Renda de catador de reciclados salta de R$ 500 mensais para até R$ 3 mil em Foz

O volume de materiais reciclados coletados em Foz do Iguaçu aumentou no mês de janeiro de 2024, em relação ao último mês de 2023. Os catadores estão organizados em cooperativas com o trabalho agilizado por nove centrais (UVRs), caminhões, uniformes, EPIs, maquinário, prensas e esteiras. “Com a venda do produto final, a renda do trabalhador saiu de R$ 500 ou R$ 600 para até R$ 3 mil ao mês, além de cesta básica e dignidade processo por não catar material na rua”, destacou o prefeito Chico Brasileiro (PSD).

O programa, implantado desde junho de 2018, garante ocupação e renda para cerca de 140 famílias que antes buscavam o material arrastando carrinhos pelas ruas e avenidas da cidade e a reciclagem era feita de maneira insalubre e a venda sujeita a interesse de atravessadores.

A coleta seletiva garantiu a destinação correta a 1.887 toneladas de materiais recicláveis em 2023. Desde que foi criado, o programa soma 7.783 toneladas de materiais coletados em todas as regiões da cidade. Neste período, mais de R$ 20 milhões foram investidos no programa, viabilizando a reforma e ampliação das UVRs (Unidades de Valorização de Recicláveis), compra de novos maquinários e caminhões, além da ampliação no número de catadores e catadoras.

Hoje, mais de 140 trabalhadores estão vinculados a cinco cooperativas. A renda média é de R$ 1,8 mil, além dos benefícios, o valor de R$ 3 mil por catador no final do ano. Caminhões passam pelas regiões em dias e horários pré-determinados. Uma música característica avisa os moradores do momento da coleta, de casa em casa em casa, dos materiais reciclados pelos moradores.

“Além de garantir renda e dignidade para muitas pessoas, o programa contribui para o meio ambiente mais limpo, uma vez que estes materiais, que demoram décadas para se decompor, são reaproveitados pela indústria”, ressaltou Chico Brasileiro.

 

Participação

A dona de casa Vanir da Silva Pereira é exemplo da colaboração na defesa do meio ambiente. “Separar é mais fácil e é bom porque a gente não mistura esse resto de comida, lixo de cozinha”, ressaltou.

O aposentado Manoel Inácio de Medeiros fez questão de destacar a participação que começa dentro de casa, na hora de preparar os alimentos. Segundo ele, em casa todos colaboram, especialmente a esposa. “Isso é muito importante. Bom seria que toda a cidade tivesse esse trabalho”, comentou, em entrevista à RPC Foz.

A dona de casa Alessandra diz que o filho é apaixonado pelo caminhão e os trabalhadores do serviço. “Tudo que é reciclável, ele coloca no saco. Começa por ele, então, o trabalho aqui nessa casa”, disse.

Da rua, o material recolhido vai para as UVRs e passa pela triagem feita por trabalhadores como a Hélia Regina Alves, coletora de recicláveis, que por anos buscou o material de forma autônoma. “Era mais sofrido até agora, que a gente tem o INSS, tem tudo pago, graças a Deus”.

A presidente da cooperativa de recicladores, Cleusa de Souza, conta que no começo não foi fácil. “Foi difícil porque não tinha.. a população ainda não tinha consciência do que separar e era reciclável. Vinha  muito pouco. A gente estava tirando muito pouco, mas o pouco foi melhorando. Ainda está vindo muito resto de comida, papel higiênico misturado. Às vezes vem até animais mortos juntos com recicláveis e isso não pode acontecer. Vem agulha com seringa que é muito perigoso. Estes dias mesmo uma funcionária se furou com agulha”, contou.

 

Aumento

Para se ter uma ideia do alcance do programa, em janeiro, na unidade do bairro Três Lagoas foram beneficiadas 50 toneladas de lixo, em todo o município foram 320, um aumento de vinte por cento em relação ao mês anterior. O educador social da gestão de resíduos, Guilherme Oliveira, conta qual as influências sobre o momento da coleta de reciclados em Foz do Iguaçu.

“Isso (o aumento) ocorre em virtude das festividades de ano novo em que as pessoas estão em casa, produzindo mais resíduos, E também em função da importância que elas entendem que hoje é para o meio ambiente, de entregar o material para a coleta seletiva. O material que chega aqui não vai para o aterro. Ele passa pelos catadores, é triado e retorna para a indústria como matéria-prima para fabricação de novos produtos”, disse.

De acordo com Guilherme, é importante que a população entenda que quando há um aumento nesta quantidade de materiais, o caminhão se desloca mais vezes para descarregar nestas unidades. “É importante que a pessoa entre em contato conosco, através do watsapp de atendimento e nos informe o endereço que logo entramos em contato com a cooperativa que opera a rota e informamos se passou ou não e informamos se alguma eventualidade aconteceu naquele endereço”, ressaltou. O telefone de contato do programa é o (45) 3308-2163.

  • Da Redação /Foto: PMFI

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