Júri de Jorge Guaranho, réu pela morte de Marcelo Arruda, pode durar até 3 dias

Começa nesta terça-feira (11) o júri popular no qual é réu o ex-agente penal e militante bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, após três adiamentos devido estratégias e pedidos da defesa. O julgamento, no Tribunal do Júri no Centro Cívico de Curitiba, está marcado para iniciar às 10h e na quarta-feira (12) às 9h30, podendo se estender por mais um dia. Guaranho é acusado de matar a tiros, em 2022, o então tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, o guarda municipal Marcelo Arruda, no local onde este comemorava os 50 anos de idade, em uma festa temática em homenagem ao presidente Lula e seu partido.

O crime envolvendo o ex-agente penal federal ganhou repercussão nacional, por ocorrer em um momento da pré-campanha eleitoral de 2022, processo polarizado entre Lula e o então presidente e que tentou a reeleição, Jair Bolsonaro. Para falar sobre a estratégia da acusação antes do julgamento, os advogados Daniel Godoy Junior e Andrea Jamur Pacheco Godoy, da assistência de acusação, estarão à disposição da imprensa a partir das 9 horas na frente do Tribunal do Júri, para prestar informações e conceder entrevistas.

O crime ocorreu em 9 de julho de 2022. O guarda municipal Marcelo Arruda, lembram os juristas, foi assassinado em sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema de decoração o PT e o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. “O réu, Jorge José da Rocha Guaranho, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça por homicídio doloso duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum”, dizem Godoy Junior e Jamur Godoy.

 

Motivação política

O MP também destaca na denúncia a motivação política do assassinato, ressaltam. O júri do caso Marcelo Arruda será conduzido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da capital paranaense. A acusação será feita pelas promotoras de Justiça Roberta Franco Massa e Ticiane Louise Santana Pereira, que atuam na Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida.

A equipe de assistência de acusação é composta pelos advogados Andrea Pacheco Godoy e Daniel Godoy, Paulo Henrique Guerra Zuchoski, Alessandra Raffaeli Boito e Rogério Oscar Botelho. No primeiro dia de julgamento, serão definidos os membros do júri, por meio de sorteio dos jurados convocados, além da leitura de partes do processo. Na sequência, serão ouvidas as testemunhas e peritos.

Concluída essa etapa, começarão os debates de acusação e defesa. Após as exposições, o conselho de sentença, formado pelos jurados, se reunirá para a decisão. O julgamento será acompanhado por manifestantes e familiares de Marcelo Arruda. O Tribunal do Júri fica na Rua Ernâni Santiago de Oliveira, 268 – Centro Cívico.

 

Como foi?

A ação que resultou na morte de Marcelo Arruda, em um quiosque de uma associação na região da Vila A em Foz do Iguaçu, foi toda registrada pelo sistema de monitoramento do local. Jorge Guaranho, apoiador e militante bolsonarista, estava em uma confraternização próximo, e ficou sabendo da festa através do sistema, mostrado a pedido dele no celular de um conhecido que era próximo a administração da entidade.

O réu foi até o local na intenção de provocar a vítima e os presentes acompanhado da mulher e o filho ainda bebê. Após uma discussão com o aniversariante, Guaranho saiu avisando que voltaria e mataria “todos” que estavam na festa, o que ocorreu aproximadamente 15 minutos após. Imagens mostram o ex-agente penal, retornou sozinho, matando a tiros o tesoureiro do PT, por não aceitar o tema da festa e a preferência política da vítima, conforme o MPPR.

  • Da Redação

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