Coluna do Corvo

Foz e os 110 anos!

Esta coluna passa o ano discernindo a política e os políticos, suas demandas, o que dá certo, errado ou aquilo que não sai do sonho, relevante a utopia. Também acreditamos nas promessas e nos desiludimos. A diferença é que podemos cobrar com um pouco mais de eficiência, o que o cidadão às vezes não consegue, infelizmente. Haja encrencas para relatar porque o setor vive sentado em formigueiro. Mas, crer, ainda é importante e por isso, não custa mostrar para esse segmento o que a cidade espera de nossos intrépidos representantes nos próximos anos.

 

Saúde

Vejam como são as coisas: Chico Brasileiro iniciou o segundo governo com a pandemia, e, precisou envolver a administração por inteira na reforma de postos de atendimento, UBS’s, UPA’s, em ampliar o Hospital Municipal, conveniar com HMCC e não se falava em outra coisa que não fosse correr atrás de recursos para UTIs e especializações. A impressão que se tinha é que a Saúde jamais se tornaria um problema, depois de tantas providências. No entanto, no ainda recente levantamento da Radar Inteligência, é justamente a Saúde a área mais abordada pela população. O que será aconteceu?

 

Difícil domar

Se os pré-candidatos acreditam que resolverão facilmente os problemas na Saúde que tomem tento. O setor é o pior em todas as administrações públicas do mundo, até mesmo nos países mais desenvolvidos. E, antes de malharem a atual administração, terão que apurar bem as ocorrências, do contrário, pagarão um grande mico adiante. Criticar é fácil. Segundo a Radar, o tema norteou seis pontos na lista dos dez problemas ou situações graves enfrentadas pela população. Todas as regiões são afetadas com reclamações de lentidão, filas de procedimentos, falta de medicamentos, especialistas; quem melhor souber apresentar soluções no período eleitoral é que vai se dar bem.

 

Afeta a todos

A Saúde não é um tormento apenas aos pobres e classe média. Toda a população usa os equipamentos públicos, até mesmo famílias com a renda considerada acima do padrão. Um sintoma disso é o alto índice de reclamações aos planos de saúde e o rompimento de contratos em razão da crise no pós-pandemia. Foz isso é um pouco mais complicado, porque o município recebe do SUS um valor muito abaixo da realidade, uma vez que atende paraguaios, argentinos, visitantes e turistas, e, gente de muitas cidades. Olhando os números, a Saúde será o ponto forte dos debates eleitorais.

 

Educação

Olhar a Educação é uma maneira de entender o desenvolvimento. Impressionantes a quantidade de creches entregues sobretudo nas administrações Paulo e Chico; como as escolas que foram reformadas, a criação e manutenção de Centro de Convivências; mesmo assim, parece ser difícil suprir a demanda. Não são apenas as boas notas de alunos e professores que norteiam a qualidade do ensino, é preciso um olhar mais apurado em tudo; educação é uma meta constante e, que, na outra ponta, pode ajudar a resolver questões em várias áreas. Povo educado é que melhor sabe lidar com todos os problemas. O que será preciso fazer para ampliar e melhorar o ensino básico em Foz e preparar os futuros cidadãos?

 

Urbanismo

A cidade está em constante expansão e considerando uma área territorial de certa forma limitada, diferente de outras cidades, tudo nos leva a crer que serão necessários implementos criativos, inovadores e tecnológicos. Recentemente a Foz encarou uma encrenca sobre o transporte, mas com uma discussão política pífia, sem argumentação e menos ainda propondo resultados. O atual governo fez um arranjo temporário, visto o tempo da licitação para a operação, mas, como será o futuro? O atual contrato vencerá na próxima administração e como o novo governo lidará com isso. Em outra análise, Foz é um grande laboratório de modalidades, mas ainda não ousou implantá-las, saltando na frente, atendendo as regras sustentáveis. Sabemos que a frota de veículos precisará diminuir e investimentos para transportas a população com conforto, agilidade e qualidade.

 

Mais ar e verde

Alguns projetos encantaram a população, mas por enquanto não saem da tela dos computadores e das imagens gráficas da inteligência artificial. Quando é que iniciarão a tal Beira Foz, ou os parques lineares, com os espaços maravilhosos de laser, praças e jardins? O que se vê é o acúmulo de lixo ajudando os riachos transbordarem; espalhando endemias, dificultando o controle ambiental. Há muitas reservas técnicas e APAs simplesmente abandonadas, sem planos de conservação. Falar em sustentabilidade, em objetivos do mundo sustentável e não olhar para esses locais é viajar na maionese. O que de fato aconteceu no Bosque Guarani, com a desativação do depósito de animais? Como ficam as áreas cedidas ao município próximas ao Lago de Itaipu; até quando o dinheiro público será usado em arranjos paliativos, como no Terminal Turístico de Três Lagoas, depredado duas vezes ao ano?

 

Habitação

Se o cidadão passear pela cidade notará o surgimento de novos bairros, condomínios; a verticalização está aos olhos de todos. Fora isso, é difícil conter a migração e acontecem situações similares em outras cidades na faixa de fronteira. Frente a isso, mais famílias vão habitar a beira dos mananciais, os agrupamentos irregulares e até mesmo espaços que eram favelas desativadas. Ou a administração pública normatiza de vez a situação ou sempre lidará com imbróglios de regularização. Ao olhar de muitos, a construção de casas e blocos residenciais continua sendo a solução. O caso é que logo, não haverá área para todos os que necessitam um teto. Como a prefeitura organizará o setor, a exemplo de locais onde moradias populares são construídas por meio de novas tecnologias, como a fábrica de casas em Cascavel?

 

Vocação e economia

Os pilares de desenvolvimento de Foz estão sempre em evidência, mas será que o comércio e o turismo são atendidos como espera a iniciativa privada, geradora de milhares de postos de trabalho? Há impaciência toda a vez que a Câmara Municipal aprova orçamentos e lida com Leis e diretrizes orçamentárias. O grosso da arrecadação atende Saúde, Educação e a máquina pública. Para prover desenvolvimento e gerar empregos, não seria necessário investir mais em divulgação, segurança, em limpeza das ruas, em cultura?

 

Equívocos

Todos os órgãos responsáveis pela previsão de desenvolvimento erram nos prognósticos; Foz cresce muito mais rápido do que conseguem projetar. Seria no mínimo interessante, que os governantes planejassem isso com mais fundamentos e ouvissem mais a comunidade, por meio de governos verdadeiramente participativos. Ao lado disso, a cidade não pode perder de vista os programas governamentais, porque há muitos projetos e dinheiro disponível em Curitiba e Brasília; o problema é captar os recursos e prestar contas eficientemente. Não aderir à programas, com medo de cumprir a responsabilidade fiscal e as etapas dos projetos, é diploma de incompetência. A gestão pública precisa ser arrojada, independentemente o alinhamento partidário e político.

 

Tudo o mais…

Uma cidade se fundamenta em muitas ramificações e necessidade de atendimento público a todo momento, logo, não seria possível publicar todas as dúvidas em um espaço tão resumido. Mas os pré-candidatos que se preparem, porque a população está à cada vez mais desprovida de paixões e focada na realidade. Foi-se o tempo da ilusão. Bom, vamos arranjar pelo menos uma linha para desejar Feliz Aniversário Foz do Iguaçu!

 

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