Policiais são presos em operação que apura esquema de desvio de mercadorias apreendidas
Um esquema de desvio e revenda de mercadorias apreendidas em ações de combate ao contrabando e descaminho foi alvo da Operação Spoliare, deflagrada em Foz do Iguaçu e região, na manhã de quinta-feira (10). Quatro agentes da Polícia Rodoviária Federal, sendo um deles aposentado, foram presos na ação.
A operação foi comanda pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, com mobilização de 206 agentes. Mais de 50 ordens judiciais foram cumpridas em Foz, e nas cidades de Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Céu Azul, Cascavel, Toledo, Telêmaco Borba, Curitiba e São Paulo (SP).
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Foz, sendo sete de prisão cautelar, 32 de busca e apreensão, 11 de afastamento de função pública e dois de sequestro de bens. Três pessoas foram detidas em flagrante por porte ilegal de granadas e munições de fuzil e descaminho. Um dos alvos está foragido.
O trabalho resultou na retenção de R$ 434 mil em espécie, 84 celulares, três veículos, dois laptops, um HD, 15 MacBooks, dois iPads, e uma mala contendo amostras de medicamentos.
As investigações que desencadearam a ação tiveram início na Corregedoria da PRF e evoluíram para a instauração de um procedimento na PF com o apoio do Ministério Público. Conforme o levantamento, os suspeitos envolvidos no esquema desviavam produtos retidos em fiscalizações para obter vantagem financeira ilegal.
As mercadorias desviadas eram posteriormente enviadas para outras regiões, com destaque para São Paulo, onde eram revendidas pela internet, em plataformas de comércio eletrônico. Além disso, havia ainda ações de facilitação ao contrabando e descaminho na fronteira.
Dos sete mandados de prisão cautelares expedidos, quatro foram em desfavor de PRFs e três para terceiros. Outros sete policiais rodoviários investigados serão afastados de suas funções e responderão a um processo administrativo disciplinar, dentro da própria PRF, que pode resultar em demissão.
Os servidores públicos envolvidos serão indiciados por crimes contra administração pública e, se condenados, as penas máximas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
- Da redação com PF / Fotos: divulgação PF