Coluna do Corvo

Será que cassam?

A notícia política ainda é Sérgio Moro e, com certo destaque, o fato do PL, partido de Jair Bolsonaro protocolar a ação pedindo a cassação. Com essa bola toda perante a Suprema Corte, pode ser antídoto de absolvição, seguindo o julgamento em Curitiba. O PT fazer isso é compreensível, mas o PL? A “caça” ao senador ganha novos rounds e vamos pensar o que acontecerá se ele não for condenado?

 

Strike geral

Se Moro escapar da cassação estufará o peito de um jeito, que será difícil de os adversários controlarem. Escolherá o cargo político que quiser concorrer, de prefeito, governador, senador à presidente da República. Se o Brasil queria forças de renovação, pode começar a se acostumar com o Moro, porque ele vive sentado em formigueiro. O problema é o campo de atuação, dificilmente encontrará mais espaço além da direita. Boa parte do centro e esquerda não querem vê-lo pintado de outro e é aí que mora o perigo para Bolsonaro, na divisão de votos.

 

O “X” do problema

O que você acha sobre Musk e Moraes? Foi a pergunta do leitor Flávio R. S. Percival. Não acho absolutamente nada, “penso” que a questão não é contra Moraes ou Brasil; Elon Musk atropela a humanidade com muitas coisas boas e ruins também. Deveria se comportar com isenção, pelo menos. Outros gênios revolucionários enfrentaram o mesmo dilema e usaram de mais precaução, como Steve Jobs, Bill Gates, e até mesmo o Mark Zuckerberg. Proporcionalmente, Musk lembra o brasileiro Eike Batista e se não cuidar, correrá os mesmos riscos. Sempre há quem conspire contra o poder desses emergentes, porque assustam. Mas vamos nos ater ao que acontece no caso que envolve o ministro do STF.

 

Contas falsas no ataque

Se há algo que vale e muito nos meios eletrônicos é a condição orgânica, ou seja, quando a leitura, impulsos e compartilhamentos são realizados por gente de verdade, pessoas atentas ao fato e que o consideraram influente. Isso é fundamental e infelizmente não serve de parâmetro para quem coordena e analisa o comportamento dos endereços eletrônicos. O povo quer quantidade e não liga para a qualidade. E aí vem as perguntas: os robôs fazem a cabeça de alguém? As pessoas aprenderam a identificar mentiras? A massa entende as orquestrações? Notícias falsas fazem muito estrago, mas há quem se dedique em estudar o meio. Os países querem moralizar os meios eletrônicos e isso fere interesses. A “Constituição das Redes” é um palavrão para muita gente. Em verdade vivemos dois mundos, o estado de direito na vida cotidiana e a anarquia na cabeça. É uma mistura no mínimo conflituosa.

 

Fragilidade

Para se ter ideia, as agressões e as ondas contra o ministro Alexandre de Moraes partiram de comunidades que manipulam um número expressivo de contas falsas. O NetLab realizou uma pesquisa e ela aponta que 48% dos perfis no “X” em apoio a Elon Musk eram robôs, um movimento localizado inclusive nos “retweets”. Será isso ético, ou pertinente perante a formação da opinião? É assim que o mundo avaliará o que é certo ou errado? Nublar a verdade, confundir a legalidade, causar convulsão social, tumultuar o meio de vida da população, por meio de deturpação, é algo que contribui? O Brasil se divide em razão da polaridade e nichos políticos, mas não se pode perder de vista que isso um dia possa ser usado contra todos. É aí que vale a pena discutir o Marco Civil da Internet.

 

Queda de braço

O país assiste a um exemplo fértil de como uma máquina trucidadora de ossos pode ser usada sem controle, bem como Elon Musk faz contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele comanda esse “moinho”; gera esses movimentos de comunidades “X”, por meio da interação de bots. O Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (Netlab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é muitíssimo bem equipado e os pesquisadores entendem que o magnata é apoiado por uma rede de contas falsas e que aponta níveis irreais de compartilhamento, “com uma média de 1,33 conexões por conta”.

 

Tiro no pé

Nem tudo está perdido: a comunidade que se opôs ao proprietário do X, e se mostra menos densa e engajada, “com uma média de 1,19 conexões por conta, e também uma menor proporção de contas consideradas inautênticas”. A análise do NetLab levantou as postagens entre os dias 8 e 9 de abril e identificou algo próximo de 90 mil posts, com cerca de 40 mil contas compartilhando textos em inglês e outras 30 mil em português.

 

Pernas curtas

Dentre outras, vai ver é por isso Musk resolveu desembolsar US$ 44 bilhões pelo Twitter, transformado em “X” do problema, uma equação complicada contra governos, governantes e pessoas que não estejam em acordo com o pensamento do “bilhardário” sul-africano. Por mais tecnologia, empenho sistemático, arranjos eletrônicos e tudo o que mais há de moderno no mundo, a velha e má mentira, continua com as pernas curtas. Musk vai bem quando pensa na humanidade, ajudando a prolongar a vida no planeta. Vai muito mal quando impõe seu pensamento deturpado sobre o modo de vida de gente que não conhece. Um dia pode ser, o mundo entenda o seu sentido de unidade. “Ainda é cedo amor…”, escreveu o genial Cartola em “Moinho”.

 

Moraes vai em frente

O ministro não desistirá da briga para remover perfis falsos, manipulações antidemocráticas, e ações que parecem calçar o foco do bilionário, que por sua vez ameaça não cumprir absolutamente nada e ainda por cima tenta intimidar a Justiça Brasileira. Musk já enfrenta dois inquéritos no STF e ao que parece há outros encaminhados.

 

Ciumeira

Há bolsonaristas dividindo as velas no altar das suas celebridades. Metade já são acendidas para Elon Munsk. Vai que ele aprecie a ideia e peça cidadania no Brasil e resolva concorrer para presidente? Vai roubar a ceda do melhor amigo e tornar-se um rival igual ao Sérgio Moro.

 

Na política…

Era o que faltava, uma “lista de eleitos”. Explicando: circula uma lista que seria a chapa do PT, segundo fontes, criada por membros da direção e que seria um arranjo da Federação PT/PV/PCdoB. Junto com a relação, há a indução de que o instrumento elegeria potencialmente dois nomes: Yasmin e Mazé, ou seja, uma do PV e outra do PCdoB, deixando o partido “dono da chapa”, o PT, mais uma vez do lado de fora. Isso rende um bafafá nos bastidores.

 

Derrotas

Se isso se concretizar, será uma derrota acachapante para muita gente, resvalando na fuselagem de uma turma na Itaipu inclusive. Há quem diga que as encrencas no PT superaram todas as cotas de bom senso e isso pode comprometer as eleições proporcionais da cidade. O tamanho do estrado é o PT ficar fora da Câmara pela terceira vez consecutiva.

 

Enquanto isso…

Boa parte dos outros partidos que se alinham à esquerda e centro fazem a lição de casa, como bons meninos e buscam o afago petista, como fazem os gatos de apartamento. As tais listas alusivas à federação petista, verde e comunista são editadas mais para causar guerra de nervos que outra coisa e muita gente acaba embarcando no jogo. Da maneira que isso se encaminha, com esse cabedal de desentendimentos, a decisão precisará ser engolida na tribo, porque será determinada em Brasília. Que barbaridade hein?

 

O que é pior?

O povo comenta a dificuldade entre escolher “a bagunça na esquerda” e “as mãos ao ombro” na direita. No balacobaco político seria como colocar ordem em bloco carnavalesco. Isso nunca que vai acontecer de um lado e menos ainda de outro. Política e eleição é um desafio para qualquer um; os experientes se decepcionam e os novatos em nada se surpreendem.

 

Silêncioooooooo…

Paulo Mac Donald está quieto igual passarinho em dia de chuva, sem colocar a cara fora do ninho. O que será aconteceu? Uns dizem que é introspecção e isso se nota pela pilha de livros na mesinha ao lado da poltrona. É assim que ele consulta dos oráculos, por meio dos ensinamentos literários. “Ensina-me Macbeth, Hamlet, ampara-me Engels, Parmênides, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, onde andarás oh Domênico de Masi”?

 

O que os outros leem será?

O General Silva e Luna também é chegado na literatura, certamente mantém Sun Tzu na escrivaninha, mas segundo alguém próximo ele relê Guimarães Rosa, Roberto Campos, Euclides da Cunha, Jorge Amado, não vamos esquecer que conserva alma de escritor e romancista.

 

Pequeno Príncipe

Sâmis é menos eclético, gosta de ler gibis do Fantasma e Mikey, gasta mais tempo nas redes sociais e de vez em quando arrisca uma palavra cruzada, que também proporciona fontes de conhecimento, dizem. Ele é mais resolvido gastando o tempo com os eleitores. Entendam as comparações no ponto de vista populista, por favor né?

 

E os outros?

Aos poucos nos esforçamos para entender o ambiente e como os pré-candidatos se esforçam para compreender o eleitorado e o terreno de atuação. Contamos ainda com os movimentos de Sérgio Caimi, Kalito Stockel, Nilton Bobato e outros dois nomes prontos para a revelação. É assim que funciona, o universo expande e depois contrai. Uma boa quarta-feira a todos!

 

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