Greve dos servidores técnicos da UNILA completa 40 dias nesta sexta-feira (19)

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é uma das 51 universidades em que os Servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAES) aderiram à greve nacional reivindicando reestruturação de carreira e recomposição salarial. Mesmo com a paralisação, que completa 40 dias nesta sexta-feira (19), atividades fundamentais para o funcionamento da UNILA estão mantidas.

Ao aprovar a adesão ao movimento de greve nacional em 11 de março, os servidores decidiram não interromper atividades que afetam estudantes vulneráveis e funcionários terceirizados, assim como serviços que pudessem gerar multas ou prejuízos irreparáveis à instituição. Continuam em operação pagamentos de bolsas, manutenção do transporte intercampi, pagamentos a terceirizados, fiscalização de contratos, além de outras atividades.

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais no Paraná (Sinditest) na UNILA Fernanda Pereira, destaca que essas atividades são realizadas por uma decisão coletiva da categoria e não por exigência legal. “Se a gente seguir ao pé da letra a Lei 7.783/1989, que expõe sobre o direito à greve, as universidades não desempenham nenhuma atividade essencial, que são aquelas que, quando paralisadas, podem colocar em risco a saúde ou a segurança das pessoas. Os servidores em greve optaram por continuar realizando alguns serviços específicos por entender o impacto negativo que uma paralisação total poderia causar”, explicou.

Os servidores técnico-administrativos da UNILA também estão em constante comunicação com a comunidade acadêmica. Embora o movimento seja pela pauta nacional, o Comando de Greve já se reuniu com a Reitoria para discutir questões relativas aos servidores da UNILA e está aberto para a participação de outros encontros, caso seja convocado. O Comando também mantém um formulário eletrônico em que a comunidade acadêmica pode solicitar atividades específicas no período de greve. A análise de cada pedido é feita seguindo critérios técnicos e legais. Quando necessário, as deliberações são realizadas em assembleia.

Em uma assembleia realizada recentemente, os técnicos votaram por não atender algumas solicitações da gestão da UNILA, entre elas um pedido para que servidores em greve executem as matrículas do novo semestre letivo, que terá início em 14 de maio. “Essa decisão foi tomada escutando a opinião dos colegas das Secretarias Acadêmicas que expuseram que o processo de matrículas é longo e complexo, o que afetaria o seu direito à participação da greve. Também entendemos que a Reitoria tem o direito e as ferramentas para executar as matrículas, se julgar ser algo importante neste momento”, destacou. A votação foi acompanhada por estudantes da UNILA que integram o Conselho de Entidades de Base.

 

Fim da greve depende do Governo Federal

A coordenadora sindical Fernanda Pereira lembra que a greve na UNILA faz parte de um movimento nacional. “É uma luta nacional e nada tem a ver com situações na UNILA ou oposições políticas. A gente parou o trabalho pela pauta nacional e a gente vai retornar ao trabalho quando finalizar a negociação com o governo. Isso é unânime em todas as universidades”, salientou. O Governo Federal irá apresentar uma proposta para a categoria nesta sexta-feira (19).

A greve foi motivada pelo anúncio do Governo de não reajustar os salários dos servidores técnicos das universidades e institutos federais este ano. A categoria, formada por mais de 200 mil servidores, tem uma das piores remunerações do serviço federal, além de ser uma das carreiras mais defasadas nas últimas duas décadas. Atualmente, os técnicos de nível médio em início de carreira recebem menos de dois salários mínimos.

Na UNILA, os docentes estão em estado de greve e irão realizar uma assembleia no dia 14 de maio para deliberar sobre a entrada no movimento nacional de greve, já iniciado pelos TAES. Em Foz do Iguaçu, o IFPR também aderiu ao movimento, com a paralisação do trabalho de servidores técnicos e docentes.

  • Da assessoria / Foto: assessoria

 

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