Manifestação de motociclistas chama a atenção para o alto número de acidentes nas vias de Foz
O alto número de acidentes envolvendo motociclistas foi alvo de uma manifestação no final da tarde de quarta-feira (24), em Foz do Iguaçu. Um grande grupo de pessoas se reuniu no cruzamento das ruas Estanislau Zambrzycki e Antônio Raposo, no bairro Porto Meira, para chamar a atenção das autoridades, dos condutores e da população em geral.
Com faixas de alerta, os manifestantes reivindicaram melhorias na sinalização das vias urbanas e mais atenção por parte dos motoristas. A ação foi pacífica e durou apenas alguns minutos, mas teve boa repercussão.
No local do protesto foi registrada uma grave colisão no dia 11 de janeiro que resultou na morte do motociclista Marcos Neves Lucena, de 41 anos. A vítima seguia pela via preferencial, quando foi atingida por um automóvel que avançou o sinal vermelho. A ação foi gravada por câmeras de monitoramento. Lucena chegou a ser socorrido e ficou internado por seis dias no Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito no dia 17 de janeiro.
Na última terça-feira (23) outro sinistro do tipo ocorreu na mesma esquina. Ainda no mesmo dia, o motorista do transporte coletivo Vinícius Lemes, de 28 anos, perdeu a vida depois de bater a moto que conduzia contra um carro no bairro Vila A.
Dados da Guarda Municipal dão base às reivindicações dos pilotos na fronteira. Em todo o ano passado, segundo um levantamento, foram contabilizados 2.700 acidentes no município, 65% das ocorrências envolveram motos e resultaram em quase 700 feridos e seis mortes.
Neste ano já haviam sido contabilizados até quarta-feira (24) mais de 60 acidentes com motociclistas, com duas vítimas fatais. No ano passado, no mesmo período de janeiro, foram 53 ocorrências, 20% a menos.
Por meio de nota, o Instituto de Transportes e Trânsito de Foz (Foztrans) informou que o cruzamento onde houve a manifestação se encontra sinalizado, com placas de “pare” visíveis na Rua Antonio Raposo e um semáforo a cerca de 100 metros do cruzamento, na Rua Estanislau Zambrzycki.
O órgão afirmou que os acidentes têm sido causados por desrespeito à sinalização de parada obrigatória e excesso de velocidade, e que está analisando soluções para evitar mais ocorrências no local.
Vítimas e cruzamentos
Conforme o Corpo de Bombeiros, a maioria das vítimas de acidentes graves em Foz são homens com idades entre 20 e 29 anos. Os horários de pico são os mais preocupantes e a maioria das ocorrências tem como causa os descuidos e imprudência, como dirigir utilizando celular, não respeitar a sinalização, conduzir sob efeito de bebida alcoólica e não respeitar os limites de velocidades das ruas e avenidas, sendo que a maioria é de 40km/h.
Um relatório do Foztrans aponta os cruzamentos com o maior número de ocorrências. Merecem atenção a Av. Paraná X Av. Costa e Silva, Rua Estanislau Zambrzycki X Rua Antônio Raposo, Rua Xavier da Silva X Patrulheiro Venanti Otremba, Rua Edmundo de Barros X Av. Paraná, Av. Juscelino Kubitschek X Av. José Maria de Brito, Av. República Argentina X Av. Paraná, Av. Jules Rimet X Av. Costa e Silva e Av. República Argentina X Av. Juscelino Kubitschek.
- Da redação / Foto: Flávio Marczak, PM