Cientistas afirmam que 2023 foi o ano mais quente já registrado nos últimos 100 mil anos

O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia confirmou, nesta terça-feira (09) que 2023 foi oficialmente o ano mais quente já registrado no planeta. De acordo com os cientistas, não apenas quebrou recordes climáticos ao longo do ano, mas é provavelmente o mais quente dos últimos 100 mil anos.

Desde junho, a tendência de calor intenso persistiu, marcando todos os meses como os mais quentes já registrados, comparados aos mesmos períodos dos anos anteriores. O diretor Copernicus, Carlo Buontempo, destacou que 2023 foi excepcional em termos de clima, mesmo quando comparado a outros anos notavelmente quentes.

Os dados revelam que, em média, o planeta esteve 1,48 grau Celsius mais quente em 2023 do que no período pré-industrial de 1850-1900, quando as emissões de dióxido de carbono começaram em escala industrial. Essa análise utiliza fontes diversas, como anéis de árvores e bolhas de ar em geleiras, e aponta que 2023 foi “muito provavelmente” o ano mais quente dos últimos 100 mil anos.

Apesar dos esforços globais no Acordo de Paris de 2015, que estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, os resultados de 2023 foram preocupantes. Embora o mundo não tenha ultrapassado essa meta, o Serviço de Mudanças Climáticas alertou que temperaturas superiores a 1,5°C ocorreram em quase metade dos dias do ano passado, estabelecendo um “precedente terrível”.

Um dos principais impulsionadores desse cenário é o aumento das emissões de dióxido de carbono. Apesar das promessas de governos e empresas em reduzir as emissões, os dados revelam que as emissões globais de CO2 provenientes da queima de carvão, petróleo e gás atingiram níveis recordes em 2023.

O diretor Buontempo destacou que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera alcançou um pico preocupante de 419 partes por milhão em 2023, o nível mais alto já registrado. Pela primeira vez, todos os dias do ano foram mais de 1ºC mais quentes do que na era pré-industrial, e dois dias, ambos em novembro, foram 2ºC mais quentes, revelando uma tendência alarmante.

Comparando com o ano mais quente anterior, 2016, 2023 foi 0,17ºC mais quente, quebrando o recorde por uma margem “notável”. Além das mudanças climáticas induzidas pelo homem, o fenômeno climático El Niño também contribuiu para o aumento das temperaturas globais, aquecendo as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.

Diante desses dados alarmantes, 2023 coloca em evidência a urgência de ações concretas para combater as mudanças climáticas e reforça a necessidade de implementar medidas efetivas para limitar o aquecimento global.

  • Da redação com ABr. / Foto: Remo Casilli/Reuters/ABr

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