Paulinho: Colecionador de títulos no futebol amador regional

Temos um duodeca campeão e não estamos nos referindo ao Palmeiras. Trata-se do técnico Paulo Roberto Ferreira que ostenta doze títulos no futebol amador da tríplice fronteira.

Nossa equipe do GDia entrevistou nesta semana o atual bicampeão do Amadorzão 2023, seu sexto título do futebol amador comandando o Flamengo EC. Os outros seis títulos foram conquistados à frente do Três Lagoas.

Paulinho, 42 anos, tem na humildade sua grande característica. Iguaçuense nato, empresário, casado, pai das princesas Lara e Luisa, tem na sua família o maior alicerce. “Minha esposa e minhas filhas são pé quentes”, brinca.  O jovem técnico que almeja voos mais altos, faz questão de destacar que suas conquistas só foram possíveis graças aos seus companheiros de comissão técnica, atletas e dirigentes.

Vice-campeão da série bronze paranaense pelo futsal, viu no futebol amador um hobby, um lazer. Junto com seu irmão, montou a modesta equipe da Vila Shalom. “A gente trabalhava no Paraguai na época e em 2008 resolvemos fazer um time o Shalom. Minha vila tem quatro quadras, né? A Vila Shalom. Aí começamos ali, pegamos gosto pela coisa. Em 2009 fomos pro ABC, já contratamos ali o Gabira, fizemos uma parceria com ele, fizemos um bom time. Chegamos na final do Amador contra a Vila C, acabamos perdendo uns pênaltis para eles. E aí cansamos, falamos, chega isso daqui, gasta muito dinheiro, não dá resultado, mas eu queria continuar”.

No ano seguinte, em voo solo, recebeu a proposta do do Flamengo de montar um Amador sem pressão nenhuma, só pra disputar um campeonato Amador.” Fomos campeões em 2010, 2011, aí jogamos a segunda divisão logo em 2012, saímos campeão de novo”, relembra, destacando que deu uma nova pausa e mudou-se para a cidade de Toledo.

Em 2016, após retornar para a fronteira, assumiu o Três Lagoas a convite do desportista Arif Osman. “Fui campeão Amador em 2016, 2017, 2018. E se não me engano, Copa Foz 2018. Fizemos cinco finais em cinco campeonatos. Perdemos uma pro Jardim São Paulo, depois de cinco campeonatos. Aí disputei mais um. Perdi uma semifinal pro ABC, e ficamos em terceiro no campeonato”.

Em 2022, após um vice-campeonato com o Três Lagoas pela segunda divisão, recebeu o convite para retornar ao rubro-negro da Vila Yolanda. “Primeiro semestre disputei pelo Três Lagoas a Copa Foz e perdemos a final. Queria ter muito ganho esse título, porque eu ia sair já. Ia para o Flamengo, já estava certo, fui muito honesto com eles (Três Lagoas). Acabei perdendo a final nos pênaltis”.

Ao lado de Rada e Wagner, montou um projeto audacioso que vem mostrando resultados. A frente do comando técnico do Flamengo conquistou os títulos do Amadorzão 2022 e 2023, além da Copa Oeste.

Segundo Paulinho, graças a excelente estrutura oferecida pelo Flamengo pode conciliar sua atividade empresarial, familiar e seu lazer “profissional”, como se refere ao futebol amador.

“Graças a Deus a gente tem uma estrutura muito boa no Flamengo, né? Temos ali dois preparadores físicos (Tiaguinho e Dedé), dois excelentes profissionais.  Temos nosso campo, temos uma excelente academia, que é a Ative, que nos ajuda. Também contamos com uma parceria da fisioterapia com o André. Quando eu estou em viagem a gente sempre está em contato por telefone. Durante a semana eles trabalham com o elenco e o nosso no final de semana. Então, a gente consegue. Se não tá eu no treino, tá o Rada. Se não tá o Rada, tá o Wagner.Mas sempre tá um de olho. Tem um que vem ali e trabalha no próximo. Um de nós sempre tá ali, né? A gente fala que é os três pilares. Resumindo: temos uma estrutura boa”.

Ainda sobre a estrutura que tem a disposição, Paulinho destaca o fato de poder ter sua atenção voltada apenas para as questões técnicas e táticas da equipe. “Chegou um momento que eu não aguentava mais, era tudo sob minha reponsabilidade, não tinha mais tempo pra família, pra nada, então eu resolvi receber a proposta de voltar pro Flamengo, graças a Deus. E isso o Flamengo hoje te possibilita. A gente tem muitos profissionais agora. A gente tem o cara, os fisioterapeutas, a gente tem os preparadores físicos, então a gente tem tudo. Eu não preciso mais me preocupar com o almoço, com o café, tem a pessoa que faz. Focar naquilo que você realmente fez. Eu só foco na equipe hoje. Só na equipe hoje. Graças a Deus, só na equipe hoje. Talvez seja um dos segredos aí. Eu acho que é, eu acho que é. Hoje eu me sinto mais leve, né? Bem mais tranquilo, eu tô fazendo meu trabalho, eu sei que vou chegar no domingo e vai estar o café pronto, vai estar o uniforme no jeito, vai só chegar e jogar, acabar o jogo, já vai estar o almoço pronto, então pra mim é perfeito isso. Hoje eu posso também me dedicar mais à família, almoçar com minha esposa e filhas, o que antes era difícil”, destaca.

Sobre o futuro, Paulinho é enigmático. “Está tudo aberto, 2024… Deus sabe, né? Está abertíssimo isso aí, quem sabe profissional? Está aberto”, finaliza.

  • Da redação com assessoria

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