Foz reage à suspensão de acordo de transporte com Puerto Iguazú
O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Foz do Iguaçu promoveu, nesta segunda-feira (25), uma reunião com representantes de diversas entidades do setor turístico para discutir a revogação unilateral do “Acordo Bilateral de Transporte Turístico Receptivo” por parte da Prefeitura de Puerto Iguazú, na Argentina. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de dezembro de 2024, pode causar impacto significativo no fluxo turístico da região, especialmente durante a alta temporada.
Estabelecido em 2019, o acordo regula o transporte de turistas entre as duas cidades fronteiriças, proporcionando segurança às operações das empresas de turismo que cruzam a fronteira. Sua suspensão ameaça criar barreiras para empresas e profissionais, comprometendo a experiência de visitantes no Destino Iguaçu, reconhecido pela integração trinacional.
Impactos e mobilização
O presidente do Comtur Diogo Marcel, ressaltou a importância de buscar soluções para evitar que o turismo seja prejudicado. “O acordo trouxe resultados positivos e não pode ser desfeito de forma unilateral. Nosso objetivo é abrir um diálogo com as autoridades argentinas, estender o prazo de revogação e discutir melhorias para preservar a experiência dos turistas e os empregos no setor”, afirmou.
O empresário e futuro secretário de Turismo de Foz Jin Petryscoski, destacou que a decisão ocorre em um momento crítico. “Estamos às vésperas da alta temporada. Qualquer interrupção na logística de transporte impacta diretamente a cidade e o setor. Precisamos unir forças e buscar uma solução conjunta”, enfatizou.
Para o presidente do Visit Iguassu Jaime Mendes, a decisão prejudica não só a operação logística, mas também a imagem do destino trinacional. “Sempre fomos reconhecidos pela integração. Precisamos trabalhar em conjunto para restabelecer o diálogo e garantir uma experiência positiva aos visitantes”, apontou.
Reações do setor
Representantes de entidades como a Abav, Liguia e Sindetur expressaram preocupação com os possíveis efeitos da suspensão. O vice-presidente da Abav-Paraná Felipe Gonzalez, alertou para os riscos de retrocesso. “O turismo na fronteira deve facilitar a experiência do visitante, não restringi-la”, observou. Virginia Hauptman, presidente da Liguia, destacou a necessidade de diálogo: “Trabalhamos cruzando fronteiras diariamente. Essa ruptura repentina pode causar prejuízos durante a alta temporada.”
O presidente do Sindetur Fernando Martin, lamentou a situação e reforçou a importância da integração. “Esse acordo foi construído para beneficiar todos os envolvidos. Não vemos razões para essa decisão unilateral. O diálogo é o único caminho para evitar retrocessos e preservar a integração que conquistamos”, declarou.
Caminhos para o diálogo
Até o momento, órgãos reguladores brasileiros como Foztrans e ANTT não foram formalmente notificados da revogação. As lideranças turísticas de Foz buscam mobilizar as autoridades argentinas para negociar um prazo maior e reverter a medida antes que os impactos sejam sentidos.
Com a proximidade da alta temporada, a expectativa é que um consenso seja alcançado para evitar transtornos ao setor turístico e garantir que o Destino Iguaçu permaneça um símbolo de integração e desenvolvimento na região.
- Da redação com Comtur / Foto: arquivo