Prefeitura descarta área técnica e procura um novo local para escola da Vila Yolanda
A administração do prefeito General Silva e Luna (PL) descartou a construção da sede definitiva da Escola Municipal Lúcia Marlene Nieradka em uma área técnica da Prefeitura na região da Vila Yolanda. O local, de aproximadamente 6 mil metros quadrados, foi definido na gestão do ex-prefeito Chico Brasileiro (PSD) e teve as obras iniciadas no ano passado, mas acabou abandonada pela construtora que venceu a primeira licitação. A busca por uma nova área para a unidade de ensino foi confirmada pela secretária de Educação, Silvana Garcia.
A Escola Lúcia Marlene surgiu da necessidade dos moradores da Vila Yolanda e bairros próximos matricular os filhos perto da residência e começou atender em 8 de março de 1998, em um espaço da Igreja Católica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Avenida Iguaçu. Em 2001, o então prefeito Sâmis da Silva (PSDB) anunciou a construção das salas de aulas em um espaço cedido sob a arquibancada do Estádio Pedro Basso (o Flamenguinho), sendo inaugurada em abril de 2002.
Em 2019, na primeira reunião do Orçamento Participativo de Foz do Iguaçu, a comunidade aprovou a sede em uma área técnica do município no Jardim Eldorado (antigo Jardim Social). Moradores vizinhos da área contestaram na Justiça a obra no local, batizada por eles de “Praça das Aroeiras”, o que acabou atrasando o processo de licenças e autorizações.
Durante todo o processo, professores, funcionários e integrantes da comunidade escolar da Lúcia Marlene, organizaram manifestações e atos defendendo o início das obras. A Edyson Construtora Ltda venceu a licitação, com um investimento previsto de R$ 5,4 milhões. No entanto, após a colocação de tapumes, a obra foi abandonada.
Ensino integral
Em nota, a Secretaria de Educação reconhece que a Escola Lúcia Marlene atende há mais de 20 anos no Flamengo Esporte Clube, conhecido como Flamenguinho e esclarece que está entre as prioridades da gestão do prefeito General Silva e Luna, em termos de estrutura, a construção de uma nova sede para receber os alunos, que devem retornar as aulas na próxima semana, embaixo da arquibancada.
A secretária de Educação Silvana Garcia conta que uma de suas primeiras ações como gestora da pasta foi visitar a atual estrutura, para entender as condições atuais oferecidas aos alunos e servidores que atuam na escola. “Já foram planejadas e serão executadas, nos próximos dias, algumas adequações e manutenções para garantir a qualidade de atendimento às crianças e aos funcionários”, informa o comunicado da Prefeitura.
Em paralelo, a Secretaria informa que está em tratativas com alguns órgãos para obter uma área para a construção da nova sede. A Praça das Aroeiras, como foi batizada a área técnica pelos moradores do entorno, foi descartada como possibilidade pela Secretaria, uma vez que o projeto da gestão do General Silva e Luna, que visa expandir o ensino em tempo integral e atender a demanda represada na região, exige uma área de cerca de 10 mil m².
“A praça em questão possui aproximadamente 6 mil m²”, informa. “O orçamento reservado para essa finalidade está garantido e a construção de uma nova sede para a Escola Municipal Lúcia Marlene Nieradka é uma prioridade, em termos de estrutura, da Secretaria de Educação. Estamos em tratativa e queremos dar solução a essa questão o quanto antes possível”, conclui Silvana Garcia.
Surpresa
A comunidade escolar da Lúcia Marlene diz que viu com surpresa o anúncio de que a gestão municipal descartou construir a sede da escola na área até então definida. “A Escola Lúcia Marlene é uma necessidade na Vila Yolanda. Passamos por muita briga, por muitos protestos, por ação judicial, audiência pública na Câmara e tudo foi a nosso favor, aprovado que ali seria o melhor terreno, o melhor local devido à proximidade com a atual escola”, disse Angela Berlanda, mãe de ex-alunos e uma lutadora da sede definida da unidade de ensino.
Segundo ela, é muito “estranho agora chegar uma nova administração, refazer tudo que já foi feito. Estou bastante chateada, não tenho nem muitas condições de pensar em falar, porque estou bastante revoltada com essa notícia de hoje”, ressaltou. Segundo Dona Angela, tudo foi realizado sem ao menos uma consulta à comunidade escolar. “Não tivemos a oportunidade de falar com o prefeito, de falar com a secretária de Educação, não nos receberam. Simplesmente foi tomada uma decisão em cima de um terreno que já existe um projeto, já existe verba, já foi até iniciado a obra, a terraplanagem e tudo mais, só não seguiu diante a obra porque a empresa licitada desistiu”, concluiu.
- Da Redação / Foto: divulgação