“Foz será eixo central da política de turismo do Paraná”, afirma Marcelo Martini

“Queremos transformar o turismo no Paraná e a perspectiva é de bons projetos e muitas ações para desenvolver o turismo em todo o estado”, diz o diretor de Gestão da Secretaria Estadual de Turismo

Depois de um bom período, Foz do Iguaçu tem novamente representantes em postos importantes das ações institucionais do turismo paranaense. Um deles é Marcelo Martini, presidente do SindHotéis nomeado, pelo governador Ratinho Junior (PSD), diretor de Gestão, Sustentabilidade e Inteligência Turística da Secretaria Estadual de Turismo do Paraná.

A recriação da Secretaria Estadual de Turismo faz parte da nova estrutura de governo nos próximos quatro anos junto à Viaje do Paraná, um serviço social autônomo, que substitui a Paraná Turismo, substituída pelo Viaje Paraná.

Martini lembra que o Paraná tem 211 cidades no mapa nacional do Ministério do Turismo, mas que há muitos espaços a serem desenvolvidos e potencializados no estado. “É preciso planejamento e investimento, já temos um levantamento de atividades turísticas que podem ser desenvolvidas em Foz do Iguaçu, litoral e região e com um novo levantamento será possível ter o mesmo planejamento para as demais regiões do Estado como os Campos Gerais, o noroeste e o norte do Estado”.

“Acredito que o melhor caminho é que cada ente (governos estadual e federal e os municípios) assuma a sua parte e todos juntos podemos fazer uma divulgação em massa dos destinos turísticos dentro do estado com uma ampla participação desse birô de comunicação”, completa.

Leia a seguir, a íntegra da entrevista

A sua indicação para Diretoria de Gestão, Sustentabilidade e Inteligência Turística da Secretaria Estadual de Turismo mostra a importância que o secretário Márcio Nunes e o governador Ratinho Junior destacam ao setor em Foz. Como será esse trabalho na recriação desta secretaria?
A recriação da Secretaria Estadual de Turismo tem papel fundamental na organização e planejamento de ações públicas voltadas ao setor. Após mais ou menos dez anos, o governo cria uma secretaria específica para cuidar do turismo. Paralelo a isso, estabelece a parceria com o Viaje Paraná, um serviço social autônomo que traz mais autonomia na execução das ações ligadas ao turismo. Essa parceria vai funcionar mais ou menos como a Secretaria de Desenvolvimento Urbano que desenvolve os projetos e o Paraná Urbano os executa. Acredito que esse novo formato trará liberdade e flexibilidade para o turismo do Paraná.

Foz vai ocupar o eixo central da política e das ações institucionais do turismo paranaense? Como se dará isso?
Foz do Iguaçu vive um momento ímpar no turismo. Com a eleição do deputado estadual Matheus Vermelho (PP) como presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa e a nossa participação numa das diretorias da Secretaria Estadual de Turismo. Com o governo Ratinho Júnior e o secretário Márcio Nunes queremos transformar o turismo no Paraná e a perspectiva é que tenhamos bons projetos e muitas ações para desenvolver o turismo em todo o estado.

O senhor e o setor consideram que a retomada das atividades já atinge os números da pré-pandemia e a diversificação da atividade turística (natureza, esporte, negócios, eventos, compras, gastronomia, aventura, lazer), esse é o caminho?
O setor já atingiu os números da pré-pandemia, inclusive nós ultrapassamos os números de 2019. A diversificação das atividades é um dos pontos importantes que a gente pode levar para esse novo momento do turismo. Podemos destacar a região de Foz do Iguaçu com os novos atrativos que foram lançados juntamente com a gastronomia e números expressivos nas ocupações da hoteleira, seja ela de pousadas de uma, duas, três estrelas ou novos hotéis com categoria cinco estrelas. A sinergia com todas essas atividades reflete num bom movimento de novos turistas e uma ocupação excelente não só na hotelaria, mas também no fluxo dos da gastronomia e dos atrativos de Foz do Iguaçu.

Setores defendem a ampliação da promoção e divulgação do destino em nível regional, nacional, Mercosul e no estrangeiro. Há condições de retomar a proposta de bureau de notícias do setor e um plano de divulgação que envolve os três entes (Município, Estado e União)?
A divulgação do turismo no Paraná e dos principais atrativos vem de encontro com a volta da proposta do ‘birô de notícias’ do setor, unindo a União, o Estado, principalmente aliando os governos estadual e federal e o Município. Acredito que o melhor caminho é que cada ente assuma a sua parte e todos juntos podemos fazer uma divulgação em massa dos destinos turísticos dentro do estado com uma ampla participação desse birô de comunicação.

Como será a interlocução do Estado com o governo federal, Ministério do Turismo e Embratur? Há condições de ações conjuntas?
A interlocução tende a ser cada vez mais fortalecida, porque os dois entes estão dedicados na divulgação e valorização do turismo. É um momento agora da unidade para melhorar a visitação em nível nacional, de turista estrangeiro e também fazer aumentar a circulação dos brasileiros entre os estados. Nós temos um exemplo: São Paulo bem ao lado do Paraná é considerado praticamente um país. Isso é algo que a gente tem que trabalhar em conjunto e o estado vai precisar das ações do Ministério do Turismo e da Embratur. E quanto à Embratur, podemos destacar que essa sinalização da reabertura dos escritórios fora do Brasil vem de encontro a algo que deu certo no passado e que vai voltar a dar bons frutos.

Na retomada pós pandemia se fortaleceu muito o turismo rodoviário, de ônibus e de carro, o turismo paranaense vai investir neste setor e no turismo popular?
O turismo rodoviário cresceu muito, principalmente no período da pandemia. No final de 2019 e início de 2020, tivemos o fim da cobrança de pedágio que impulsionou a visitação através das rodovias. Uma família que saia de Curitiba, vinha a Foz do Iguaçu, o gasto de pedágio representava aproximadamente duas diárias em hotéis locais.
Existem outras situações que podem ser mais bem aproveitadas, ações que podem ampliar o turismo rodoviário e a hospedagem no litoral. Veja os turistas dos países de fronteira, o Paraguai, a Argentina e até Uruguai, muitos frequentam o litoral paranaense via turismo rodoviário, outros passam pelo estado para chegar ao litoral paranaense e de Santa Catarina. Nesse trajeto, deve ter o estímulo para que os turistas visitem os Campos Gerais, Parque de Vila Velha, Curitiba ou outros pontos turísticos. Além de campanhas de incentivo, promover a melhora no setor hoteleiro das praias do Paraná, fazendo com que esses turistas permaneçam e fortaleçam a economia do nosso litoral.

O senhor tem falado que Foz do Iguaçu recebe anualmente entre 4 a 5 milhões de visitantes. Agora, utilizar somente os dados do Parque Nacional do Iguaçu, embora importantes, é subestimar o número da visitação. Como ampliar essa métrica? De que forma?
A visitação dos turistas que vêm para Foz do Iguaçu, assim como em todo Paraná, litoral, Campos Gerais, no norte e noroeste, é algo que precisa melhorar. Precisamos atualizar a nossa pesquisa da Fipe, que do turismo ié a pesquisanternacional que foi divulgada pela última vez em 2018. Voltar a fazer essas pesquisas é de suma importância para a coleta de dados. Paralelo a isso, a curto prazo, acredito que conseguiremos fazer um levantamento com as telefonias móveis, cruzando dados com o auxílio das novas tecnologias disponíveis pelas empresas de inteligência poderemos ter um levantamento muito mais preciso do que quantificar o fluxo de turistas por meio da contagem de bilheterias dos atrativos de Foz do Iguaçu.

No início deste ano, o Sindicato dos Hotéis fez uma pesquisa com os alguns meios de hospedagem, de várias categorias, e com 59 meios de hospedagens conseguimos registrar um total de três milhões de turistas. Se levarmos em consideração que temos mais de de 300 meios de hospedagem em Foz do Iguaçu, e aqueles que não conseguimos quantificar como os turistas alocados pelo Airbnb, aqueles que ficam na casa de amigos e parentes, os que frequentam o comércio, que vão no Paraguai, à Argentina, mas que não vão nos atrativos, temos a convicção que estamos na faixa entre quatro e cinco milhões.

Precisamos apresentar números que venham conferir oficialmente esses dados, desenvolver a pesquisa de campo em todo o estado do Paraná, aferir o ticket médio que o turista gasta no município ou em qualquer outro destino do estado e também o gasto com os atrativos, os passeios, o que ele deixa no município também é muito importante pro levantamento da economia e para novos investimentos que virão na frente.

O Estado vai trabalhar com o Paraguai e a Argentina para potencializar o turismo na tríplice fronteira que já tem o mote de “três países, um só destino”?
Com certeza! Aquela ação do turismo rodoviário para os paraguaios, argentinos e uruguaios que passam pelo Estado possam usufruir dos atrativos turísticos, vamos desenvolver junto com o Estado. Queremos que o turista fique mais tempo em Foz, em paralelo a isso o mercado do Paraguai tem frequentado muito Foz do Iguaçu. Algumas empresas locais possuem ações no Paraguai com um retorno muito favorável. A hotelaria principalmente tem recebido muitos paraguaios que vem e se hospedam em diferentes períodos do ano, isso tem dado um fôlego a mais para o turismo na fronteira em momentos diversos aos feriados.

Nas minhas contas, os empreendimentos privados na área já somam mais de R$ 2 bilhões de investimento. Há espaço para o setor crescer mais ainda na cidade e região?
Podemos falar que há muito espaço ainda a ser desenvolvido a partir de incentivos e novos investimentos no setor turístico em todo o Paraná. Podemos destacar vários atrativos que podem ser implantados em Foz do Iguaçu nos próximos meses, ações que vem de encontro a permanência do turista. Destacar ainda o trabalho do secretário Márcio Nunes junto com o governador Ratinho Júnior, por meio da Secretaria de Turismo, que buscará implementar um sistema de complexo hoteleiro para o litoral do Paraná. Sistema que busca ofertar uma hotelaria, inclusive, ou ainda um sistema compartilhado, fracionado ou timeshare para que haja aumento no fluxo de turistas em todas as estações do ano.

Foz do Iguaçu tem um fluxo intenso de turistas dos países da tríplice fronteira e buscar pela implementação de um complexo de 500 a mil apartamentos, com diárias mais acessíveis e atrativas, vai gerar pelo menos 500 empregos diretos e movimentar muito a economia local. Nosso Estado tem muito a investir no turismo e tem muito o que crescer ainda. Tenho certeza que bons projetos virão e muitas surpresas teremos nos próximos meses com relação ao turismo de Foz do Iguaçu e região.

  • Da assessoria

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