresentar os lançamentos. Há quem ensaie uma liquidação antes da reposição de estoque. Fiquem de olho. Uma boa quinta-feira a todos!
Cancelamento
Muita gente estava feliz com uma apresentação do projeto Teatro Musical Unila, na composição do espetáculo A Ópera do Malandro que aconteceria ontem (25/10). O grupo precisou operar um cancelamento, pois uma das atrizes ficou doente. Resta saber se as demais apresentações ocorrerão. O Corvo promete informar.