Painéis artísticos dão mais vida e alegria a equipamentos públicos de Foz
Enquanto aguardava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento do Morumbi, o pequeno Davi, de três anos, viajava pelo espaço sideral, contornando foguetes, estrelas cadentes e planetas. A imaginação refletida nos olhinhos dele vinha da pintura temática no corredor de acesso à ala pediátrica e de observação. A mãe, Edna dos Santos, que acompanhava o filho, gostou da transformação visual que veio junto à reforma da unidade.
“Eu sou usuária da UPA e vim procurar atendimento para meu filho e ficou muito bonito e agradável. Os desenhos são lindos, trazem alegria, eu gostei bastante da mudança e também somos muito bem atendidos aqui”, comentou.
As formas e cores representando o universo natural, com imagens de animais, plantas e raízes, também estamparam outros espaços do equipamento, conectando ambientes e pessoas.
“Pensamos em reproduzir um bosque encantado, que conectasse os ambientes e as pessoas de todas as idades, por meio das plantas e das referências da natureza, que trazem sensação de conforto e bem-estar”, comentou a artista plástica Cleise Vidal, que desenhou os painéis em parceria com o colega de profissão, Roger Silva.
Os impactos da arte na saúde mental já são comprovados cientificamente; estudos da Organização Mundial da Saúde apontam que a cultura e o lazer trazem benefícios duradouros à saúde emocional.
“As artes visuais, principalmente em ambientes de saúde, promovem acolhimento e geram uma sensação de paz e alegria nos usuários de saúde, embelezam o ambiente, trazendo outra perspectiva para esses espaços”, comentou o diretor-presidente da Fundação Cultural, Juca Rodrigues.
Espaços Públicos
Além da UPA do Morumbi, outros espaços públicos também receberam murais e pinturas neste ano. É o caso da Unidade de Saúde da Família do Porto Belo, reinaugurada nesta segunda (19), e da Estação Cultural da Vila C.
Na Vila C, o mural foi feito em homenagem ao músico João Sampaio, conhecido com professor Mosquito, que dá nome ao espaço. Na tela, cheia de cores vivas, Silva reproduziu a imagem de Sampaio fazendo o que ele mais gostava: tocando um instrumento musical. Ao redor do violonista, também estão simbolizadas várias linguagens artísticas desenvolvidas na Estação Cultural.
“Quando me pediram o projeto para o local eu já tinha em mente o que faria para homenagear o professor Mosquito e representar a Estação Cultural, um local com muita energia e arte”, comentou Silva.
A intenção é expandir o projeto para outras unidades públicas. “É um projeto muito lindo que mobiliza as pessoas, temos recebido bastante pedidos, o que mostra a boa aceitação e a diferença que tem feito nos locais que já receberam os murais”, comentou a coordenadora de Ação Cultural, Dayana Madeira.
Fomento
Os dois artistas visuais foram contratados através do programa ‘Corredor Cultural’, da Fundação Cultural. A iniciativa, na modalidade de credenciamento, visa formar um banco de dados para a contratação de artistas locais se apresentarem em eventos e estratégias do município.
“O ‘Corredor Cultural’ tem a missão de ampliar a circulação das atividades artísticas e culturais de maneira descentralizada em todo território municipal, além de fomentar a cadeia produtiva da cultura e contribuir para que a nossa população conheça mais sobre a rica quantidade de artistas que temos aqui”, ressaltou Thaisa Praxedes, diretora de Cultura.
- AMN