Mais de 51% dos votos de Foz foram para candidatos de outros municípios

A totalização dos votos do primeiro turno das eleições 2022 trouxe à tona mais uma informação que explica porque Foz do Iguaçu tem pouca representatividade em nível estadual e nacional. Mais de 51% dos que foram as urnas votaram em candidatos com domicílio eleitoral em outros municípios. Os índices de brancos e nulos também chama a atenção. Quem não votou domingo (2) poderá votar normalmente no segundo turno.

Foz do Iguaçu conta atualmente com 196.153 eleitores com o título regularizado na Justiça Eleitoral. Deste total, 37.697 deixou de depositar o voto nas 587 urnas distribuídas em 63 pontos de votação – aproximadamente 19% de abstenção. O índice ficou um pouco abaixo da média nacional que, segundo a totalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atingiu mais de 20%, maior percentual desde 1998.

Os votos destinados aos candidatos de fora, também conhecidos no jargão político como “paraquedistas”, refletem diretamente na não eleição de representantes do município. De acordo com a totalização de votos do TSE, Foz do Iguaçu registrou aproximadamente 144 mil votos válidos no primeiro turno. Destes 71,5 mil foram em candidatos locais e 72,8 mil em postulantes de outras localidades.

O comunicador Luciano Alves (PSD), que concorreu para deputado federal, foi o mais lembrado pelos eleitores de Foz do Iguaçu. Nas urnas, o candidato recebeu 18.639 votos, aproximadamente 12,91% dos válidos. No geral, ele alcançou 24.865 com os votos recebido fora ficando como segundo suplente do partido e dificilmente irá assumir uma cadeira na Câmara Federal.

Os deputados federais Vermelho e Fernando Giacobo, ambos do PL e com domicílio eleitoral em Foz, foram reeleitos com 70.790 e 152.342 votos, respectivamente. A maioria dos sufrágios vieram de fora. No município, Vermelho recebeu 18.525 e Giacobo 7.370 votos. A deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann (PT) conquistou 10.020, terceira mais votada, seguida do deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos), com 7.397 votos.

Suplentes

A migração de votos também prejudicou o desempenho dos candidatos locais  a deputado estadual no primeiro turno das eleições. Entre os 10 mais votados, apenas Hussein Bakri (PSD), que recebeu 2.805 votos e décimo colocado, não tem domicílio eleitoral em Foz do Iguaçu. No entanto, a maioria dos votos depositados pelos eleitores do município foram diluídos entre candidatos de todas as regiões do Estado.

Os mais votados foram a psicóloga Rosa Maria Jerônymo (MDB) e o deputado estadual Soldado Fruet (Pros). Ambos ficaram na primeira suplência dos partidos. Rosa Maria recebeu 19.025 votos em Foz do Iguaçu e 24.588 no total. Fruet foi lembrado por 12.957 iguaçuenses e totalizou com 26.624 sufrágios.

O empresário Matheus Vermelho, eleito deputado estadual pelo PP, foi o terceiro mais votado em Foz do Iguaçu. O candidato foi lembrado por 10.884 eleitores do município, alcançando 29.484 votos no total. Aproximadamente 158,4 mil iguaçuenses foram votar no domingo. Destes, cerca de 15 mil votaram em branco ou anularam o apoio aos candidatos.

Voto liberado

Os eleitores que não compareceram aos pontos de votação no primeiro turno, poderão votar normalmente no segundo turno, no dia 30 de outubro. “Todos podem e devem votar”, afirma o advogado e consultor legislativo Gilmar Cardoso. Cada turno é uma eleição independente e o não comparecimento à primeira etapa não impede de ir às urnas votar para presidente da República.

Quanto a justificativa, o eleitor que não compareceu no primeiro turno é obrigado a justificar a ausência no prazo de 60 dias. A mesma regra vale para o cidadão que não votar no segundo turno. Nesse caso, quem não comparecer nos dois, precisa apresentar duas justificativas a Justiça Eleitoral, frisa Gilmar Cardoso.

Prova de vida

Recentemente o INSS publicou portaria com as mudanças nas regras para prova de vida de aposentados, pensionistas e outros beneficiários. O procedimento será automático, em cruzamento de informações de bases de dados públicos federais, estaduais e municipais, explica o advogado.

Ele esclarece ainda que, além do voto na eleição, os seguintes documentos/atos servem como prova de vida para o INSS: comprovante de vacinação, cadastro em órgãos de trânsito, renovação de passaporte, carteira de trabalho, de identidade e de motorista, alistamento militar e outros documentos que exigem presença física.

Também entra na lista os recibos de pagamentos de benefício por reconhecimento biométrico, declaração de imposto de renda, além de registros de atendimentos presenciais ou perícias médicas em agências da Previdência Social, concluiu Cardoso.

  Da Redação / Foto: Fernando Frazão-ABr

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *