Foz do Iguaçu registra umidade de 17%, em meio à pior seca do Brasil
Foz do Iguaçu, no Paraná, registrou nesta semana, umidade relativa do ar de apenas 17%, um índice comparável ao do Deserto do Saara, que tem umidade máxima de 20%. Essa situação crítica não é isolada: diversas outras cidades brasileiras enfrentam um cenário semelhante, com níveis extremamente baixos de umidade devido a uma seca histórica e uma onda de calor intensa.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou que Coxim e Sonora, no Mato Grosso do Sul, lideram a lista de locais com os piores índices de umidade, ambas com 7%. Além de Foz do Iguaçu, a capital Curitiba e a cidade de Maringá, também no Paraná, registraram 15% e 14%, respectivamente. São Paulo (18%) e Brasília (14%) também estão sendo afetadas pela seca, que agora se estende a todas as regiões do país.
O que está acontecendo?
Segundo especialistas, o Brasil vive a pior seca de sua história recente, com muitos estados passando mais de 100 dias sem chuva. A falta de precipitação, associada a altas temperaturas, resulta em um aumento da evaporação e redução da umidade do ar. Esta situação é agravada por bloqueios atmosféricos, uma configuração dos ventos que impede a entrada de frentes frias e chuvas no território.
Esses bloqueios não só mantêm as temperaturas elevadas, mas também contribuem para que o ar permaneça seco, tornando a respiração mais difícil e aumentando os riscos à saúde. A combinação entre altas temperaturas e baixa umidade pode agravar problemas respiratórios e aumentar a sensação de desconforto térmico.
Impactos à saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os níveis de umidade relativa do ar fiquem acima de 30% para garantir o bem-estar da população. No entanto, dezenas de cidades brasileiras estão registrando índices muito inferiores, entre 10% e 20%, o que acende um alerta para cuidados redobrados com a saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.
Com o calor intenso e a umidade do ar em níveis críticos, a hidratação constante e o uso de umidificadores são medidas recomendadas para minimizar os impactos da seca. Além disso, evitar exercícios físicos ao ar livre durante as horas mais quentes do dia e procurar ambientes frescos e arejados pode ajudar a amenizar os efeitos do clima severo.
Previsão para os próximos dias
A seca, que se estende até outubro, deve continuar causando problemas em várias regiões do Brasil. De acordo com o Cemaden, a expectativa é que as chuvas sigam escassas em várias partes do país, incluindo os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e o Distrito Federal, onde já se observam os menores índices de umidade do ar.
- Da redação com assessorias / Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN