No Bico do Corvo
Pesquisas
Prezado Corvo, muitas pessoas falam que pesquisa não vale nada e os institutos são máquinas de faturamento em épocas de eleições. Segui o seu conselho e resolvi pesquisar. Os institutos cometem erros mas existe um índice de mais de 90% de acerto. E existe mesmo um “desconfiômetro” e isso aparece na nota dada aos órgãos de pesquisa. Pelo que entendi, o IPEC é mais confiável que o Datafolha. Mas mesmo assim, há fatos que podem derrubar as pesquisas de um dia para o outro. Em todo o caso, os apanhados prestam um serviço para o público e aos políticos.
Mário J. S. Saldanha
O Corvo responde: prezado, sua análise é bem pontual. Mas se permitir, o Corvo fará um pequeno retoque: não há notas para os institutos e sim um conceito de ranking, mas o leitor entendeu perfeitamente o mecanismo. O IPEC, bem como outros avaliadores de cenário possuem um “A” no ranking e por isso inspiram credibilidade.
A luta pelo primeiro turno
Os resultados favoráveis ao Lula estão causando alguns estragos em seu principal adversário. Mas no ponto de vista deste colunista, há outra preocupação: Ciro Gomes. Segundo os analistas, suas propostas estão conquistando votos da direita e isso no fim das contas, acaba mexendo com Bolsonaro. Seria isso uma combinação? Se for, foi muito bem engenhada.
Mar de tranquilidade
O processo eleitoral caminha com muita tranquilidade até, apesar do nível das campanhas, que baixou muito. De uns tempos para cá os candidatos estão mais preocupados em atingir a imagem dos oponentes, do que conquistarem os eleitores com as suas propostas. Há quem goste desses arranca-rabos, mas o grosso do eleitorado quer saber como será a vida depois das eleições.
Desconfiança
E as coisas caminham tão bem, que há várias frentes desconfiando que possa surgir algum fato novo no meio do caminho. Esse caldo pode engrossar, quando algum candidato se der conta que perderá a eleição. Não vamos nos esquecer, que apesar do otimismo, muitas pessoas mantém os pés no chão, nos comitês e fatalmente, em algum momento, um candidato poderá ser alertado: “não adianta porque já era”.
Forças unilaterais
A esta altura, faltando menos de dez dias para as eleições, os terrenos tendem a se acomodar entre os retardatários. Eles parecem avaliar o que fazer em caso de segundo turno e como será a vida, se a eleição for decidida no primeiro. Naturalmente, todos comungarão da vida política depois dos resultados. Uns são mais conservadores e marcarão posição, outros subirão no muro, mas há quem já negocie. É a política e a democracia. O importante é que todos se salvem e ajudem a melhorar a vida dos brasileiros.
Adesivos em baixa
O perfurity, aquele adesivo que cobre o vidro traseiro dos veículos não está sendo usado como em outros tempos. Em verdade, a maioria dos veículos anda sem nada, nem mesmo com propagandas pequenas. Em Foz só se vê Bolsonaro, mas certamente há mais carros sem nada. O Corvo deu um passeio pelas estradas e não viu sequer um veículo mostrando cara de candidatos de outros partidos.
Comitês
Alguns endereços ou ponto de fixação de materiais de campanha estão sendo desativados, ou com meio expediente. Certamente já espalharam todos os materiais ou sentiram o limite do eleitorado e simpatizantes dos candidatos.
Cabos eleitorais
Francamente, o que se vê por Foz é cabo eleitoral usando adesivos e enfeitando o carro. Se depender da torcida do cidadão isso vai ficar um tanto frio, porque as pessoas temem agressão ou confusões.
Carreatas
Contaram para o Corvo que haverá procissões de candidatos no final de semana. Elas estão um pouco ausentes do ambiente de campanha e deve ser em razão dos preços dos combustíveis. Com marcação serrada das autoridades eleitorais e cabos eleitorais fiscalizando os adversários, distribuir vales de gasolina tornou-se impraticável.
Dobradinhas
Olhando os poucos adesivos, deu para notar que vários candidatos iguaçuenses estão fazendo dobradinha com gente de outras cidades. Difícil imaginar que com essa quantidade de candidatos, não conseguiram realizar acordos. Bom, isso não é ilegal e certos postulantes querem a todo o custo pegar uma carona em gente que pode fazer mais voto. Mas que é triste, isso é.
Voto distrital
E pela briga pelos votos, há quem fale em Brasília em aquecer a ideia de mudar o sistema eleitoral, reforçando as candidaturas nas regiões. Pode ser seja a saída para deixar cada candidato no seu quadradinho. Mas para isso acontecer requer-se outra reforma.
Os novos?
Há quem aposte que não haverá muitas mudanças nos gabinetes em Curitiba e nem em Brasília. Isso se deve um pouco à polarização e o alinhamento dos candidatos à reeleição com o governo federal.
Trocas equivocadas
Muitos candidatos que desistiram da reeleição para arriscar outros voos estão esboçando certo arrependimento. Há que seria reeleito tranquilamente para deputado estadual e federal, no entanto, resolveram arriscar voos mais altos, tipo Senado. A esta altura não há mais volta. Já os vereadores poderão voltar ao exercício da função.
Mico
É inevitável que depois das eleições, a sociedade tire sarrinhos de quem deixou de legislar, para se aventurar em campanha. Isso sempre aconteceu. Se a votação for inexpressiva então, sai de baixo.
Direita europeia
A Itália terá eleições no final de semana e a coisa lá pega fogo. Desde Benito Mussolini a direita radical este tão fortalecida e com ares fascistas. Todos os contrários à esquerda se uniram e vão para cima, com a possibilidade de pela primeira vez, uma mulher assumir o poder. Ela é Giorgia Meloni. O que está fazendo a terra tremer, mais que erupção do Etna, é a possível volta de Sílvio Berlusconi na mesa de distribuição das cartas. Isso sim atormenta até os vizinhos.
O temor
Vários partidos de direita da Itália possuem líderes que simpatizam com a causa russa e isso pode tumultuar muito o cenário europeu, Giorgina, dentre outras, declara que não gosta de imigrantes e já falou em tirar a Itália da União Europeia. Os italianos viverão dias de tensão até amanhã, domingo.
Em fuga
Foi o governo russo anunciar a convocação de 300 mil reservistas que as fronteiras se entupiram de gente querendo escapar do serviço de vestir farda e enfrentar ucranianos, com dentes cerrados e sangue os olhos. O pior é que os países vizinhos não sabem se isso é fuga, migração ou armação da Rússia, de espalhar infiltrados por todos os lados.
Armas atômicas
Pelo terceiro dia seguido, autoridades russas falam em explodir a Europa. Há quem acredite que isso não tem volta e armas nucleares de baixo impacto explodam em cima de alguma cidade. Alguém sabe definir o que é uma “arma nuclear de baixo impacto”? Dizem que seria um poder de destruição similar ao que foi jogado no Japão, na Segunda Guerra Mundial. Que barbaridade!
Churrasco e um bom chimarrão…
O tempo estará bem propício para um descanso, apesar da chuvinha anunciada ao longo do período dominical. É assim que o inverno começa a se despedir. É certo que já entramos na Primavera, mas os resquícios da última estação persistirão uns dias. Um bom final de semana a todos!