Foz é referência no monitoramento, análise de dados e prevenção das síndromes gripais
Desde 2013 Foz do Iguaçu possui uma Rede de Vigilância das Síndromes Gripais, as chamadas “unidades sentinelas”, que foram ampliadas pelo Governo do Estado em todo o Paraná, a partir da pandemia de Covid-19, em 2020.
Este trabalho, de monitoramento, análise de dados e prevenção de doenças, foi apresentado nesta sexta-feira (14) pela equipe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde aos representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Centro de Controle de Prevenções em Doenças (CDC), de Atlanta, nos Estados Unidos.
O encontro, que aconteceu na sede da Vigilância, na Vila Yolanda, foi organizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e marcou o encerramento de uma oficina sobre o tema, que iniciou essa semana em Curitiba. O objetivo é a troca de experiências e alinhamento de estratégias de ação, com a apresentação dos fluxos de trabalho.
O prefeito Chico Brasileiro acompanhou a visita dos grupos e agradeceu a parceria com o Governo do Estado e o Ministério da Saúde pelo compromisso e o olhar especial às regiões de fronteira. Ele também afirmou que Foz do Iguaçu é referência no monitoramento dos vírus em circulação, o que permite ao município traçar estratégias antecipadas para o enfrentamento de doenças.
“É muito importante este trabalho feito pelos nossos técnicos da Vigilância. Este monitoramento nos dá diretrizes para a política assistencial e de prevenção. Todos nós temos o mesmo interesse: fazer com que a ciência possa nos orientar e nos ajudar a salvar vidas, este é o principal objetivo. Vamos trabalhar em conjunto para o fortalecimento da nossa saúde”, disse o chefe do executivo.
Região de Fronteira
Conforme explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SESA, Acácia Nasr, o trabalho desenvolvido pelas unidades sentinelas no Estado é um modelo para o país e a visita dos profissionais a Foz do Iguaçu é para uma análise mais profunda sobre a região de fronteira.
“Foz é uma região que precisa de um olhar especial pela grande circulação de pessoas. Então hoje este trabalho e esta experiência realizada aqui estão sendo apresentados como bons exemplos”, explicou.
Para a assessora técnica da Coordenação Geral de Doenças Imunopreviníveis do Ministério da Saúde, Walquiria Almeida, a troca de experiências fortalece o trabalho desenvolvido pelo Governo Federal. “O Paraná tem um trabalho que serve de modelo e Foz do Iguaçu, uma cidade de fronteira, nos mostra uma rede fortalecida e com excelentes respostas. Essa troca de informações nos fortalece muito”.
Pela primeira vez no Paraná, a epidemiologista do CDC de Atlanta, Hannah Lofgren, disse que está muito animada com a experiência, que, segundo ela, é uma grande oportunidade de integração. “Com a pandemia surgiu uma nova divisão no CDC, que acompanha e vê como funcionam os sistemas nos outros países. Temos essa parceria com o Ministério da Saúde, que nos auxiliou nesta visita”, informou.“Estamos satisfeitos com esta oportunidade de colaborar e muito animados com este encontro, para ver as diferentes realidades existentes. Queremos conhecer e aprender como vocês trabalham”, finalizou.
A secretária da saúde Rose Meri da Rosa, o diretor da Nona Regional de Saúde Ademir Ferreira e o diretor da Vigilância em Saúde Roberto Doldan também falaram sobre o fluxo populacional, o atendimento na saúde a brasiguaios e os dados epidemiológicos da região. “É preciso ter um monitoramento apurado e constante de todas as situações que envolvem os países de fronteira. Nossa rede hoje está fortalecida e nos fornece dados de forma antecipada para que possamos traçar as estratégias com excelência”, disse a secretária.
Paraná
O Paraná tem hoje 34 unidades sentinelas (postos de coleta), 13 delas implantadas em 2020, com o início da pandemia da Covid-19. Elas fazem o monitoramento dos vírus através da coleta (cinco amostras semanais), que é encaminhada para o Laboratório Central do Estado (Lacen-PR), em Curitiba, para análises e os resultados são enviados para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP/Ministério da Saúde). Caso não haja identificação do tipo do vírus, a amostra é compartilhada com a Fiocruz para a investigação.
Em Foz do Iguaçu a unidade sentinela é a UPA João Samek e todos os hospitais fazem as notificações dos casos ao sistema de informação da Vigilância.
- AMN (Com informações da SESA) / Foto: Thiago Dutra/PMFI