Trabalhadores do transporte coletivo entram em greve em Foz do Iguaçu
Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Foz do Iguaçu deflagraram, na manhã desta terça-feira (07), uma paralização por tempo indeterminado, com base uma pauta que inclui definições econômicas (reajuste do salário e volta das cestas básicas) e relacionadas à jornada de trabalho. A paralização foi aprovada em assembleia realizada nos dias 29 e 30 de abril. A concessionária Viação Santa Clara (Visac) diz que mantém diálogo com a categoria. O Instituto de Transporte e Trânsito (Foztrans) acompanha as negociações e trabalha para manter o serviço.
Na assembleia no final de abril, os trabalhadores analisaram e rejeitaram a contraproposta da empresa, que mantém 290 empregados, informou Rodrigo Andrade de Souza, secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sitro-FI). A mobilização, conforme antecipou ontem o GDia, teve início às 9h com a concentração de motoristas do transporte coletivo, para receber informações sobre o andamento da greve e como estão as negociações.
Pela manhã, o Sitrofi disse que uma nova assembleia seria realizada ainda ontem, para decidir como os ônibus vão circular para atender aos usuários, nos horários de pico, com 40% da frota rodando. O serviço é fundamental para quem se dirige ao trabalho, nas primeiras horas do dia, e retorna para o seu lar, no final da tarde, após o expediente laboral. Os trabalhadores do transporte coletivo pedem, entre outros, jornada de trabalho de 7 horas e 10 minutos, com 30 minutos de intervalo.
“Antes, o trabalhador saía de casa às 4h e chegava às 13h. Hoje, ele sai às 4h e chega em casa às 16h”, disse Rodrigo de Souza. A categoria pede ainda equiparação do salário dos profissionais ao do motorista (R$ 3.540) e que o adicional ao condutor passe de R$ 380 para R$ 708 e aplicação sobre pisos salariais e cláusulas econômicas e sociais de junho de 2019 a fevereiro 2024 de correção de 31.96%, acrescida de 2,5% de ganho real.
Negociações
A Visac informou ontem que trabalha na tentativa de evitar a greve, pois entende que toda a cidade perde. A empresa informa que tem atendido todas as exigências desde que assumiu o serviço em 2022 e propôs um reajuste salarial equivalente a 100% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do período de 03/2023 a 02/2024, o qual totalizou a quantia de 3,86%, acrescido de um aumento real equivalente a 1,14%, totalizando um reajuste salarial de 5%.
“Conforme as discussões já iniciadas em 2023 e prorrogadas até o presente momento, a Visac se comprometeu a contratar uma empresa ou um profissional terceiro, para a realização de estudo sobre as escalas de trabalho”, informou a concessionária. A Visac ressaltou ainda que vem cumprido com todas exigências desde que assumiu a operação do serviço em março de 2022 e que inclusive manterá todas as demais cláusulas constantes no acordo coletivo 2023/2024”.
Procedimento
O Foztrans informou que vem acompanhando as negociações entre o Sindicato e a empresa Viação Santa Clara, porém, até momento, não houve entendimento entre as partes. Conforme consta no Edital de Licitação, o instituto repassará na planilha tarifária os percentuais de reajuste dos salários estabelecidos em Convenção Coletiva. Todavia, as demais reivindicações da classe trabalhadora deverão ser decididas entre a empresa prestadora dos serviços, a Visac, e o Sindicato da classe.
“Respeitamos o movimento de greve dos trabalhadores, porém entendemos que a população não deve ser prejudicada. Neste momento, nosso papel é atuar como mediador e todos os esforços estão direcionados para que o serviço de transporte coletivo seja restabelecido o mais rápido possível”, disse o Foztrans.
- Da Redação / Foto: Rádio Cultura Foz