Integrantes de organização suspeita do descaminho de 500 mil celulares são alvos de operação em Foz

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Foz do Iguaçu, na manhã de ontem (10), pela Operação Corisco Turbo, deflagrada pela Receita Federal e Polícia Federal com o objetivo de desestruturar uma organização criminosa que atuava no crime de descaminho.

Conforme apurado, o grupo teria importado de forma clandestina, sem o pagamento dos tributos legais, mais de 500 mil celulares (de modelos e valores diversos) nos últimos cinco anos, com enviod ao exterior de um valor estimado em R$ 1,6 bilhão.

Na ação, que ocorreu simultaneamente em cidades de sete estados, foram recolhidos documentos, computadores e mais de mil aparelhos celulares, que serão submetidos à análise. Uma pessoa foi presa em flagrante na fronteira por porte ilegal de arma de fogo.

Mais de 400 agentes participaram da operação atuando no cumprimento de 51 ordens de busca e apreensão, 25 ordens de sequestro de bens imóveis, 42 ordens de sequestro de veículos e bloqueio de R$ 280 milhões nas contas dos investigados no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

Além dos mandados, expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, também foram determinadas medidas cautelares diversas da prisão contra os alvos, como a proibição de se ausentarem do país, com obrigação de entrega dos passaportes em 24 horas; proibição de se ausentarem do município de domicílio e obrigação de comparecimento mensal à Justiça.

Os suspeitos devem responder pelos crimes de falsidade ideológica, descaminho, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que possuem penas máximas que podem chegar a 37 anos de reclusão.

 

Apuração

As investigações que levaram à operação desta quarta-feira começaram em 2022, quando um avião foi apreendido com 400 celulares em um aeródromo de Brasília. Na época, a carga foi avaliada em R$ 4 milhões. O nome que batizou a ação refere-se ao modelo da aeronave.

Durante o período de apuração foi identificado que a organização criminosa era subdividida em núcleos, responsáveis pela negociação, venda de produtos eletrônicos, transporte e armazenamento das mercadorias, constituição de empresas fictícias para lavagem de valores, envio de dinheiro ao exterior e receptação de produtos para revenda em comércios.

Conforme a Receita Federal há indícios ainda de que os criminosos também realizavam transferências de criptomoedas. Os materiais recolhidos ontem servirão como prova das atividades do grupo, podendo desencadear desdobramentos da operação, com identificação de mais envolvidos no esquema.

  • Da Redação /Foto: Polícia Federal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *