Com reforço de ações, PF fecha o cerco contra caçadores e palmiteiros no Parque Nacional

Com reforço nas ações de fiscalização, a Polícia Federal em Foz fechou o cerco contra a atuação de caçadores e “palmiteiros” dentro do Parque Nacional do Iguaçu. O objetivo é reprimir a ocorrência desses e de outros crimes ambientais, que causam inúmeros prejuízos à fauna e flora nativa.

Equipes especializadas foram designadas para mapear pontos de apoio logístico usados pelos criminosos, além de acampamentos clandestinos, áreas com indícios de poluição e desmatamento, além de inibir as atividades de tráfico de plantas e animais silvestres.

Os policiais estão atentos e vem realizando uma série de incursões dentro da unidade de preservação no Oeste, visando também a apreensão de armas, munições, estruturas usadas para a captura de animais, redes e outros materiais, sempre prontos para possíveis flagrantes.

Dentro os trabalhos já realizados, a PF destaca como exemplo uma expedição de reconhecimento e monitoramento do Rio Floriano, localizado nas dependências do Parque Nacional. As ações contam com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Por ser uma área de proteção integral, a manutenção de ecossistemas naturais é de grande relevância e se faz necessária a constante fiscalização. Com isso, uma equipe de policiais e servidores do ICMBio, capacitados a permanecer na mata, foram designados a descer o Rio Floriano, um dos afluentes do Rio Iguaçu, a fim de verificar a existência de acampamentos ou presença humana no local, pois trata-se de uma área em que não é permitida a visitação, bem como a caça e a extração de espécies nativas são proibidas”, detalhou a PF.

A operação faz parte das novas diretrizes da Polícia Federal, que destaca o reforço no trabalho de policiamento ambiental, com a criação da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (Damaz), que elevou a importância da repressão a esse tipo de crime, acompanhando realidades e tendências de conservação e sustentabilidade impostas pelo curso do Século XXI.

Das ações realizadas na fronteira neste ano, destaca-se a prisão de um caçador, no início do mês de abril. O flagrante ocorreu em Matelândia, durante uma fiscalização da PF no PNI.

No o trabalho, os policiais localizaram a carcaça de um veado fêmea e um feto da mesma espécie, indicando que o animal estava em período gestacional. Em seguida, os agentes identificaram o caçador, em posse de duas armas de fogo e 75 unidades de palmitos extraídos de forma ilegal.

Para fortalecer ainda mais as ações, a PF pede a colaboração da população com denúncias anônimas e garantia de sigilo. Informações sobre crimes em áreas de preservação podem ser repassadas pelo número (45) 99116-8691 (telefone/WhatsApp).

 

Trabalho constante e integrado

Entre 2019 e 2023, as forças de segurança realizaram mais de 100 ações no Parque Nacional do Iguaçu, que resultaram na destruição mais de 500 estruturas ou áreas de caça e mais de 60 acampamentos. Também foram apreendidas centenas de armas de fogo e munições. Os trabalhos foram comandados pelas equipes do ICMBio, com o apoio de agentes da Polícia Militar Ambiental (Força Verde), Polícia Federal, Exército e Polícia Rodoviária Federal.

Dentre as estruturas mais comumente usadas pelos caçadores clandestinos destacam-se as cevas, que são feitas com milho ou frutas; os saleiros, que gotejam no solo e atraem animais silvestres como porco do mato, anta e veado; e os jiraus, que são poleiros de madeira armados na mata, amarrados com cipós ou presos com pregos, para a espera do animal e posterior abate com arma de fogo.

Os principais alvos de caça atualmente são a paca, veado, queixada e cateto (espécies de porcos selvagens), anta e cutia. A redução da população desses animais desequilibra o ambiente, já que a maioria é dispersora de sementes e serve de alimento para outros animais de topo de cadeia, como a onça-pintada que se encontra criticamente ameaçada de extinção.

 

  • Da redação / Foto: Polícia Federal

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