Foz é a quarta cidade do Paraná com o maior número de mortes em confrontos

Foz do Iguaçu é a quarta cidade do Paraná com o maior número de mortes ocorridas durante confrontos policiais. O levantamento foi divulgado na manhã de ontem (12), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná.

Conforme os dados, no primeiro semestre a cidade registrou sete situações de confronto que terminaram em morte. O município ficou atrás apenas de Curitiba, que registrou 32 mortes; Londrina, onde foram contabilizados 16 casos; e Apucarana que teve oito óbitos.

“Caracterizam-se como morte em confronto os óbitos que ocorreram em situações envolvendo civis e policiais, em situações de flagrante de crimes, resistência à prisão e outras. Em todos os casos desse tipo são abertas investigações para apurar se não houve excesso na abordagem realizada pelas forças de segurança”, explicou o procurador de Justiça e coordenador do Gaeco, Leonir Batisti.

Em Foz, das ocorrências registradas neste, uma ganhou bastante destaque. O caso ocorreu em 28 de abril, após um assalto à residência na região do bairro Porto Meira. Na ocasião, quatro criminosos armados invadiram a casa de uma família na Rua Ágata e renderam as vítimas. Sob ameaça o grupo roubou joias e dinheiro. Eles também tentaram subtrair um veículo, porém não conseguiram ligar o utilitário.

A Polícia Militar foi informada sobre a ocorrência e se deslocou até o endereço para abordar os suspeitos. Uma equipe do Pelotão Choque localizou dois dos assaltantes trafegando em uma motocicleta de placas paraguaias e tentou a abordagem, mas os criminosos empreenderam fuga.

Houve uma perseguição que seguiu até a Avenida Javier Koelbel, onde um dos envolvidos se rendeu e foi preso. O comparsa dele, porém, investiu contra os policiais em posse de um revólver. A equipe revidou e o homem foi alvejado.

Um rapaz, de 19 anos, que segundo as investigações não tinha participação no assalto, também acabou sendo morto na ação. Ele caminhava na rua onde o confronto ocorreu e, conforme as apurações, acabou sendo confundido com um dos criminosos. Segundo o Instituto Médico-Legal (IML) o jovem foi atingido por cinco disparos de arma de fogo.

Os sete PMs envolvidos no caso foram afastados das funções e tiveram as armas apreendidas. O procedimento é padrão em situações de confronto. Eles devem permanecer afastados até a conclusão do inquérito militar que foi instaurado. O caso gerou revolta e protestos de familiares e moradores, indignados com a violência.

Em todo o Paraná o Gaeco apurou que ocorreram 158 mortes de janeiro a junho deste ano, ocasionadas por confrontos policiais, sendo a maioria em ocorrências da PM. O levantamento mostra ainda que, apesar de alto, o índice teve uma queda de 37,8% em relação aos registros de 2022, quando ocorreram 254 mortes em circunstâncias semelhantes.

 

Estratégia

O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para a diminuição da violência das abordagens conduzidas pela polícia.

Nesse contexto, o Ministério Público do Paraná, a exemplo dos demais MPs do Brasil, aderiu ao programa nacional “O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial”, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP tem como objetivo assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.

 

  • Da redação / Foto: Oops Notícias

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