Bolsonaristas insistem em manifestações e pedidos de intervenção militar no Oeste

Trinta dias após o resultado do 2° turno das Eleições Presidenciais, que deram vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro seguem inconformados com a derrota nas urnas e insistem em manifestações, com pedidos de intervenção militar.

Em Foz do Iguaçu, mesmo com os acampamentos removidos há dias, alguns grupos insistem em se concentrar na região em frente dos portões do 34° Batalhão de Infantaria Mecanizado, na área central. Com camisetas e bandeiras do Brasil eles se recusam a reconhecer a derrota, mesmo os relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Forças Armadas tendo apontado a inexistência de fraude no pleito.

“Só saio daqui quando resolver! Não interessa quanto tempo vai demorar, patriotismo não tem data de validade. Que a força do tempo seja a forja de um Brasil com justiça e liberdade”, disse um dos líderes dos movimentos na fronteira, em publicação nas redes sociais.

Nas vias urbanas de Foz não há mais registro de bloqueios ou impedimento de tráfego, mas a realidade é diferente BR-277. Em vários trechos da rodovia no Oeste, situações variadas vêm ocorrendo, algumas bastante extremas. Na madrugada dessa segunda-feira (28), por exemplo, a passagem foi bloqueada em um ponto na região de Céu Azul.

Pedras e grande quantidade de terra foram depositadas na pista, impedindo a passagem de veículos. A ação foi identificada pela manhã, por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atuou na orientação do trânsito para a retirada os materiais. De acordo com os agentes não havia manifestantes no local, porém o responsável será identificado e responsabilizado pelo ato.

Em outro ponto, próximo a Vera Cruz do Oeste, a estrada foi bloqueada com árvores inteiras, colocando inclusive a vida dos motoristas em risco. Por sorte não foram registrados acidentes.

Denúncias

Na semana passada o Movimento dos Caminhoneiros Autônomos da Região Oeste denunciou uma série de vandalismos e outros atos de violência praticados por manifestantes contra os trabalhadores de carga nas rodovias do Oeste. Veículos chegaram a ser atacados com pedras e tiveram os para-brisas quebrados e lataria da cabine danificada.

“Tem muito trabalhador com medo de sair de casa com o que está acontecendo. Esses grupos tem interesse apenas na desordem e no caos, onde a polícia desarma uma barricada, outra surge em seguida”, contou o representante dos caminheiros autônomos do Oeste, Saulo Ivo Lamb.

De acordo com a instituição, os atos de extremismo continuam a ocorrer e os trabalhadores cobram proteção das autoridades para acabar com a atividade de grupos, que tem se concentrado nas estradas durante as madrugadas.

Forças Armadas cobram ação de Bolsonaro

Na última quinta-feira (24) o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com os comandantes da Marinha, Exército e Força Aérea, no Palácio da Alvorada. Durante o encontro as autoridades militares pediram que o mandatário sinalize de forma clara aos seus eleitores para que cessem as “vigílias” em frente aos quartéis em todo o Brasil.

Eles pontuam que as demandas são inconstitucionais, como o pedido de intervenção militar. As três forças afirmaram ainda que os atos não tem base legal e estariam gerando problemas de segurança e discussões internas nas corporações. Bolsonaro ouviu a demanda, porém não se posicionou a favor nem contra as reivindicações. No entanto, numa segunda parte da conversa, o presidente deu abertura para que as Forças Armadas colaborem com a transição do governo.

Da redação / Foto: divulgação PRF

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