Comércio de Ciudad del Este reclama por tráfego lento na Ponte da Amizade
Manifestação reforça preocupação do setor que vê prejuízo ante as dificuldades para os turistas irem de Foz do Iguaçu até o centro comercial
As longas filas para se deslocar pela Ponte Internacional da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai, tem afetado o volume de vendas em Ciudad del Este. A preocupação foi reforçada esta semana pela Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este, frente aos intermináveis congestionamentos sobre a passarela que une Foz do Iguaçu ao país vizinho. O motivo, segundo as autoridades, reflete a entrada de caminhões de cargas em meio aos veículos de passageiros.
Os comerciantes afirmam que não estão sendo feitos os controles aduaneiros e, em função disto, solicitam a identificação dos veículos utilizados no transporte de turistas e compristas na passagem internacional. A Câmara de Comércio e Serviços informou à rádio La Clave que enviou ofício ao diretor nacional de Aduanas, Julio Fernández. No manifesto ficou expressada a preocupação, solicitado que os caminhões de grande porte não ingressem em Ciudad del Este no mesmo horário que os turistas.
A entidade destaca ainda, no documento, que atualmente leva até duas horas para trafegar de Foz do Iguaçu até Ciudad del Este, capital do Departamento de Alto Paraná, “gerando muito congestionamento, que resulta em enormes prejuízos”, dizem. A manifestação sustenta ainda que é preciso mudar o horário estabelecimento para os veículos de transporte que cruzam pela via com cargas em geral e de exportação do Brasil para o Paraguai.
No pedido, a entidade afirma considerar a necessidade de mudar o horário de ingressos de caminhões pela manhã, que é o horário de pico da chegada dos compristas brasileiros que geralmente estão hospedados em Foz do Iguaçu. “Pedimos a revisão da aplicação do horário que prejudica nossa economia. Consideramos que a entrada dos caminhões de cargas de ambos os lados tem que ser a partir das 16h30 até as 7h da manhã, por questão de trato igualitário”, dizem os comerciantes.
Articulação binacional
A Câmara de Comércio e Serviços diz ainda que solicitou ao diretor nacional de Aduanas para intermediar a quem cabe a responsabilidade e faça chegar junto às autoridades brasileiras, para cumprir o acordo firmado entre os países no ano de 1994, de não permitir o estacionamento de veículos de qualquer tipo sobre a Ponte da Amizade.
Além disso, eles podem a observação e o cumprimento do acordado em outubro de 2020, após a abertura da aduana, durante a pandemia da covid-19, de que as filas dos caminhões começaram a partir das cabeceiras da ponte dos dois lados, dificultando fiscalização das cargas pelas autoridades.
“Recordo que, neste momento, para facilitar o tráfego, a aduana paraguaia está comprometida em aceitar o peso dos caminhões que figuram nos documentos da Receita Federal, para assim evitar o uso da balança na entrada da aduana, que se tornou obstáculo para o fluxo de veículos, devido a sua má localização”. Os comerciantes solicitam também a mudança da estrutura para dentro do terreno da direção da aduana.
Em outro trecho, a nota destaca que o acordo firmado entre os dois países foi cumprido por um período de três meses, obtendo um excelente resultado. “(…) mas, lastimosamente se rompeu o acordo, sem consentimento e notificação aos afetados, por isso voltamos a reiterar nosso pedido”. “Consideramos que o descumprimento deste acordo impede a fluidez do tráfego, convertendo a Ponte da Amizade em um lugar de estacionamento de caminhões, motivo que nos permitimos reiterar a vigência do acordado”.
Encaminhamento
“Esperamos que a reunião entre ambas as autoridades oficiais e representantes de diferentes setores de ambos os países possa encontrar a solução e evitar obstáculos e facilitar o passo entre as duas cidades, para benefício da economia dos dois países”, cita o manifesto. Os comerciantes lembram ainda que a revisão das cargas pequenas por funcionários da aduana na zona primária é realizada em uma via especial. Além de liberar as demais ruas para circulação agilizando o trânsito.
“A abertura de todos os portões de entrada e saída durante todo o dia nas duas aduanas vai dinamizar, agilizar e reativar o comércio de fronteira e beneficiar setores distintos, que a sua vez representam países beneficiados para o fisco de ambos. Entendemos que este mecanismo de solução é provisório até que se habilite a Ponte da Integração”, concluiu o documento.
Da Redação / Foto: Arquivo/La Clave