Luta por sede de escola da Vila Yolanda em área da Prefeitura repercute na Câmara
A luta da comunidade escolar, pais de alunos e ex-alunos, professores e servidores pela sede definitiva da Escola Municipal Lúcia Marlene Nieradka repercutiu no Plenário da Câmara Municipal nesta terça-feira (11). O vereador Soldado Fruet (PL) informou que fará um apelo à secretária municipal de Educação, Silvana Garcia e ao prefeito General Silva e Luna (PL), para que voltem atrás na ideia de mudar de local (fora do bairro) para instalar a unidade de ensino, que há mais de 23 anos funciona sob a arquibancada de um estádio de futebol
A manifestação de Fruet é resultado de uma reunião dele e mais seis parlamentares com integrantes da comunidade escolar, pais de alunos e da administração da escola da Vila Yolanda na segunda-feira (10). Segundo o vereador, Foz é uma cidade turística, de belezas naturais, mas choca a notícia de que existe uma “escola que por 26 anos está embaixo de uma arquibancada de um estádio”.
A unidade surgiu da necessidade dos moradores da Vila Yolanda e bairros próximos matricular os filhos perto da residência e começou atender em 8 de março de 1998, em um espaço da Igreja Católica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em 2002 ela foi transferida para salas de aulas construídas num espaço cedido sob a arquibancada do Estádio Pedro Basso (o Flamenguinho), onde permanece até hoje.
“Pudemos sentir na pele o calor que é aquilo lá. O local onde fazem as refeições e recreio, é muito quente”, disse Fruet ao relatar a reunião no local. Em 2019, na primeira reunião do Orçamento Participativo de Foz, a comunidade aprovou a sede dela numa área técnica do município no Jardim Eldorado (antigo Jardim Social). Os vizinhos do terreno entraram na Justiça porque não queriam no local, atrasou o processo, relatou.
Autorização
O vereador recordou que em 2024 os moradores ganharam o direito de construir no local, a Prefeitura contratou uma empresa que acabou abandonando. “O terreno está lá, pronto para licitação. E agora houve a notícia que o prefeito decidiu que não seria mais naquele local, mas que faria uma escola maior, com mais salas, que não cabem naquele local, precisa de 10 mil metros quadrados”.
Fruet informou que existem alguns terrenos que estão sendo especulados mas reforçou que “o terreno já está ali, tudo pronto, acertado, basta trocar a empresa e começar a escola. Eles estão por 26 anos esperando. Se escolhermos outro local, terá novo imbróglio jurídico, vai demorar um ano e meio, dois para começar esta escola. São crianças de cinco a 10 anos de idade, em pleno 2025, estudando embaixo de uma arquibancada de estádio emprestada”, relatou.
“Temos o terreno, é só construir. Não podemos deixar que meia dúzia de pessoas interfira no futuro de mais de 200 crianças que frequentam estas escolas. É um absurdo isto aí, espero que a secretária e nosso prefeito, com toda certeza, e que continuem ali, a tratativa da escola naquele local”, concluiu o parlamentar.
Morador do bairro
Sidnei Prestes (Mobiliza) comentou sobre a reunião em uma rede social. “Como vereador e morador da Vila Yolanda, estou ao lado da comunidade na defesa da construção da nova Escola Lúcia Marlene Nieradka no terreno já definido. Após ouvir pais de alunos, reforço que essa obra é essencial para garantir um ensino de qualidade e acompanhar o crescimento do bairro”, disse ele.
Que completou: “Seguirei cobrando e dialogando com o Executivo para que esse projeto avance, pois a decisão do povo deve ser respeitada. Educação não pode esperar, e a Vila Yolanda merece essa conquista!”. Também participaram da reunião os vereadores Valentina (PT), Paulo Debrito (PL), Raniere Marchioro (Republicanos), Cabo Cassol (PL), Marcia Bachixte (MDB) e Evandro Ferreira (PSD).
Primeira vez
A mãe de ex-alunos e que há muitos anos luta pela sede da escola, Angela Berlanda, disse que esta foi a primeira vez que a população local foi ouvida. “Tivemos a presença de sete vereadores, às 13h30 lá na Lúcia Marlene, e entre eles o presidente da Câmara. Pela primeira vez na nossa história de lutas conseguimos ser ouvidos e de repente alguma coisa mude agora”, disse.
Ela informou que dia 26, às 13h30, terá outra reunião na Escola Lúcia Marlene com a secretária de Educação. “Vamos ver se conseguimos mudar alguma coisa, que ela se sensibilize e olhe pela Vila Yolanda que não tem escola. Para que seja construída no terreno que a gente brigou, que foi dado, tem projeto, tem verba para isto”.
- Da Redação / Foto: Ney Morales/Câmara de Vereadores