Atentado contra Adilson Rabelo fez 20 anos e ele continua em estado vegetativo

Três homens apontados como autores do crime foram presos, condenados e soltos após cumprir parte da sentença; O mandante segue foragido da Justiça

 

O atentado contra o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Foz do Iguaçu, Adilson Rabelo, que continua em estado vegetativo, completou 20 anos no último dia 24 de fevereiro com muitas perguntas ainda sem respostas. O dia estava apenas começando, quando a vítima saiu de um hotel na Avenida República e Argentina e o veículo em que estava parou no cruzamento da Avenida Paraná. Neste momento, dois homens em uma moto se aproximaram, no momento seguinte o garupa apontou a arma e fez vários disparos, perfurando o vidro atingindo a cabeça do ex-vereador.

O atentado contra Rabelo ocorreu por volta das 10h30 do dia 24 de fevereiro de 2003, logo após ele sair do hotel e ir em direção a Itaipu, onde participaria de outro evento com a presença do então governador Roberto Requião. O veículo onde o ex-vereador entrou, conduzido pelo assessor Edilson Soares, parou entre uma kombi e um ônibus, enquanto o semáforo estava fechado. Dois disparos feitos pelo garupa da motocicleta acertaram a cabeça da vítima, que foi socorrida logo em seguida.

Os autores do crime estavam de capacete e vestiam jaleco amarelo. Assim que fizeram os disparos, fugiram em alta velocidade. Rabelo foi levado para a Santa Casa, que hoje não existe mais. Uma bala acertou a parte frontal da cabeça, perto do olho e a outra ao lado, causando sérias lesões cerebrais e perda de massa encefálica. Ele passou por uma cirurgia de emergência e, mais tarde, foi transferido para o Hospital Costa Cavalcanti. Um mês depois, foi removido ao hospital Sara Kubitschek, em Brasília, para novos procedimentos.

Os esforços médicos foram em vão porque os ferimentos eram gravíssimos. Ao longo do tempo, a família tentou diversos recursos, que também não surtiram o efeito almejado e hoje, 20 anos após, Adilson Rabelo continua em estado vegetativo. Vive em uma cadeira de rodas, não fala, não se movimenta e precisa da família para comer e tomar banho. Recebe toda a atenção de sua esposa, Jane, e dos filhos.

 

Impunidade

O crime gerou comoção e ganhou destaque na imprensa nacional. Um delegado especial foi nomeado para acompanhar as investigações. Em pouco tempo foram presos Antonio Carlos dos Santos, Adriano Ferreira da Silva e Gaudêncio dos Reis. A polícia constatou que eles foram contratados pelo comerciante Sérvio Dávila. Os três negaram a autoria e foram julgados em 2006 pelo Tribunal do Juri de Foz do Iguaçu.

Por seis votos a um, Adriano e Ronaldo pegaram 12 anos de reclusão e Antonio Carlos 10. Anos mais tarde, o suposto mandante, Sérgio Dávila, também foi julgado e condenado, mas continua foragido da justiça. De acordo com as investigações da Promotoria de Investigação Criminal, hoje Gaeco, na época havia evidências de que o crime teria sido encomendado.

Outros setores da sociedade falavam em crime político. Nos dias que antecederam o julgamento, o advogado da família Rabelo, Oswaldo Loureiro de Mello Junior, disse em entrevista que Dávila teria recebido US$ 40 mil para comandar a tentativa de assassinato.

 

  • Da Redação/ Foto: arquivo

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