No Bico do Corvo
As concessões
O presidente Bolsonaro está trabalhando sim, quem disse que não? Ele renovou a concessão de várias emissoras, a começar pela Rede Globo. A notícia causou incômodo estomacal em muitos apoiadores radicais, aqueles que saem por aí desligando aparelhos sintonizados na emissora em espaços públicos. Essa intolerância televisiva acontece até em residências, quando um militante passa na rua, vê o aparelho ligado na novela das 9 e dá de fazer uma gritaria! “Muda de canal”. “Globo não!”.
A PEC em debate
Eita que o assunto é cansativo e reflete o “estica e puxa na política”. Em verdade a população escuta, mas não sabe discernir o tema. A empregada do Corvo disse que para ela, PEC quer dizer pegadinha, um jeito de desviarem a atenção de assuntos mais graves. Sabemos que não se trada disso, mas a “voz do povo”.
Relator com a caneta
Enquanto isso, nas negociações, ninguém consegue exterminar o poder do relator; ainda há bilhões em forma de tinta na caneta. Embora as decisões, os poderes e os políticos dão um jeito de articular o mascaramento em várias situações.
Sem transparência
Autoridades e especialistas afirmam que muitos atos serão secretos eternamente e será difícil controlar 100% da destinação dos gastos, pois é o lastro que manterá a afinação entre Congresso e governo. É triste imaginar que um dia o cidadão brasileiro saberá de escaramuças camufladas e que nada pode fazer para impedir.
Ministros & Ministros
Lula vai definindo a lista de ministros e paralelamente saem as nomeações para as cascatas de escalões. Cada ministro tem sobre a mesa outra lista de futuros colaboradores e é assim que azeitarão a máquina administrativa, em combinação com a legislativa. O fato é que os setores políticos brasileiros se movem em busca de uma “tetinha” para se pendurar. É assim aqui e no resto do mundo, desde que inventaram os governos.
46,4 mil
Assistindo a toda essa movimentação, os brasileiros precisam engolir o salário dos representantes. Presidente e ministros terão todos os meses nos holerites quase 50 mil em forma de remuneração, fora as verbas de representação, uso de transporte governamental e teto funcional. Deve ser no mínimo interessante essa mudança de vida, sem dores de cabeça para pagar a luz, água, internet, contas na farmácia, mercado, açougue, puxa vida, que diferença há entre o representante e os representados.
Padre sem igreja
Então, o padre Kelmon está pagando um preço bem alto por ter se atravessado em terrenos pantanosos, como é o caso da política. Perdeu a vaga na Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil, por onde se dizia religioso, com direito a cruz pendurada no pescoço. Como nos filmes de terror, o crucifixo deveria arder no peito de certas pessoas. O caso é que arde mesmo, chega a pegar fogo, dependendo a falsidade do devoto.
Visita insólita
Cadê que a Ponte da Integração seria inaugurada neste dia 21? Pelo visto, a visita relâmpago do governador Ratinho foi o “evento” de entrega da travessia, que apesar de chegar ao outro lado, não leva a lugar nenhum. Dá para ver pelas fotos que a ponte ficou bem bonita.
Sem calçadas
Quem já foi olhar a obra de perto, garante que ela possui um defeito gravíssimo: as calçadas e área de pedestres são muito estreita e as pessoas terão que caminhar pela faixa de acostamento. A realidade será outra quando a ponte funcionar: os transeuntes terão que se espremer, diferente das autoridades, que caminharam pelo meio da pista. Mas há um alento: a vista é simplesmente deslumbrante.
O parque 5.0
O nome correto ou de largada é Ecoparque Itaipu, aquela majestosa área verde que fica entre a BR 277 e a Vila A, totalmente envolvida por uma belíssima pista de caminhada, com espaço para as bicicletas. Quem conhece a mata garante que é repleta de cartões postais com destaque para as nascentes e arroios que se formam em várias direções. Ironia do destino é que quase todos acabam desaguando pelas bandas do Jardim Jupira onde recebem uma carga de dejetos e poluição, para depois baterem de frente com a Ilha Acaray. Chamam de 5.0, em razão da tecnologia integrada ao meio ambiente, via sustentabilidade.
Ratinho e a pandemia
O governador elogia o setor de Turismo de Foz e enaltece a recuperação econômica. O que ele não sabe é que muitos estabelecimentos não estão conseguindo fechar as contas e ingressarão 2023 mais uma vez com a corda no pescoço. A ajuda em tempos de pandemia foi uma espécie de cadafalso.
Festa de los hermanos
Foi bonito de ver a alegria dos argentinos ao festejarem o Tri. Formou-se um oceano azul celeste e branco em torno do Obelisco, ruas e avenidas. O povo sofrido teve enfim algo para comemorar, porque as coisas andam densas e tensas em todo o território, com à fome batendo até na classe média. O espírito argentino é coletivo e há quem comece a imaginar o que será, quando a alegria for embora.
Os idiotas de lá
Para variar, bandeiras do Brasil foram arrancadas de alguns hotéis. Por pouco não invadem o setor diplomático; segundo uma informação havia gente com ovos na mão em frente à embaixada. O radicalismo também afetou símbolos britânicos e até uruguaios. Há quem de fato não se contenha e acabe apelando. Poxa, nunca, em tempo algum, os brasileiros estiveram tanto ao lado dos argentinos. A Copa deu uma ajeitada nesse guarda-louças.
Ai a política…
Como é final de ano, as pessoas estão mais preocupadas em ajeitar a casa, receber parentes, enfim, curtir o Natal, com presentinhos (lembrancinhas) e uma mesa um pouco mais farta, relembrando os doces e bons tempos. Diante disso, não sobra muito espaço para o cidadão refletir a política local. Claro, também há os embates nacionais e a expectativa na mudança de governo em Brasília. Com as pessoas pensando assim, há um mar de tranquilidade para as reformas administrativas e, conversas com os legisladores. Contaram para o Corvo que a movimentação tem sido intensa nesse sentido.
Reforma estudada
As especulações dão conta que Chico Brasileiro mexerá em apenas três secretarias, mas haverá uma mudança mais acentuada em cargos de segundo e terceiro escalão. Em geral, quando os vereadores causam mudanças na estrutura do Legislativo, os CCs é que dançam conforme a música. Mesmo assim, tudo isso passa pelas mãos do prefeito e seus assessores. É o baile das negociações.
Pastel de Natal
Todo mundo sabe que a pastelaria em frente ao edifício da Câmara se tornou uma espécie de símbolo sobre os reflexos dos debates fora do plenário e dos corredores da Casa de Leis. Passada a eleição, o negócio anda um tanto vazio, só recebe o povo que vai frequentar o comércio da Avenida Brasil. Até o Corvo passou por lá e provou uma das iguarias, mas não havia o tal “pastel de bacalhau”, tanto propagado por um frequentador.
Novas correntes
Os iguaçuenses precisam prestar atenção em alguns movimentos paralelos. Nem tudo orbita a Prefeitura e Câmara. Há duas frentes em constante movimento. Uma é a dos manifestantes em frente ao batalhão e o que vão fazer da vida após o dia 01 de janeiro; a outra é a dos apoiadores do Lula, prontos para assumirem funções e o que mais vão fazer após o dia 01 de janeiro. A repetição é proposital.
Produtos argentinos
Os leitores (hoje não há espaço para cartas) questionam o que será feito dos produtos argentinos apreendidos em contrabando. Os procedimentos são os mais diversos, uns serão destruídos, outros leiloados e pode ser, algo pode ser doado. Tomara entreguem óleo de oliva para as creches e escolas, farão um bem danado na dieta dos alunos.
Seo Beto Richa
Os curitibanos são seres diferentes. Adoram pessoas que algo fizeram, independentemente as ofuscações no percurso. Uma prova disso é o Rafael Greca; nem a passagem pelo ministério e a nau dos 500 anos afundou a sua imagem. A volta de Beto Richa está pelo mesmo caminho; assumirá a Câmara Federal e depois ninguém segura. O clã se prepara às novas revoadas. A prefeitura está na mira dos Richa.
A hora e a vez da Vila Portes
A revitalização das ruas e centro comercial da Vila Portes é algo esperado pelos moradores e empresários. O caso é a sujeira que fazem e dão o maior trabalhão para o serviço público. Enquanto uns são ordeiros e acondicionam bem o lixo, outros largam bem no meio da rua, com a desculpa que é para ajudar na coleta. Balela. Em minutos os cachorros rasgam tudo e fica aquela bagunça. Asfalto novo combina com paisagem equilibrada.
Terror na zona primária
Mas há algo mais a preocupar o povo da Vila Portes, Jupira e adjacências: os meliantes. Assaltam a tudo e a todos, no claro, escuro, com ou sem movimento. Fazem isso até na cara da polícia, tamanha a agilidade. É um assunto que precisa ser resolvido urgentemente. O lugar está infestado de bandidos, de olho no bolso de quem vai e volta do Paraguai.
“Verão chuvoso”
O vovô do Corvo passava a mão no bigode e dizia, toda vez que uma moça bonita passava na rua: “eita verão chuvoso”! A criançada morria de rir, sem entender direito o significado da frase. Bom, hoje, vamos nos preparar para virar sapos, porque se depender das previsões, o aguaceiro será grande. Tomara não aconteça em Foz como em alguns bairros e cidades do Rio e São Paulo, cujas localidades e parecem muito com filmes apocalípticos.