Pauta ambiental é vanguarda do mundo, diz Yasmin Hachem
A vereadora Yasmin Hachem, 2.228 votos pelo MDB em 2020, considera possível uma aliança centro-esquerda – PT, PV, PCdoB, PDT, MDB, Rede e Psol – na disputa da prefeitura de Foz do Iguaçu em 2024 e disse que há conversas com diversos atores políticos para que venha a compor uma chapa majoritária na eleição municipal.
“Há muitos pré-candidatos tentando se viabilizar para a disputa, mas se sabe que ao final, se polariza em dois ou três nomes. A questão do possível segundo turno, se ocorrer, vai trazer elementos novos e mais complexos, polarizando entre dois nomes, o que pode remeter a alianças mais amplas. Ainda é cedo para dizer mais que isso”, disse nesta entrevista ao GDia.
Iguaçuense de 26 anos, Yasmin é formada em direito pela Unioeste e tem sua atuação voltada às pautas dos jovens, minorias, protagonismo das mulheres e o meio ambiente, e também aponta a desigualdade como um entrave ao equilíbrio ao tecido social de Foz do Iguaçu.
“A questão da moradia popular é um problema gravíssimo, que só aumenta quanto mais aumenta a desigualdade social. Sem tratar da redução da desigualdade social, não há programa de moradia popular que baste”, reitera a vereadora.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Qual análise que faz da conjuntura política e eleitoral de Foz?
O quadro é complexo. Há muitos pré-candidatos tentando se viabilizar para a disputa, mas se sabe que ao final, se polariza em dois ou três nomes. A questão do possível segundo turno, se ocorrer, vai trazer elementos novos e mais complexos, polarizando entre dois nomes no segundo turno, o que pode remeter a alianças mais amplas. Ainda é cedo para dizer mais que isso.
Você é candidata à reeleição ou está à disposição para disputar a prefeitura ou até mesmo compor como candidata a vice-prefeita?
Olha, há conversas sobre todas essas possibilidades com diversos atores políticos da cidade.
É possível o MDB participar de uma frente centro-esquerda com o PT, PCdoB, PV, PSB, PDT, Psol e Rede em Foz do Iguaçu?
Na política, tudo é possível.
Você foi talvez a única parlamentar a apoiar o Lula no segundo turno das eleições e enfrentou o ódio dos bolsonaristas nas redes sociais, essa campanha odienta pode se repetir nas eleições municipais de 2024?
Infelizmente, sim. O país vive uma polarização da política sem precedentes na história. Inclusive, no plano municipal, isso pode tender para pior, em função da proximidade do eleitor com as candidatas e candidatos.
O quanto a pauta jovem, LGBTQ+, das mulheres, das minorias avançou e pede avançar na Câmara de Vereadores e pode avançar na campanha eleitoral de 2024?
Avançou muito. Conseguimos aprovar: Projeto que destina 10% das vagas de empresas terceirizadas para Mulheres vítimas de violência, pessoas trans e egressos do sistema penal. Aprovamos o projeto da Dignidade Menstrual que visa combater a pobreza menstrual, fornecendo absorventes e materiais de higiene para mulheres de baixa renda e todos os anos destinamos valores em emendas parlamentares para contribuir na compra dos materiais. T
Também foram feitas audiências públicas da Pessoa com Deficiência, para Juventude, LGBT; Dia de Iemanjá no Calendário Municipal de Foz do Iguaçu.
O passe livre aos estudantes pode avançar para a tarifa zero para todos os usuários do transporte coletivo?
Pode sim, pois esse é um movimento que está tomando força em toda parte.
Como os jovens podem participar mais efetivamente da política e dos espaços no poder público?
A Conferência da Juventude foi retomada em Foz do Iguaçu, depois de muito tempo. Essa é uma das formas de participação. Mas, há audiências públicas, é também preciso acompanhar as sessões da Câmara, mobilizar as entidades estudantis e populares. A juventude fez e faz muito. Falta ela ser mais respeitada como tal.
Considera importante a pauta verde (revitalização e preservação de rios, matas e áreas verdes) em Foz do Iguaçu e como essa pauta na prática nos planos de governo?
Sem dúvida alguma, considero de vital importância. Vital mesmo, pois a sobrevivência da minha geração está em risco já, e, por isso, precisa assumir o protagonismo da pauta ambiental agora. As pautas ambientais são a vanguarda do mundo hoje. Não há como pensar em nenhuma pauta política, social e econômica sem considerar a questão ambiental.
A urbanização do Bubas e a legitimação da posse aos moradores é o caminho para um grande programa habitacional e de reforma urbana?
A questão da moradia popular é um problema gravíssimo, que só aumenta quanto mais aumenta a desigualdade social. Sem tratar da redução da desigualdade social, não há programa de moradia popular que baste. É preciso tratar das duas coisas ao mesmo tempo, senão estamos fadados a “enxugar gelo” a vida toda.
As redes sociais serão mais usadas nestas eleições, além de pregar aos convertidos?
Sim, cada vez mais, e a tendência é ser ainda mais importante daqui para frente, é inútil negar a realidade. E não concordo que se prega só para os convertidos nas redes sociais. Pelo contrário, cada vez mais públicos novos vão se incorporando a essa realidade. O que precisamos é nos qualificar para isso, considerar o marketing das redes digitais como uma área específica a ser considerada nas campanhas eleitorais.
- Da redação