Vermelho condena cortes no orçamento do Ministério do Turismo
Durante sessão na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (12), o deputado federal Vermelho fez um contundente pronunciamento contra a proposta do governo federal de cortar cerca de R$ 500 milhões do orçamento destinado ao Ministério do Turismo (MTur).
Em tom crítico e enfático, o parlamentar classificou a medida como um “tiro no pé” e um “grave equívoco estratégico” que pode comprometer seriamente o desenvolvimento do setor no país.
“Cortar o orçamento do MTur é matar a galinha dos ovos de ouro”, afirmou Vermelho. “O turismo é um dos poucos setores capazes de gerar emprego, renda e divisas para o país com investimentos relativamente baixos. Reduzir recursos para essa área é caminhar na contramão da recuperação econômica e da valorização de nossas potencialidades regionais.”
Segundo o deputado, a redução drástica do orçamento poderá ter efeitos devastadores em várias frentes. Um dos pontos destacados por Vermelho foi o impacto nos investimentos em infraestrutura turística, como melhorias em estradas, aeroportos e equipamentos públicos. “Essas obras são fundamentais para atrair visitantes e garantir competitividade entre destinos”, alertou.
Outro fator preocupante citado é a redução nos programas de apoio a empresas do setor, em especial micro e pequenas empresas, que representam uma parcela expressiva do mercado turístico nacional. “Essas empresas são grandes geradoras de emprego e renda, especialmente em municípios do interior e regiões com forte vocação turística como Foz do Iguaçu. Cortar investimentos nelas é comprometer a sustentabilidade econômica de muitas comunidades”, enfatizou.
Promoção internacional
O parlamentar também apontou os prejuízos que a medida pode causar à promoção internacional do Brasil como destino turístico. “A diminuição dos recursos para campanhas de marketing compromete a imagem do país no exterior, reduz a competitividade global e impacta diretamente na atração de visitantes estrangeiros”, disse.
Vermelho ainda lembrou que a queda no orçamento afeta diretamente o cumprimento das metas do Ministério do Turismo, como o aumento no número de visitantes e a ampliação da participação do setor no PIB nacional. “É um efeito dominó. Menos investimento significa menos turistas, menos consumo, menos empregos e, por consequência, menor geração de renda”, resumiu.
“Estamos falando de um setor que responde por cerca de 8% do PIB, que movimenta dezenas de cadeias produtivas e que tem potencial para crescer muito mais. Cortar recursos agora é retroceder.”, concluiu o parlamentar.
Bom trabalho
Na sequência, Vermelho destacou a atuação de Celso Sabino: “Quero registrar o excelente trabalho que o ministro vem realizando em todo o país — ouvindo lideranças, fortalecendo o setor e executando ações importantes para o desenvolvimento do turismo nacional, além de promover nossas atrações no exterior”, destacou Vermelho.
O parlamentar também pontuou que, apesar dos avanços, ainda existem gargalos a serem enfrentados, como a precariedade da malha aérea nacional, que dificulta o acesso a diversos destinos turísticos.
Vermelho aproveitou a ocasião para reforçar a importância da implantação da Escola Nacional do Turismo em Foz do Iguaçu, um projeto que defende com empenho e deseja ver concretizado com o apoio do ministro Sabino. “Essa escola será fundamental para a qualificação profissional e o fortalecimento do setor em nosso estado e no país”, afirmou.
Em defesa dos caminhoneiros
Vermelho também participou nesta semana de uma audiência pública na Câmara dos Deputados que discutiu a fiscalização do tempo de direção e descanso dos motoristas profissionais. Com trajetória pessoal nas estradas, Vermelho falou com propriedade sobre os desafios enfrentados pelos caminhoneiros e donos de transportadoras.
“Nós que viemos da estrada, criados dentro de caminhões, conhecemos bem essa realidade difícil que muitos ainda enfrentam”, afirmou o parlamentar, que condenou propostas feitas “em gabinetes” sem considerar a realidade de quem vive na boleia.
Vermelho destacou a importância do debate e cobrou equilíbrio nas decisões. “Precisamos construir uma solução justa para nossos irmãos da estrada — que garanta o direito ao descanso, mas sem obrigá-los a parar por 11 horas em locais muitas vezes sem infraestrutura, sem segurança e em rodovias perigosas.” O parlamentar defende um descanso em torno de oito horas.
- Da assessoria