Coluna do Corvo
Reta final
Dez dias até as eleições! Pensa a cabeça dos candidatos e da torcida inflamada? Nunca é tarde para recomendar: “muita calma nessa hora”. Até o momento, apesar das encrencas corriqueiras, jogo de rasteira e troca de acusações, a corrida pela prefeitura transcorre na normalidade, sem fatos agravantes de violência, pelo menos ao que se sabe. Os candidatos ainda se cumprimentam e trocam sorrisos nos incontáveis locais que comungam e fazer um bom combate pelos votos. Tomara isso não se altere nos próximos dias e menos no período de segundo turno caso de fato ocorra.
Lula, Bolsonaro, Ratinho, Verri… afins
As autoridades se dividem em apoio aos candidatos e se espalham pelas redes sociais e horário eleitorais. Deixaram para o final e isso é estratégia que funciona e põe o povo a pensar. É interessante a cabeça do eleitor realmente preocupado com a cidade e distante da paixão por um e outro. “Foz é uma cidade que precisa do governo federal, Itaipu, governo do Estado e dos deputados e cada um está de um lado, como é que a gente faz?”, escreveu MLD, que pediu para não ter o nome revelado. Ela retrata o nó na cabeça de todo mundo.
Aírton subiu o tom?
O que será aconteceu? O Aírton José vinha realizando uma campanha “paz e amor”, mas decerto deve ter levado alguma espetada, porque andou dando um troco no General, no episódio da discussão com a professora. Bem que ele avisou em sua entrevista na Rádio Cultura: “vamos seguir nas propostas em escutar a população e mostrar nossos projetos, mas em caso de provocação responderemos à altura”. Onde será que o bicho pegou?
Não dá para ver tudo
Na selva da política cada macaco “não fica” no seu galho, desfazendo o dito popular. Todos se pegam de uma maneira ou outra e fica difícil saber onde surgiram as primeiras provocações, se foi a girafa que deu um coice na zebra ou a hiena roubou a gazela do leão, é complicado até de analisar.
Falar em Aírton…
…o candidato levantou um assunto por demais interessante: porque a cidade ainda não se adiantou no uso da energia elétrica no setor de mobilidade, biocombustíveis e tudo o mais fruto do laboratório de ideias em Itaipu? Puxa vida, eita lerdeza desse povo! Barbaridade! Enquanto isso outras cidades vão passando na frente como é o caso de Cascavel.
Zé confiante
O candidato do União Brasil, Zé Elias segue na sua pauta de campanha, tentando furar aquilo que chama de “bolha”, ou a “mesmice” eleitoral de sempre. Ele se diz motivado e contente, porque tem recebido muito apoio “orgânico”, uma palavra muito recente, advinda dos meios eletrônicos e que significa “por livre e espontânea vontade”. Independentemente o resultado, Zé é o tipo de gente que sempre consegue tirar boas lições em tudo o que faz. Isso é um diferencial e que enobrece a sua biografia.
Coisas que cansam
Na batalha eleitoral, há umas situações que não saem de cena, uma é a impossibilidade do Paulo assumir se vencer, por mais que o mundo diga o contrário, até mesmo de posse das certidões e a homologação que lhe foi concedida pela JE. A outra é o caso do Lionel Messi possuir grau de autismo, o que não modificará em nada a opinião dos eleitores. Pelo contrário, qual o problema? Este colunista possui um irmão com autismo diagnosticado que cursou engenharia na FAG, dirigiu por anos o próprio carro e é capaz de ser tão racional e lógico como o Dr. Spock. É craque em matemática inclusive. Se a população planetária fosse assim, seria um lugar bem mais justo.
Mac lanche feliz
Porque será o Paulo Mac anda faceiro de uns dias para cá, sem chororô e esperneio? Não é por causa dos miados do gato com certeza, mas “algo há”, conforme ele mesmo vive dizendo. Aliás, as tiradas do Mac estão sendo sempre usadas em campanha como a dificuldade de carregar um embrulho de três cocos. Um leitor perguntou: “o que isso significa?”. Bom, basta tentar embrulhar os três cocos para saber! Ele usa o termo para explicar a dificuldade que há nas composições.
General e os bairros
Para quem está relativamente a pouco tempo na cidade, até que o General Silva e Luna manda ver no recado sobre localidades. Pelo visto está mesmo derretendo a sola do “passo doble”, marca do sapato social e oficial dos militares nos anos 70. Ele fala em localidades que até este colunista, velho de trecho, desconhece. Mas uma observação chamou a atenção, a região do Bananal, o “Alasca invertido iguaçuense”, geograficamente separado de Foz, mas que ocupa um espaço eficiente para a geração dos royalties. Taí um lugar que muita gente esquece que existe, a começar pelos governos. E, francamente, muita coisa poderia ser realizada lá, até mesmo um entroncamento fluvial/ferroviário, o que ajudaria muito na logística de navegação do Lago de Itaipu, dizem os entendidos. Há quem diga que seria o local ideal para transferir o Batalhão do Exército e até mesmo, construir um aeroporto. Quem sabe a vez do Bananal não vai chegar?
Latinha apostando
O candidato do Psol e Sustentabilidade está tão confiante em um bom resultado, que anda até apostando que fará muito mais votos que uns e outros. Garante que chegará no mínimo em quarto lugar, desfazendo o mito de que o povo da esquerda não supera os dois mil votos. Como diz não ter recebido um centavo de fundo partidário, apostar pode ser uma solução para não deixar criar dívidas de campanha. Acreditem, até para tomar uns goles e aliviar o calor, o Latinha ganha desconto.
Equilibrismo
É certo que governos e instituições não abandonarão a cidade, independentemente o eleito, mas é fato que uns transitarão mais rápido que outros. Quem assumir a cadeira de prefeito, de uma maneira ou de outra, terá que exercer um jogo de cintura, com diplomacia para ganhar tempo. Isso não tem escapatória. Os problemas mais graves da cidade necessitam de apoio dessa gente dividida. Não será possível esperar pela cicatrização.
Paternidades
Itaipu fez uma narrativa histórica e pontual sobre as obras estruturantes, a começar pela Ponte da Integração, cuja largada se deu nos governos Temer/Abdo, conforme o que está escrito nos documentos. História, dentre outras, é documentação. Mas aí vem a argumentação de quem teve iniciativa de fazer, etc e tals. Claro, uma sardinha desse tamanho seria puxada de qualquer maneira.
Lula na ONU
Vamos combinar, o presidente Lula faz sempre uma festa quando se junta com o povo lá nas Nações Unidas e, dá um jeito de chamar a atenção em assuntos sustentáveis, mesmo com grande parte do país pegando fogo. Alguém brincou: “quando os brasileiros chegaram no plenário, sentimos um cheio de churrasco”. Bom, pelo menos o Lula está a cara do Pinduca, da farinha.
Boas discussões
Um dos pontos fortes do período eleitoral foi a expressiva movimentação de grupos, associações, entidades dos mais diversos setores, em diálogo, e, busca por soluções com os candidatos. Por serem sete os postulantes, as agendas foram bastante atribuladas, com um candidato saindo e o outro entrando. Em poucas oportunidades se viu um roteiro tão intenso, com o interesse explícito da população. É a democracia bem exercida. Um exemplo foi o ciclo de reuniões entre os candidatos, pais e professores das crianças com Altas Habilidades ou Superdotação, como o relato que a coluna publica a seguir, assinado pela jornalista Gabriela Willig, que faz parte do grupo.