Papa Francisco: “O que ocorre em Israel e na Palestina não é uma guerra, mas terrorismo”
Na tarde desta quarta-feira (22), o Papa Francisco declarou que a situação atual em Israel e na Palestina não pode ser rotulada como uma guerra, mas sim como atos de terrorismo. A afirmação foi feita após o Papa receber delegações de familiares dos reféns israelenses detidos pelo grupo Hamas em Gaza e de palestinos presos em Israel.
Ao encerrar uma audiência geral na Praça de São Pedro, o Pontífice pediu orações pelos que sofrem em consequência de conflitos em várias partes do mundo, com destaque para o povo da Ucrânia, de Israel e da Palestina. Francisco compartilhou que ouviu os relatos de sofrimento tanto dos israelenses quanto dos palestinos, destacando que, embora as guerras causem sofrimento, a situação na região vai além do contexto de guerra, caracterizando-se como atos terroristas.
Durante a reunião, o Papa informou ter recebido duas delegações: uma composta por israelenses com familiares mantidos como reféns em Gaza e outra por palestinos com familiares detidos em Israel. Ele enfatizou o sofrimento vivenciado por ambas as partes e apelou por orações pela paz, pedindo a intervenção divina para resolver os problemas e evitar que as paixões conduzam a um desfecho trágico para todos.
A declaração do Papa ocorreu após o governo de Israel aceitar um acordo com o Hamas, permitindo a libertação de 50 pessoas sequestradas na Faixa de Gaza em troca da soltura de prisioneiros palestinos e de uma trégua de quatro dias. O Catar anunciou que, nas próximas 24 horas, será oficializado o início da trégua entre Israel e o movimento Hamas, contemplando a libertação de reféns em Gaza e prisioneiros palestinos.
A tensão na região aumentou quando Tel Aviv declarou guerra ao Hamas em resposta a um ataque lançado pelo grupo islâmico em 7 de outubro. O ataque resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de 240, levados para Gaza.
- ABr / Foto: Vaticano