Megaoperação contra grupo ligado ao PCC que enviava cocaína a cartéis mexicanos cumpre mandados em Foz
Uma megaoperação nacional da Polícia Federal para combater um grande esquema de trafico internacional de drogas, falsidade material e ideológica e lavagem de dinheiro registrou respingos em Foz do Iguaçu, na manhã de terça-feira (2). O grupo investigado possuía grande poder monetário e ostentava com mansões, veículos de luxo e aeronaves.
A ação ocorreu simultaneamente em cidades de Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia e Goiás, com o cumprimento de nove mandados de prisão preventiva, 80 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de contas.
Em Foz, as equipes cumpriram nove ordens de busca e apreensão e três ordens de prisão. Os endereços e identidades dos alvos não foram divulgados para não atrapalhar as investigações, que ainda terão desdobramentos.
De acordo com a PF de Belo Horizonte (MG), que coordenou as ações, os criminosos integram uma organização criminosa, que possui uma engrenagem complexa, com grande quantidade de membros, sendo que alguns dos investigados possuem envolvimento com a facção Primeiro Comandado da Capital (PCC).
Um narcotraficante internacional, e pessoas físicas e jurídicas a ele associadas, faziam parte de uma rede que cometia diversos delitos, visando, principalmente, ocultar e dissimular o patrimônio monetário proveniente do crime. O suspeito já foi alvo de outras investigações e há indícios de que ele atuava no fornecimento de cocaína para violentos cartéis mexicanos, em regiões das Américas do Sul e Central.
No decorrer das investigações, a polícia identificou que a organização criminosa criava empresa de fachada, sem vínculo de contratações no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Partindo desta ação, os criminosos adquiriram imóveis e veículos de luxo, registrados sempre em nomes de terceiros.
“Os sócios das empresas geralmente não possuíam vínculos empregatícios há anos, alguns até receberam auxílio emergencial. Constatou-se ainda que algumas das pessoas jurídicas efetuavam transações com empresas no ramo de criptomoedas e de atividades que não tinham relação com o ramo de negócio, o que leva a crer que os investimentos estivessem sendo usados para mascarar a origem ilícita dos valores”, detalhou a PF.
Estima-se que o montante dos valores ilegalmente movimentados pela organização criminosa em cinco anos ultrapasse quantia de R$ 5 bilhões. Os materiais coletados na operação de ontem, batizada de Terra Fértil, serão analisados e auxiliarão na identificação de outros envolvidos e na apuração de outras ações do grupo.
- Da redação com PF / Fotos: Polícia Federal