Coluna do Corvo

Raridade

Paulo Mac Donald Ghisi é um desses raríssimos personagens na política, capaz de se articular com todas as frentes e ainda sai dando risadas. Isso chega a causar calafrios em algumas pessoas, porque nunca saberão o que de fato ele pensa. O bicho é tinhoso! Ontem este colunista ficou sabendo – de fontes seguras – que no mesmo dia, ele conversou primeiro com Jair Bolsonaro e no fim da tarde, com o presidente Lula. Um teria entrado em contato para se desculpar, mas no fim da conversa largou um “tamo junto okay?”. Já, Lula, o teria parabenizado pela escolha, ou seja, de assinar ficha no PP, quando todo mundo acreditava que seria no PSD. Se alguém duvida, que pergunte a ele! Dificilmente dirá que é verdade ou mentira. Vai olhar para a pessoa com aquele “zóio de coeio” e perguntará: “o que você acha”?

 

“Zoinho de coeio”

As inutilidades: quem saiu com essa foi o Dilto Vitorassi em meio a campanha de Paulo pela reeleição, em 2008. O petista desceu as barrancas do Paranazão para entrevistar um idoso e ao especular se o Paulo já havia passado por lá, o homem disse que “o zóio de coeio” nunca tinha aparecido. Sarro geral, até hoje.

 

Informações

Paulo Mac fica curioso e quer saber onde este humilde escriba consegue certas informações para a redação da coluna. Bom, isso tem explicação: primeiro, consulta as fontes, checa os assuntos, confere, faz o contraditório, enfim, trabalha o ambiente com precisão de bisturi, com a calma de pintar soldadinhos de chumbo. Em segundo plano, é preciso explorar o laboratório da história, onde o comportamento político está gravado em pedra. Neste caso a memória conta. Por fim, quem conhece os políticos e suas astronômicas facetas, está na zona de conforto para deduzir suas capacidades e pensamentos. Escrevam: pouca gente conhece Paulo Mac Donald Ghisi e suas peripécias como este escrevinhador cotidiano. Tá bom assim?

 

Aconteceu

Paulo considerava um pé no PSD e foi levado pela lábia da ratolândia, afinal de contas, era conveniente que ele pensasse assim. Mas como diria o personagem Chaves, lá atrás, Paulo não contou com a sua astúcia, em imaginar que levaria um rodo. Aí não se sabe o que é pior: saber da armação ou não saber? Que barbaridade! Mas enfim, separou-se o joio do trigo.

 

Bracinhos dados

Para quem conhece um pouco o ambiente político, não subestimaria a construção da amizade entre o General Silva e Luna e o governador Ratinho. Isso começou lá nos tempos da Itaipu, e juntos, eles estão realizando um pacote de obras invejável. Ou isso é mentira? Segundo se sabe, o governador sempre esteve com o General, o que fazia era ganhar tempo para articular a ideia com o seu grupo político. O “Dia D” foi quando Silva e Lula e Paulo encontraram o governador nas dependências do Hotel Rafain Palace. Foi lá, depois de uma xícara de café, uns pedacinhos de mamão e meio pãozinho, que Ratinho Jr decidiu com quem iria e passou a acelerar o processo. Santa ingenuidade de quem não viu.

 

Relembrando

O General chegou cedo, bem-disposto, sempre com aquele sorriso. Encontrou o governador como fosse um antigo amigo e conversaram com muito discernimento. Depois é que chegou o Paulo, com o rosto meio amassado, camisa fora da calça e sapato sem meia, bem ao seu estilo e creiam: roubou a cena. Apareceu em foto, como ocupasse um pódio. Quem acreditaria que algo assim não prosperaria? Quanto maior a ilusão, maior o tombo.

 

Protagonismo

O esporte preferido do Paulo é posar como a prima-dona da fronteira; ele não aprende de jeito algum. O problema, é os adversários lidarem com isso. Uns assimilam, outros não. O ex-prefeito deve imaginar que terá uma pedreira pela frente e isso deve alfinetar o seu pensamento, o tempo todo.

 

Sâmis e a entrevista

O ex-prefeito emedebista e hoje tucanão disse que ele e o papi Dino Sauro da Silva, ops, Dobrandino Sauro da Silva, ops… de novo, Dobrandino Silva, sempre fizeram uma política de centro. Isso é verdade. Mas ao relacionar as possíveis parcerias, citou alguns partidos, como PDT, Podemos, Solidariedade e União Brasil. Foi o suficiente para a terça-feira chuvosa e preguiçosa incendiar logo cedo! A gritaria não foi pequena e causou arrepios em alguns caudilhos brizolistas e, de outro lado, no povo do União Brasil.

 

Tio Dino

Ele diz que vive a melhor fase da vida, brinca com os netos, assiste a novela e, jamais, em tempo algum, desviou um olho da política. Impressionante. Com o Sâmis se preparando para eleição, então, o homem parece um piá. A memória do ex-prefeito é fotográfica e ele lembra situações que até mesmo os protagonistas esqueceram. Este colunista que orgulhosamente vos escreve, possui várias passagens com o grande Dobrandino Gustavo da Silva e também com o seu irmão Zizo, uma cabeça invejável quando o assunto era articulação. Lembrando: o calor em Foz é próximo da porteira do inferno e em dada ocasião, usar bermudas era uma necessidade. “Não quero saber de gente vestindo ‘carção’ na prefeitura”, disse ao me avistar subindo as escadarias.

 

Não para

De uns tempos para cá andam escondendo o aparelho celular do Dobrandino, do contrário dá-lhe digitar mensagens à mesa, no sofá e até na madrugada. Para os políticos, eleição causa coceira igual bicho de pé. Dobrandino ainda mantém o recorde de mandatos. Se não errar na matemática, ele possui 87 anos.

 

Zé Elias

Segundo o presidente do “UB” em Foz, nunca houve uma conversa com o Sâmis para tratar de aliança ou parceria, ou qualquer outra coisa. Zé Elias disse não estranhar que o seu partido, agora, virou uma espécie de “queridinho de todos” e isso se explica pelo tempo de TV que é bem graúdo. É a terceira bancada do Congresso. “Conversa com o UB é fake”, disse. Bom, vai lá saber com quem o Sâmis andou conversando?

 

Quase certo

Mas nos planos de Sâmis, a parceria proeminente é com o MDB, seu antigo berço, muito antes de soltar as plumas no ninho dos bicudos. Sendo assim, segundo uma informação, o nome de Fernando Maraninchi é quase certo na composição de vice.

 

Já que o assunto é vice…

Vamos pensar: qual o vice-prefeito, em algum momento, não criou uma baita confusão em Foz? Alguns governos até atravessaram o mandato com tranquilidade. Vamos lembrar que Paulo Mac foi vice de Harry Daijó e rapidinho foi apagado do mapa. Depois, o Vitorassi se tornou vice do Paulo e espirrou para Brasília. A vice perfeita, dizem, foi Ivone Barofaldi, mas herdar o governo de Reni Pereira não foi prêmio algum, pelo contrário. Já o Paulo teve Chico de vice e hoje almoçariam os fígados; Chico por sua vez, aceitou o fiel Nilton Bobato e deu de trocá-lo pelo Delegado Sampaio, o resultado foi uma encrenca sem precedentes. Por essas e outras a escolha do vice é mais complicada que casamento, pois sempre corre o risco de acabar em divórcio litigioso.

 

Era tão bom!

Os vices, em geral, eram bonzinhos, ficavam na deles, o que mais esperavam era uma boquinha de representar o prefeito, se possível em alguma viagem ao Japão, China ou em Ciudad del Este que fosse. Não vamos disfarçar que em várias situações os vices contaram com a sorte ou o acaso, diante de alguma fatalidade, na esperança de encurtar o caminho. Hoje em dia são mais ambiciosos, com lista de prerrogativas e promessas. Vamos ver até onde os vices somam de verdade.

 

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