Coluna do Corvo

Pesquisa?

No fechamento da coluna surgiram os números da pesquisa Radar Inteligência sob registro no TSE – PR-02135/2024 com a data de 29/05/2024. O levantamento ouviu 600 eleitores nos dias 28, 29 e 30 de setembro, com data para ser divulgado neste dia 02 de outubro. A margem de erro é 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%. Como trata-se de uma iniciativa do GDia, a ideia foi realizar um suplemento especial, com destaque aos números. Algumas pessoas estavam fazendo plantão com barraca inclusive, no terreno ao lado do jornal.

 

E agora?

Não resta muito além de esperar o dia da eleição e conferir quem mais chegou perto do resultado das pesquisas. Tudo é possível e o cenário não está livre de mudar, dependo a ocorrência de algum fenômeno. O Corvo não vai roubar o pirulito do jornal, portanto, apreciem o suplemento especial.

 

A nova linguagem

Muitos cidadãos recebem mensagens inovadoras no campo da política. “Você é um forte influenciador, uma pessoa escutada por todos, pelos parentes e amigos, portanto, passe adiante o meu pedido de voto, porque graças ao seu apoio, serei eleito”. Por favor né? Apesar de nova, o apelo não cola. Ai se a Justiça descobre que isso é impulsionado? Daqui ao domingão eleitoral teremos um pouco de tudo.

 

Zona de rebaixamento

A política não é como no futebol, onde equipes são rebaixadas diante do fraco desempenho, independentemente de serem clubes fortes, com milhões de torcedores. A regra é clara, se ficar entre os últimos, cai para outra divisão. Quando o assunto é eleição, os últimos brigam para não ficar na lanterna, o que não é lá algo que inspira outras revoadas.

 

Em Foz?

Não sabemos ainda qual será o “lanterninha”, ou as pessoas que contarão os votos nos dedos, a exemplo de muitos candidatos à vereança, mas a briga está feia para não levar o posto de último lugar. Em verdade, os candidatos não devem considerar isso como algo dantesco, porque é mais um feito daquilo que convencionam como polarização, um moinho de triturar ossos, até de gente boa.

 

Pirando o cabeção

Vamos combinar? A cabeça dos candidatos deve estar repleta de sensações adversas, dúvidas, ansiedade, com um labirinto de iniciativas pela frente, sem saber qual caminho seguir. O que será, cada um pensa? Não é assim um pecado muito grande imaginar. Vamos tentar…

 

Paulo e o Generauuuuuuuuuu

A essa altura, Paulo Mac deve maturar maneiras de convencer o povo que merece voltar e concluir a sua obra destruída pelo Reni Pereira e enjambrada pelo ex-amigo Chico Brasileiro, o que parece não deu lá muito certo. O que certamente lhe incomoda mais é brigar com um novato, do tipo “chegou e já quer sentar na janelinha”. Não é fácil para alguém que milita a mais de 50 anos, lidar com algo assim? Esse confronto do “conhecido pelo desconhecido” e suas variáveis é mesmo um nó na cabeça dos candidatos e dos eleitores. Como desatar uma coisa dessas?

 

Generauuuuuuuuuu e o Mc Donald’s

Com fome, geralmente, a pessoas não degustam um sanduíche pelas beiradas. Abocanham e praticamente engolem. Isso é um perigo, dependendo o que há entre as fatias de pão. O General possui um domicílio eleitoral recente, de um ano e pouco e trabalha para mudar o sistema abruptamente, ou seja, tenta convencer pela novidade, e é aí que enfrenta as dificuldades, até com apoio do governador e do ex-presidente Bolsonaro. Os iguaçuenses resistem, pois lembram algumas lições do passado e é daí advém a necessidade de pensar. Esse clique “vou pensar para depois votar”, é a pedra no caminho. Como implodir isso?

 

Aírton e o admirável mundo novo

Não deve ser fácil esse exercício da metamorfose, em deixar de ser uma pedra e aceitar virar em vidraça, mesmo com blindagem reforçada. Mas o problema maior do Aírton é outro: como ligar a turbina perto da linha de chegada e alcançar os caras que disputam a ponta? O candidato conseguiu até o momento emplacar um plano de governo, porque não perdeu tempo com as encrencas, e, por isso cresceu. Ganhou simpatia, mas é o suficiente? Ele vive dificuldades e uma delas é equilibrar os votos de todas as frentes, porque somente eles alimentarão a velocidade que precisa para alcançar alguém e colocar um pé no segundo turno. É aliás o trabalho que a esquerda vem realizando, na base do “paz e amor”, para ver se chega. Uma das vantagens do candidato é a proximidade com Itaipu e o governo federal, o que o cidadão reconhece que é importante.

 

Sâmis e a corrida de obstáculos

Um dos efeitos causados pela campanha de Sâmis da Silva foi levar muita gente ao passado, quando os olhos da maioria só querem saber do futuro. Convenhamos, sua administração foi nublada pelo sucessor, e, fazer a população lembrar, é uma tarefa muito complicada. A memória na administração pública é de certa forma recente, impulsionada pela sucessão de fatos e, o Sâmis, insiste em reviver coisas que aconteceram há duas décadas. Isso só se acha nos arquivos amarelados pelo tempo e que estão dos jornais e olha lá. Tudo o que os sucessores fizeram está armazenado na internet; o que o candidato tucano fez não foi documentado pela tecnologia. Ele deve ter tirado muitas lições dessa empreitada.

 

Zé Elias e a bolha

Uma das prerrogativas ao encarar o desafio de ser prefeito de Foz era para “furar a bolha”, e, não, de maneira alguma ser engolido por ela. O candidato do União Brasil faz uma caminhada espartana e tenta a todo o custo emplacar o seu recado, de juntar pessoas que se importam com o que está errado. Ele sabe muito bem que não é uma missão simples, em fazer as pessoas se desfazerem do senso de impotência, até mesmo com a ajuda de Sérgio Moro, que por sua vez também faz um teste. Zé Elias, em suma, deve ser o único candidato que não se importa muito com resultados, apenas quis agregar uma experiência um pouco mais robusta em lidar com a população e deve estar analisando todas as respostas.

 

Caimi e o vácuo

O candidato viu-se em muitas encruzilhadas e situações até inesperadas, como o fato de precisar diminuir a lista de vereadores, pela ausência de mulheres. Sem dinheiro, sem espaço nos horários gratuitos e, sem aliança com outros partidos, lançou-se ao espaço com roupa de astronauta, mas sem o foguete. Realiza mesmo assim uma campanha cuja plataforma são as suas aparições em debates e palestras, onde é muito bem aceito. Isso é algo que certamente agregará valor de discurso no segundo turno, se houver.

 

Jurandir Latinha e o desfecho

O candidato que se auto proclama dos pobres, oprimidos e da esquerda raiz talvez tenha cumprido o papel além de todas as perspectivas, porque soube se mover sem recursos e explicou muito bem isso aos eleitores, por meio de humildade. Mas será que é o suficiente para arrebatar votos e sensibilizar o coração gelado da maioria na cidade? Bom, ele sabe que se mostrando na “esquerda”, é desprezado pela direita e em muitos casos, não é levado a sério. É o maior problema da maioria dos candidatos que trabalham as propostas de partidos como o PSol e ideologias como Rede Sustentabilidade. Pode ser, em razão desse diferencial, muitos estão ansiosos em saber como ele vendeu o peixe, ou melhor, deu o recado.

 

Só cinco dias

Pois então, restam apenas os dedos de uma mão (se contados) para o grande dia, ou o mais esperado pelos políticos. Alguém ontem disse, com cara de espanto: “já passou o período de campanha?”. O tempo voou e muita gente se vê em situação apertada, porque ficou sem recursos para o período mais importante, a reta final.

 

“Alguém muda de ideia?”

É a outra pergunta que o povo faz. Segundo os cientistas políticos, em condições eleitorais normais, o voto estaria consolidado, mas há risco de migração, levando em conta a pressão da polarização, onde os campos de convencimento são mais concentrados. Não é uma teoria que este colunista engole facilmente.

 

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